Cheguei em casa muito brava com o Damian por ter sido um completo idiota — como sempre —, achei que ele seria diferente na frente da família.
Claramente enganada.
Entrei no meu quarto e fui direto para o banho tentar tira-lo da minha cabeça com a água quente.
Idiota, idiota, idiota, babaca.
(...)
No dia seguinte me recusei a falar com qualquer pessoa. O que não foi muito difícil, porque eu não tinha me dado o trabalho de conhecer novas pessoas e o Liam também não tinha ido.
As aulas passaram tão rápido que eu nem notei. Quando vi já era o intervalo.
Decidi me isolar de todos e me esconder em um canto onde tinha um arbusto. Mandei uma mensagem para Vic só pra não me sentir tão sozinha e desamparada.
Vic
"Oi coisa linda"
"Oi maluca"
"Q houve""Como assim?"
"Vc nunca me manda mensagem"
"Mas hoje eu mandei"
"Oq tem de mais?""Nada flor"
"Vc q tá estranha"
"N é nada"
"Vic"
"Fala"
"Pfvr""N tem a Rachel"
"Aham"
Rachel foi uma garota que começou a andar com a gente ano passado. Eu a chamei porque ela ficava muito sozinha.
"Ela tá saindo com o Thomas"
Thomas era meu ex namorado e o pior ser humano da face da Terra. Nada referente a ele me afetava mais, mas por algum motivo comecei a chorar.
"Amiga?"
Não respondi. Não conseguia ver o nome dele. Encarava o celular enquanto minhas lágrimas caiam, mas eu não conseguia impedi-las.
Vi alguém entrando no meu recinto secreto e virei o rosto.
— Se escondendo? — Damian me olhava com um meio sorriso.
Que vontade de arrancar aquele sorrisinho da cara dele.
— Não.
— Por que você tá chorando? — perguntou, inclinando um pouco a cabeça para a frente a fim de ver o que estava no meu celular.
Aproximei o objeto do meu peito.
— Não te interessa — Minha voz saiu menos seca do que eu pretendia.
— Na verdade, estou bem interessado — Abriu mais o sorrisinho.
Ele se aproximou mais de mim, fiquei encarando seus olhos e nem percebi quando ele tirou o celular da minha mão.
— Ei!
Me aproximei dele, mas ele levantou o braço e começou a ler.
— Thomas e Rachel... Seus amigos? — Ele se virou pra mim.
Ouvir aquele nome me doeu muito. Eu não aguentei, e se não respirasse fundo provavelmente voltaria a chorar.
— Não mais — Olhei fixamente para parede na minha frente.
— Olha, esse tem meu nome, então posso ler.
Despertei-me dos meus pensamentos e me virei para ele.
— O quê? Não, não pode.
Tentei tirar meu celular de sua mão, mas ele me afastou e conseguiu ler.
— Horrorosamente belo — Ele parecia confuso, mas depois começou a rir.
Rir muito, de verdade.
— É uma descrição estranha — Disse secando uma lágrima de riso do rosto — Faz muito tempo que não rio assim.
Revirei os olhos e me virei para o outro lado.
— Vamos ver o que sua amiga acha.
Quando olhei, ele estava digitando alguma coisa no meu celular, depois fez uma cara de espantado e sorriu.
— Sua amiga é bem safadinha — Ele me olhou com um sorriso malicioso.
Tomei o celular de sua mão e fui ver o que havia feito. Ele tinha se descrito e também disse que era filho do Sr. Wayne. Vic tinha respondido. Ela tinha falado coisas como: "Sério que você não quer isso?", "Vai para cima dele até ele não aguentar mais, não perde essa chance", "Não precisa namorar com ele", "Você é muito burra garota".
Ah, Vic.
Olhei pra ele com meu olhar mais sério.
— Vai seguir o conselho dela? — Seu sorriso aumentou.
— Não — Falei com vontade de enfiar minha cabeça em um buraco — O que você quer, Damian?
Ele suspirou, como se fosse algo muito difícil de falar.
— Eu vim pedir desculpas — Ele me olhou e depois olhou para o chão — Por ontem.
— Tomou juízo, foi? — perguntei cruzando os braços.
— Meu irmão me obrigou — Ele cruzou os braços e olhou para mim.
— Ah... Que decepção — Fiz um gesto negativo com a cabeça.
— Fazer o que? — Ele voltou a olhar para baixo — Mas eu realmente sinto muito — Não olhou nos meus olhos enquanto falava — Eu acho — Sussurrou.
— Bom... Talvez eu devesse prestar mais atenção nas aulas — Falei e ele voltou a me encarar.
— É — Ele balançou a cabeça como se estivesse distante e saiu.
Isso realmente foi um pedido de desculpas? Dele?
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Butterflies | Damian Wayne
FanficAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...