Yasmin|Yá
Quarta feira, 24/09 - 08:37am
Estacionei meu carro, saí do mesmo e atravessei a rua, entrando no banco logo em seguida. Fui até o atendente, que falava ao telefone e esperei o mesmo terminar.
Xxx: Bom dia, senhorita Santorio. O que te trás aqui?- pergunta após desligar o telefone.
Yá: Quero que deposite esse dinheiro na minha conta.- falo e coloco a caixa com as notas em cima do balcão.
Xxx: Nossa! Creio que isso leve algum tempo.- fala levantando e pegando a caixa.- Até ser contabilizado na sua conta, é um prazo mínimo de 12h.
Yá: Sei como funciona.
Xxx: Já volto com seu recibo.- fala e sai.
Fui até uma cadeira e me sentei, tinha mais 3 atendentes fazendo seu trabalho de costume. Não gosto muito de esperar, me deixa ansiosa. Levantei e fui até um bebedouro, peguei um copo, enchi o mesmo com a água e bebi observando o movimento lá fora, pela porta de vidro.
No mesmo instante, vejo o segurança que estava do lado de fora, ser atingido por um tiro na cabeça, acabei cuspindo toda a água que tinha na boca.
O corpo é chutado com desprezo por um homem, que é seguido por outros mais.
Xxx: Ninguém se mexe, que ninguém morre.- o cara fala.
Era uma voz alta e grossa, não negava a masculinidade, mas eu tive a impressão que já ouvi essa voz.
Xxx: Todo mundo pro chão agora.- o outro cara fala, e eu tive total certeza que conhecia essa voz.
Yá: Lucas?- falo baixinho, como em pensamento.
Eu tinha certeza que era a voz do Lucas, conheço ele desde quando eu tinha 12 anos, era impossível não reconhecer.
Enquanto uns homens ameaçavam os atendentes, outros explodiram os caixas, pegando todo o dinheiro que caia do mesmo.
Logo um homem alto veio até mim.
Xxx: Não ouviu meu colega falando pra deitar no chão não?
Yá: Eu... É... Desculpa.
Xxx: Não se mexe.- fala ficando atrás de mim, e aponta a arma enorme dele pra minha barriga.- Isso não te assusta?
Yá: Vejo isso na tv todo dia, só tenho que fazer o que você quer. Certo?
Xxx: Exato!- fala e eu vejo o outro homem que penso ser o Lucas, encarar toda a cena.- TERMINEM LOGO ESSA PORRA!
Me encolho um pouco por ele ter gritado praticamente dentro da minha cabeça. Logo os vários homens saem com bolsas cheias de notas, provavelmente.
Um barulho de sirene ecoou por todo o local, senti o suspiro pesado dele no meu pescoço, seguido de um riso nasal.
Xxx: Bora, cara. A polícia tá vindo aí.
Xxx: Deixa vim, vai ser só sequência de rajada na cara deles.- fala com o homem, ainda me segurando.- Anda, e caladinha.
Fiz o que ele queria, fui andando com ele apontando a arma pra mim, saímos na frente do banco e vejo meu pai saindo da viatura.
Ricardo: ELES ESTÃO COM A MINHA FILHA! ABAIXEM AS ARMAS!- grita para os policiais.
Xxx: Olha, filhinha de delegado. Só melhora.- fala perto do meu ouvido.- NINGUÉM ME SEGUE, OU A GOSTOSINHA AQUI MORRE.
Meu pai apenas assentiu, dando ordens para que não atirem.
Yá: Você vai ter que me soltar, uma hora ou outra.
Xxx: Cala a boca, garota!
Ricardo: Agora solta a minha filha.
Xxx: Vai passar duas vans por essa rua, se um de vocês se mexer, a garota morre. Simples. A vida dela depende dos seus policiais, senhor.
Yá: Por favor, pai. Não faz nada.- falo calmamente, mas morrendo de medo por dentro.
Sou jovem demais pra morrer.
As duas vans passa, e uma para um pouco mais a frente, o homem me leva até a mesma, sendo escoltado pelo outro cara. Vi de longe uma única lágrima rolar pelo rosto do meu pai, que estava estático no mesmo lugar.
Entramos na van, que logo deu partida, e o homem tira sua arma da minha barriga.
Xxx: Ficou louco, porra? Isso podia ter dado maior merda.
Xxx: Mas não deu, e nem precisou ter trocação. Foi mais fácil do que eu poderia pensar.
Xxx: E ela?
Yá: Não vão me matar, né?
Xxx: Eu também tenho uma filha, não seria baixo nesse nível. O que faço ou deixo de fazer, é pra dar o melhor pra ela e fugir dessa sociedade suja, preconceituosa e assassina.- fala se desarmando.- Mato apenas quem quer me ver morto, ou quem mexer na minha filha.
Yá: Então podem me levar de volta pra lá? Meu carro ficou lá e todo dinheiro que eu tinha, acho que vocês pegaram.
Nunca me senti com tanto medo e calma no mesmo momento.
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Amor Vagabundo
General Fiction"Somos intensos, como o calor do sol e as chamas do fogo"