Butterflies | Damian Wayne

Capítulo 32: O baile

Damian

— Maldita gravata — Xinguei enquanto desfazia o nó uma terceira vez — Se você continuar me estressado pode ter certeza de que não vai.

Tentei de novo. De novo. De novo. Até que desisti de vez e puxei a gravata de uma vez só. Ouvi uma das costuras ceder e senti uma certa satisfação.

Me encarei no espelho, observando meu terno. Paletó e calça passados, a camisa branca por baixo.

E a gravata. Bem. No chão.

Abri só o primeiro botão da camisa para tentar preencher o vazio de onde a gravata deveria estar.

Peguei meu celular e coloquei no bolso descendo as escadas logo em seguida.

No andar de baixo encontrei Jason, vagueando com uma rosquinha na mão.

— Cadê a gravata, bonitão? — Ele zombou enquanto limpava o açúcar no canto da boca.

Revirei os olhos só de pensar naquele utensílio do capeta.

— Dei uma folga para ela hoje.

Jason riu, dando um sorriso sugestivo em seguida.

— De qualquer forma serão menos peças para tirar.

— Muito engraçado — Disse com deboche.

— Eu não contei nenhuma piada — Seu sorriso ficando cada vez maior.

— Eu juro que eu vou...

— Ah! Aí está você — Alfred veio em nossa direção — Vejo que já está pronto.

— Sim, estou.

— Ótimo! Vá! Antes que fique tarde — Ele me estragou as chaves do carro.

— Isso. Vai logo antes que sua namorada encontre alguém mais interessante.

Fuzilei Jason com o olhar enquanto me dirigia para porta principal. Respirei o ar puro do lado de fora da casa, caminhando para o carro.

Quando cheguei no colégio vi as decorações arrumadas do lado de fora. As luzes. As cores. As folhas secas pelo outono davam uma bela coloração alaranjada.

Os corredores pareciam tão vivos quanto o exterior, com várias pessoas transitando de um lado para o outro. Algumas garotas me observavam. Pareciam querer me devorar com o olhar. Mas eu não me importo. Só há um olhar que eu quero em mim.

Entrei no ginásio olhando em volta, procurando Madeline por toda a parte até constatar que ela não havia chegado ainda. Fiquei no canto do salão, esperando.

E depois do que pareceram horas, mas na verdade foram 45 minutos, um aglomerado de pessoas se juntou perto da porta. Comecei a me aproximar para ver o que estava acontecendo. Foi quando a vi. Continuei caminhando até ela, sem nem desviar os olhos.

Usava um vestido verde escuro que marcava bem sua cintura, duas finas alças em seus ombros sustentavam o vestido. Duas tranças vinham das laterais de sua cabeça até a parte de trás, no que parecia um rabo de cavalo.
Ela estava linda. Ela era linda.

Não sei por que demorei tanto para admitir isso.

Madeline estava quase no fim da escada quando parei na sua frente. Tinham mais três garotos se aproximando de nós. Quando seus olhos encontraram os meus ela sorriu, fazendo meu coração disparar. Ela acelerou os passos até mim.

— Você está belíssimo — Ela disse.

— Obrigado. Você também está linda.

Ofereci meu braço a ela. Ela hesitou por um segundo antes de enroscar seu braço ao meu. Eu a levei para o meio das pessoas que dançavam bem próximas umas das outras. Soltei seu braço e fiquei parado na sua frente, esperando que ela decidisse o que fazer.