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Borges

Quarta feira, 19/10 - 14:32pm

O desgraçado do Ruan sabe muito bem o que tava fazendo, o otário deu informação pra polícia, aqui tá cheio de bota, e pior, tem até helicóptero da tv rodando.

Avistei um de costas, tirei uma faca da cintura, me aproximei do tal e cortei o pescoço do mesmo, dando tiro nos outros dois.

Tava ligado que a parada era bagulho de outro nível, deu nem 1h de invasão e os alemão meteu o pé, os policiais que tavam na sede do inferno.

Inclusive, os policiais são da tropa do paizinho da Yasmin, nem me bati com ele, tô deixando passar porque o bagulho não chegou em mim ainda, mas sei que uma hora ou outra minha cara Vaza pra geral e eu tô ó, nem aí.

Tá pra nascer alguém que me pare, isso só Deus pode fazer, e fim.

Radinho

Lp: Os cana tão metendo o pé.

Borges: Aguentam peitar não, uns fodidos.

Bené: A firma é forte pra porra.

Radinho

Coloquei o rádio na cintura e fiquei observando o movimento, os policiais tudo se saindo daqui, foi pá pum pra eles sumirem, e nós anunciar vitória.

Borges: A gente não cai nunca, filhão.- falo alto.

Vejo uns menor se aproximar, já falando as perdas que tivemos. Alguns vapores mortos outros feridos, até morador de bem tava passando sufoco com ferimentos e suas perdas também, né.

Ninguém é de ferro não.

O helicóptero ficou rodando por mais uns minutos, depois sumiu da minha vista, deixei os caras pra resolver a parada das mortes, pra da uma assistência pra família que perdeu alguém, tá ligado.

A rocinha é quase sempre um lugar calmo, com uma briguinha ali outra aqui, mas de resto é até suave. O foda é quando esses policiais sobem aqui, os tiros rolam a solta, e eles não se fodem nem um pouco pra não machucar morador.

Pra eles, nós somos tudo farinha do mesmo saco, e realmente somos, mas com os moradores é diferente, eles seguem tudinho a risca, foda-se se é lei deles ou nossa, eles fazem a parte deles.

Cheguei em casa e dei de cara logo com a Talita, ela tava andando pra lá e pra cá igual uma doida, e quando me viu, veio correndo e me abraçou.

Talita: Nossa, que bom que está vivo.- fala ainda me abraçando, e eu retribui né.

Borges: Minha morte ainda tá longe pra caralho.

Ela me soltou, ficou me encarando e logo depois abriu a bolsa tirando um envelope de dentro, e me entregou.

Borges: Que isso?

Talita: São as fotos da minha ultra.- fala sorridente enquanto eu abro o envelope.- Infelizmente não dá pra saber se é menino ou menina, mas tenho quase certeza que é um menino.

Acho que com tanta coisa rolando, só me toquei da gravidez da Talita hoje, depois de ver as fotos de um bolinho todo sem formação, dava nem pra ver uma criança ali.

Mas porra, meu coração amoleceu pra caralho.

Talita: Sei que você não se impor...

Borges: Claro que eu me importo, pô. Tu tá carregando um filho meu, tem nem como não se importar. Caralho, pode ser um guri aí dentro.

Talita: Você passou quase um mês me evitando, pensei que nem ligasse pro nosso filho.

Me aproximei dela, segurei seu rosto e encarei o mesmo.

Borges: Caralho, Talita. A gente vai ter um filho, cara. Um filho!

Só vi o momento em que ela deu um sorriso de orelha a orelha, tirando minhas mãos do rosto dela e me beijou.

Agarrei a cintura dela e a prendi contra a parede, a mesma largou a bolsa no chão aprofundando mais o nosso beijo.

É foda pra caralho, o beijo dela encaixa direitinho, sempre foi assim.

Talita: Tava com saudades de ti.- fala entre o beijo.

Ignorei ela, pegando a mesma no colo. Subi as escadas, fui até meu quarto e entrei no mesmo, colocando ela no chão.

Depois que a Talita ficou grávida, o corpo dela mudou pra caralho, ficou com mó peitão e as coxas mais grossas. Me deixou com um tesão da porra.

Ela me olhou com uma cara safada e foi tirando a roupa enquanto andava até o banheiro.

Deixei minha arma que tava na cintura no criado mudo e fui atrás dela.

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Amor VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora