Epílogo

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Madeline

Três anos depois

Deserto do Saara


Damian e eu descemos de nosso dromedário e começarmos a montar a barraca. E quando eu digo "nós" quero dizer que Damian vai montar a barraca sozinho como sempre.

Fiquei de longe assistindo enquanto meu namorado fazia o trabalho e quando ele acabou eu o abracei por trás.

— Ainda bem que tenho você. Uma dama como eu não deve fazer esse tipo de trabalho.

Ele riu e se virou, me abraçando de volta.

— Sempre ao seu dispor, milady.

Estávamos fazendo um tuor pelo mundo há dois anos. Damian me disse que precisávamos conhecer o mundo lá fora e me trouxe junto.

Infelizmente não pude trazer meu fiel escudeiro, Donny, comigo nesta empreitada.

Ele decidiu que se quisesse herdar o manto do pai um dia, deveria adquirir experiências e reter uma visão mais abrangente do mundo. Eu aceitei vir junto e apóia-lo em tudo que podia.

Então, cá estamos nós, viajando pelos lugares mais diferentes e interessantes. Há duas semanas, estávamos na Malásia e daqui a uns dias estaríamos partindo para índia.

Estou feliz e ele também e isso é tudo que importa. Nós combinamos que ficaríamos até o final deste ano viajando e então voltaríamos e eu ingressaria na universidade.

Ele me soltou, entrando na barraca.

Continuei do lado de fora, admirando o céu poente. As cores eram belas e intensas, inebriantes. O pôr do sol mais lindo que já vi em toda a minha vida.

Eu bem que queria ter trazido meu material de desenho. Quer dizer, algo mais elaborado. Eu trouxe papel e lápis, mas não é mesma coisa que uma aquarela.

Fiquei sentada no chão enquanto as pessoas se recolhiam para dormir. De pouco em pouco, o ambiente foi ficando mais silencioso.

Uma sensação boa me invadiu ao ver o céu laranja ficando azul escuro. As estrelas pareciam brilhar mais aqui.

— Hora de entrar, ruiva — Ele disse com apenas a cabeça para fora da barraca.

Entrei me deitei ao seu lado sorrindo para ele. Damian arqueou uma sobrancelha com atrevimento.

— Sou eu o motivo do seu sorriso?

— Talvez... — Sorri.

Respirei fundo, feliz e melancólica ao mesmo tempo. Sentia saudade da minha família. Mamãe estava em boas mãos. Luke prometeu cuidar dela na minha ausência e Liam me disse que ficaria de olho nele. Ambos criaram uma amizade repentina e muito próxima durante o último ano que fiquei em Gotham.

Vic também estava bem e tinha planos de entrar na universidade junto comigo em Gotham. Eu nunca terei palavras para dizer o quanto eu amo aquela garota. Ela é tudo para mim, sempre foi e sempre será.

Me levantei para me trocar amarrei o cabelo com um coque, ainda desacostumada com peso ligeiramente mais leve dele. Acontece que, semana passada meu cabelo enrroscou de jeito em um cacto e única forma de tirá-lo de lá era cortando quase metade dele.

Minhas belas madeixas ruivas que chegavam na metade do meu bumbum, agora estavam na metade das minhas costas.

Demian insistiu que a não tinha mudado muito e que ele ainda estava grande. Discordei completamente dele. Para mim estava curto.

— É o cabelo de novo?

Me virei para ele com os braços cruzados.

Ele se jogou nos cobertores e revirou os olhos com uma falsa irritação.

— Quantas vezes vou ter que dizer que ele continua lindo, amor? — Ele esfrega os olhos — E grande — Acrescenta.

Continuei encarando ele com com o rosto franzido e as mãos na cintura agora. Ele abriu apenas um olho, depois, voltou a fechá-lo.

— Perdeu alguma coisa na minha cara?

A resposta dele me desarmou e comecei a rir. Me joguei ao seu lado dando um tapinha brincalhão no ombro dele ao ver o sorrisinho travesso em seus lábios.

Ele me puxou, abraçando-me. Deitei a cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meu cabelo. Senti o sono começar e me atingir.

— Eu te amo — Sussurrei.

— Eu também te amo.

Fim.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora