Capítulo 35: Um grande mentiroso

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Madeline

Já faz um mês que nós estávamos namorando e eu sabia coisas comuns que todas as namoradas sabem: qual o sabor de sorvete favorito; em qual lado da cama ele gosta de dormir; do que ele não gosta de comer; etc. Mas eu não posso deixar de notar que sempre parece que ele esconde algo de mim, algo que parece importante.

Comecei a bater o lápis no pepel sem nem perceber, estava tão absorta em meus pensamentos e nem vi o tempo passar. Mordi o lábio inferior ponderando minhas opções. Não gostava do fato dele me esconder coisas, principalmente, coisas aparentemente importantes sobre sua vida.

Ouvi a porta do quarto abrir e fui arrancada dos meus pensamentos.

- Madeline? - Disse Bridget meio preocupada - Desculpe, eu bati na porta mas como você não atendeu eu entrei.

- Tudo bem - Sorri - Estava pensando no que desenhar e me distraí.

- O almoço está pronto.

Descemos para o almoço e eu me sentei na mesa, comendo silenciosamente minha comida.

- Você está bem querida? - Mamãe perguntou e eu apenas confirmei com a cabeça - É que você parece meio quieta.

- Sua mãe tem razão - Disse meu pai - Hoje é sábado, por que não sai um pouquinho de casa?

Talvez ele tivesse certo, eu poderia sair um pouco. Na verdade, eu poderia tirar essa história a limpo com o próprio Damian.

Subi pro meu quarto quando acabei de comer.

Eu deveria mesmo ir? Parece meio deselegante aparecer desse jeito na casa das pessoas sem ser convidada.

Deixando toda a insegurança de lado troquei de roupa, colocando um short jeans e uma camisa branca. Peguei as chaves do meu carro e fui pra garagem.

Durante todo o trajeto me peguei pensando nele, em como ele sempre me mandava mensagem. Mas hoje eu não recebi sequer um "bom dia", o que é muito estranho.

Parando na frente dos portões da casa eu saí do carro e toquei o interfone. A voz do mordomo saiu dele alguns segundos depois.

- Quem é?

- É a Madeleine, Alfred.

- Ah sim, o que posso fazer por você?

- O Damian está?

Ele demorou um pouco antes de responder.

- Infelizmente não, senhorita.

- Tudo bem, quando ele volta?

- Daqui a dois dias.

DOIS DIAS!? Como assim dois dias?

- Desculpe, como?

- Ele está em Boston.

- B-Boston? - Minha cabeça estava girando com essa informação.

- Sim, saiu ontem à tarde.

- Tá bom... Então... Acho que vou voltar pra casa.

- Adeus, senhorita - Sua voz educada fazendo eu me sentir mal.

- Tchau.

Entrei no carro e dirigi o caminho todo em silêncio total. O rádio desligado e as janelas fechadas abafando os ruídos do trânsito. Nem mesmo me dei conta de que algumas lágrimas fugiram dos meus olhos. Sequei-as e continuei dirigindo, não era hora de chorar. Nem agora. Nem nunca.

(...)

Os dois dias tinham se passado e eu me recusava a ir vê-lo.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora