Capítulo 48: Quarta-feira

393 40 15
                                    

Madeline

Damian não foi para a escola hoje, o que não era muito incomum devido aos seus hábitos noturnos. Pelo menos, eu tinha o Liam para me fazer companhia.

- Sempre achei que ia rolar alguma coisa entre vocês - Ele disse.

- Ah, deixa de ser mentiroso - Revirei os olhos - Até parece que você pensava isso.

- Entre o ódio e o amor há uma linha tênue - Deu um sorriso divertido - Por isso, tive certeza de que algo rolaria.

Olhei para ele, mas não respondi seu comentário, direcionando para Liam um olhar descrente.

- O mais está reservado para o meu futuro, meu querido cartomante? - Falei com sarcasmo.

— Um grande empecilho, minha cara — Liam diz tentando fazer um timbre grave.

Franzi minha sobrancelhas para ele e lhe direcionei um olhar completamente desprovido de humor.

- Não seja assim, Maddy - Ele sorriu - É apenas brincadeira.

Liam manteve seu sorriso no rosto ao ver minha expressão. Por algum motivo, me ver de cara fechada é algo que o deixa muito satisfeito.

- Falando em brincadeira - Continuou - Você não estava na escola quando fiz meus trotes.

Respirei fundo, a memórias daqueles dias fizeram meu coração pesar.

- Bom, eu tive uns problemas em casa que fizeram meus pais se afastarem - Baixei meu rosto - E depois meu pai...

Não consegui continuar.

- Ei, eu sinto muito por ter tocado no assunto - Pôs a mão no meu ombro.

- Não, está tudo bem - Dei um sorriso fraco para ele.

Nós terminamos de comer e nos sentamos do lado de fora, esperando o sinal bater.

Passar tempo com Liam era sempre algo agradável. Sinto que ele me entende e que posso conversar com ele abertamente sobre tudo.

Bem, quase tudo.

Nunca diria a ele sobre o grande segredo da família Wayne.

Aproveitamos o tempo que sobrava do intervalo jogando conversa fora e assistindo vídeo estranhos no Tik Tok.

Quando o sinal tocou, nos despedimos no corredor e fomos para nossas respectivas aulas. Era a última aula do dia, mas só de pensar em ficar ouvindo aquele professor falar durante uma hora e meia me dava vontade de chorar.

Sentei-me em uma cadeira no fundo da sala e encostei a cabeça na parede. O sono começou a vir lentamente, porém, fiz de tudo para afasta-lo. Afinal, a última coisa que eu queria era uma detenção.

Mesmo lutando bravamente para não dormir, acabei cochilando, e teria sido um soninho gostoso e revigorante se não tivesse sido acordada com uma grandíssima confusão.

As pessoas gritavam e berravam em desespero, pegavam suas coisas e saim da sala correndo.

Observei toda a comoção ao meu redor sem entender nada, mesmo assim, juntei minhas coisas e guardei. Fiquei abraçada na minha mochila enquanto via as pessoas saírem da sala com pressa.

O professor não estava aqui dentro, parecia estar do lado de fora tentando controlar a multidão.

Um esforço completamente inútil, pelo visto.

Só saí de dentro da sala quando não havia mais ninguém nela, pois seria muito difícil sair de lá junto com aquele mar de pessoas.

Olhei para os dois lados do corredor, vendo pouquíssima gente nele, e as poucas que estavam lá corriam para sair.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora