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1 mês depois
Quarta feira, 19/11 - 09:40am

Eu não tava acreditando no que meus olhos viam. Todo meu trabalho, meu sonho, minha vida, tudo estava dentro do meu studio, e agora eu estava vendo ele virar cinzas.

Nanda: Amiga, calma. Pensa pelo lado positivo, não tinha ninguém lá dentro. Sem mortes pelo menos.- fala me abraçando e eu vejo a Vivian se aproximar.

Vivian: Os bombeiros já estão tentando apagar as chamas.

Eu apenas assinto, olhando o meu sonho se destruir, como se nada daquilo valesse alguma coisa.

Yá: Esse studio era meu sonho realizado, e agora está acabado.- falo sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Vivian: Eu liguei pra polícia antes de falar com os bombeiros. Seu pai deve estar chegando.

Yá: Acho que ele deve tá morrendo de felicidade, tudo que ele queria era me tirar da vida de uma "mísera tatuadora". Que ódio!

Nanda: Yá, vai dar tudo certo, tá? Vamos conseguir um novo espaço, você vai voltar a fazer seu trabalho, e enquanto isso, você pode ir tatuar à domicílio.

Yá: Cara, eu mato a pessoa que fez isso. Juro! Eu mato!

Vi o carro do meu pai parar perto da gente, o mesmo veio até mim, e ficou olhando na direção do fogo.

Ricardo: Tem ideia de quem pode ter feito isso?- pergunta.

Yá: Se eu soubesse, taria no pescoço da pessoa nesse momento.

Nanda: Não sabemos de ninguém que possa ter colocado fogo no studio da Yá. O senhor sabe, a Yasmin não tem inimigos.

No mesmo instante, me veio a mulher do Borges na minha mente, ela é a única pessoa que tem algum motivo pra fazer isso, mas ela não seria louca de fazer isso.

Yá: Só quero que a pessoa que fez isso pague.- falo vendo o fogo ser apagado por completo.- E não me importo nem um pouco que seja com a vida.

Ricardo: Yasmin!

Yá: Eu tô com raiva, tá bom? Eu posso viver a minha raiva? Porra! Colocaram fogo no meu local de trabalho, sabe o que significa? Ah, claro que não. VOCÊ NÃO SABE!

Saio indo em direção ao meu carro, enquanto ouço o barulho dos saltos da Ananda.

Yá: Não me segue, Ananda! Não quero te machucar.

Ela para de andar e fica apenas me olhando.

Nanda: Só não faz nenhuma besteira.

Yá: Não vou.- falo e entro no meu carro.

Meu pai não pode vim atrás de mim, precisa investigar as causas do incêndio, e caso ele tente, não vai conseguir me alcançar.

Pisei no acelerador, ultrapassando o limite de velocidade, que com certeza meu pai vai pirar.

Chegando na entrada da rocinha, dois vapores me pararam, revirei os olhos e abaixei os vidros.

Yá: Dá pra liberar a minha entrada?- pergunto.

Xxx: Vou ter que conferir com o chefe.

Ignoro ele subindo os vidros e acelerei morro acima, fazendo com que os dois comecem uma sequência de disparos contra o meu carro, que graças a Deus é tem blindagem pra fuzil.

Mas nem por isso vou deixar barato, meu carro foi caro pra caralho pra ficar com marcas de tiro.

Lp: Ei, ei. Calma, tá fazendo o que aqui?- pergunta me barrando.

Yá: O Borges tá aí?

Lp: Tá, mas...

Yá: Beleza.- falo e passo por ele, o mesmo fala pros outros deixar eu passar.

Abro a porta da sala do Borges, dando de cara com o mesmo fumando.

Borges: Quem é vivo sempre aparece. O que tu quer, burguesa?

Yá: Colocaram fogo no meu studio, e eu tenho quase certeza que foi a doida da sua mulher.

Borges: Eu e a Talita não temos mais nada, cê sabe.

Yá: Sei de nada não, o que eu sei é que tu vive de rolo com ela e não sabe se decidir. Mas se foi ela que fez isso, eu arrebento a cara dela, te juro.

Borges: Que papo é esse de que colocaram fogo no teu studio?

Yá: Eu não sei como aconteceu, só quando cheguei lá que vi meu studio pegando fogo. Todo destruído, cara. Isso foi pior e mais doloroso do que um tiro no peito.

Borges: Fica tranquila, vou ver esse bagulho aí da tua desconfiança da Talita.

Assenti limpando meu rosto. Ainda não acreditava que meu studio foi por água a baixo em questão de segundos. Muita sacanagem fazer um bagulho desse.

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Amor VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora