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Alguns dias depois
Domingo, 30/11 - 18:40pm

Hoje é o dia tão esperado pela Júlia, o dia que finalmente o Pedro vai conhecer de fato o Kaio, depois deles já está namorando há 6 meses.

E cá estou eu, terminando de me arrumar ouvindo o nervosismo da Júlia, rodopiando igual uma doida.

Ela já estava pronta, com um vestido rosê e um tênis branco, pouca maquiagem e bem perfumada. Eu também já estava pronta, apenas penteando meu cabelo.

Estou com um vestido azul clarinho aberto nas costas, um salto branco, uma bolsa da Chanel branca com detalhes em azul metálico.

Yá: Calma, Júlia. Seu pai nem chegou aqui ainda.- falo após colocar um gloss nos meus lábios.

Jú: Já era pra ter chegado, vai dar 19h e nada, cara.- fala e senta na minha cama.- Você tá muito bonita.

Yá: Você também tá linda, e seu pai já deve tá chegando, tem calma.

Ela assente. Termino de dar os últimos toques no meu cabelo, passo um perfume, ajeito o meu vestido e pego a minha bolsa em cima da minha cama.

Yá: Deve ser ele.- falo ouvindo a campainha tocar, e ela corre pra ir abrir a porta.

Saio do meu quarto, tranco o mesmo e vou até a sala, vejo a Júlia falar alguma coisa com o pai toda empolgada, e ele assim que me vê mantém seus olhos presos a mim.

Borges: Caralho.- fala pausadamente.

Jú: Podemos ir agora?- pergunta.

Yá: Vamos, Jú.- falo, ela pega a bolsa dela e sai deixando a porta aberta.

Borges: Cê tá linda.

Yá: Obrigada.

Fui saindo do apê, ele veio logo atrás, tranquei a porta e fomos até o elevador, onde a Júlia já estava parada na frente.

Borges: A arma que cê levou lá naquele dia, tá registrada no nome de Jamile Castello Santorio.

Yá: É o nome de solteira da minha mãe.- falo sem entender.- Mas as duas armas que ela tinha era registrada com o nome de casada. Jamile de Castro Santorio.

Borges: Foi registrada há 3 anos atrás.- fala e eu assinto, continuando sem entender.

Yá: E sobre o incêndio do meu studio?

Borges: Tô resolvendo.

Entramos no elevador que não demorou muito pra parar no térreo do prédio, fomos até o estacionamento, o Borges destravou o carro e entramos.

Ele logo deu partida no carro, indo em direção ao restaurante onde vamos jantar. Coisa fina.

O Pedro tava vestido sem muito exagero, uma calça jeans escura, uma camisa polo preta, um tênis e uma corrente cravejada.

Não dá pra negar, o homem sabe ser bonito, meu Deus. E o cheiro que tá dentro do carro, é de enlouquecer qualquer uma.

Chegamos no restaurante, que só pela fachada dá pra perceber que é de gente podre de rica, e olha que quem escolheu o lugar foi o Borges.

Ele estacionou o carro e saímos do mesmo. Fomos andando até a entrada,  no hall, o Borges confirmou a reserva e um garçom nos direcionou até a nossa mesa.

Jú: O Kaio já tá chegando. Uns 5 minutos e ele chega.- fala olhando pro celular.

Borges: Ainda são 19h16.- fala olhando pra tela do celular.

Yá: Cê vai gostar do Kaio. Ele é um menino muito legal, trata a sua filha como uma princesa ou até mais.

Borges: Não passando do limite...

Jú: Pai, por favor não toca nisso.

Yá: Pega leve.- falo e olho o braço dele sem o precioso relógio do mesmo.- Cadê seu relógio?

Borges: Quebrou.

Yá: Como?

Borges: Com um tiro.- fala e eu calo a minha boca.

Caralho, um tiro. Como eu posso aceitar me relacionar com ele sabendo desses riscos? Sabendo que ele pode levar um tiro e morrer a qualquer momento, em qualquer lugar.

É ridículo, mas talvez eu sinta algo mais que só atração, algo bem leve, nada do tipo "não posso viver sem", é algo natural.

Kaio: Boa noite, desculpa pela demora.- fala parando do lado da Júlia e de frente à mim e ao Borges.

Yá: Chegou na hora certa.

Jú: Kaio, esse é o meu pai, Pedro. E pai, meu namorado, Kaio.

Kaio: Muito bom conhecer o senhor...

Borges: Corta esse senhor aí, mal fiz 30 pra vim um me chamar de senhor.

Yá: 30 mais 1, né?

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Amor VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora