Madeline
Meus olhos estavam pesados quando se abriram e senti vontade de me render a exaustão e ao vazio de novo.
Meu corpo inteiro doía, como se tivesse dormido encolhida dentro de uma caixa. Estava soada, e mal conseguia erguer a cabeça para olhar ao redor.
Era como se essa fosse a pior ressaca da minha vida. Tudo girava, estava nauseada, e a visão, turva. Mas eu sabia, sabia que não tinha bebido.
O ambiente era extremamente mal iluminando, o que contribuiu para que eu não conseguisse ver nada, além de ser quente e abafado. O cheiro de mofo era incômodo e horrível, fazendo-me querer para de respirar.
Não me lembrar por que eu estava ali só me deixava mais apavorada.
De repente, ouvi uma porta de abrir. Uma porta pesada. Dois homens adentraram na sala e a luz que vinha do lado de fora revelou parte de seus contornos. Meu coração parou de bater quando notei as jaquetas de couro.
Arregalei os olhos e me lembrei o que aconteceu. Fiz força para me levantar da cadeira e sair dali, foi quando percebi que estava amarrada.
Um dos homens sorriu com diversão e veio até mim lentamente.
— Olha só quem acordou — Ele se curvou para frente, nivelando meu olhar com o dele — Como se sente, querida? — Perguntou com deboche.
Tentei responder, mas a mordaça me impediu de dizer qualquer coisa.
— Não deve estar bem — Disse o outro que ainda se encontrava parado ao lado da porta — Ser sequestrada parece meio desagradável.
O homem que estava na minha frente tocou meu cabelo suavemente.
— Que bonito — Disse com falsa admiração — É natural?
Eu simplesmente o encarei sem poder dizer nada. Tentei me mover, porém, meu corpo protestou veementemente contra os meus esforços.
Consegui certo resultado com isso. A cadeira virou e bati o ombro com força no chão, começando a me contorcer para me livrar das amarras.
O cara que estava mais perto de mim balançou a cabeça com desapontamento.
— Fique quieta. Vai se machucar assim — Ele disse, erguendo a cadeira e pondo-a de novo em pé — Temos que mantê-la inteira enquanto eles decidem o que fazer com você.
Eles? Eles quem?
Engoli em seco e fechei os olhos com força. Eu não podia falar, entretanto, chamei o nome Damian mentalmente, implorando para que ele viesse me salvar deste pesadelo.
Por favor, Dami.
— Que fofa — O homem perto da porta disse — Ela está rezando.
Tentei falar, mas ainda estava amordaçada.
— Você quer falar, querida? Vamos te dar essa moral então.
O moreno na minha frente ergueu a mão e puxou a mordaça para baixo.
— Agora você pode falar.
Olhei para eles perdida. O que eu deveria fazer? Implorar pela minha vida não ajudará se eles já estiverem decididos sobre isso.
— Por que estou aqui? — Perguntei.
— Por que está aqui? — Ele repetiu incrédulo e se virou para o homem que estava atrás — Ela quer saber por que está aqui — Eu pude escutar uma risada escapar de seus lábios.
O homem que estava atrás, o loiro, se aproximou com um ar ameaçador e inclinou o rosto na minha direção.
— Pergunte ao seu irmãozinho — Ele disse com desdém.
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Butterflies | Damian Wayne
FanfictionAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...