Butterflies | Damian Wayne

Capítulo 26: Convite

Damian

Eu não fazia questão de descobrir quem era Thomas, mas a voz no fundo da minha cabeça não parava de martelar isso na minha mente.

Esse cara estava dificultando minha vida. Foi culpa dele ela ter saído de casa tão tarde assim. Se eu não estivesse lá, aquele estranho poderia ter feito alguma coisa com ela, ou, se ele estivesse falando a verdade, ela teria apenas dormido no banco da praça, aí sim, qualquer coisa poderia ter acontecido.

Me sentia um zumbi. Não consegui dormir direito ontem. Aquele ruivo da praça me provou algo de que eu já estava desconfiado.

Essa gangue usava jovens para o trabalho. O que complica tudo. Eu achava que a festa da mansão e festa de aniversário dela tinham sido incidentes isolados, mas não. Qualquer pessoa dentro desta escola poderia estar de olho em Madeline também.

O pior de tudo é que Madeline faz sucesso entre os garotos. Eles costumam cochichar quando ela passa, então nunca sei se são apenas os idiotas apaixonados ou os idiotas que me meteram nessa confusão.

Ela parece não perceber essa atenção deles. Me pergunto se na verdade ela repara, só prefere não ligar, ou se ela realmente não vê.

Conhecendo ela eu aposto na segunda opção.

(...)

Quando a aula acabou eu saí da sala e fui a caminho da aula de artes.

Eu detesto os trabalhos de casa, eles consomem um tempo que eu não tenho. Mas confesso que um trabalho em dupla com Madeline viria a calhar agora. Desperdicei minha chance naquele trabalho de matemática, não consegui descobrir nada. Mas se tivesse outro trabalho desses eu teria mais uma chance de falar com ela em um ambiente menos turbulento, e quem sabe, descobrir algo sobre esse tal de Thomas.

Entrei na sala e me sentei.

Olhei Madeline no outro lado. Ela estava rabiscando no caderno enquanto o professor não chegava.

Tenho certeza de que foram os cabelos que chamaram a atenção dos rapazes. Não é todo dia que se vê um cabelo ruivo natural tão grande.

Ela me viu olhando. Observei seus cachos, do couro cabeludo às pontas.

Tenho certeza de que foi o cabelo.

A ruiva deu um sorriso meigo para mim e voltou a rabiscar.

Então ela rasgou um pedaço da folha de papel, entregou para um garoto e falou alguma coisa com ele. O garoto me deu a folha e sentou de novo.

Eu li o bilhete e não pode deixar de rir.

"Perdeu alguma coisa na minha cara?"

Guardei a folha no bolso e olhei de novo para ela. Madeline tinha um sorriso travesso nos lábios, ela piscou para mim e voltou a desenhar.

(...)

Faltavam dez minutos para a aula acabar e a classe já tinha virado um alvoroço completo.

— Vou liberar vocês mais cedo hoje — Disse o professor apagando o quadro — Quero que na próxima aula vocês tragam uma paisagem.

Que desperdício, um trabalho que não é em dupla.

Mas uma ideia veio a minha mente.