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Borges

Quinta feira, 16/10 - 15:01pm

Saí da sorveteria junto com a Jú, hoje é uma data difícil pra nós dois, principalmente pra ela. Então decidi que hoje eu iria fazer toda e qualquer vontade dela. Independente do que for.

Borges: E como tá seu namoro? É Kaike o nome dele, né?- pergunto tentando melhorar a cara dela.

Jú: É Kaio, pai.- fala olhando pro sorvete.- E eu ainda sou virgem, se é o que quer saber.

Borges: Que bom.

Jú: Ele não se importa com isso, é diferente de muitos por aí. Se fosse qualquer outro que passasse mais de 1 mês pra conseguir transar comigo, já teria metido o pé. Ele não.- fala e vejo um sorriso em seu rosto.

Borges: Ele tem 17 anos, né?- pergunto e ela assente.

Jú: Fez semana passada.

Borges: Tu deu o que de presente?

Jú: Uma pulseira e um rolex.- fala e eu arregalo meus olhos.- A Yá que me ajudou a escolher, porque se fosse por mim, só o relógio tava de bom tamanho.

Dei um riso nasal. A Júlia é igual a mim, quando se trata de presente, é sempre bom ter uma segunda opinião.

Jú: Ele teve essa mesma reação que você. Inclusive, ele quer te conhecer pessoalmente, sabe. Cê vai gostar dele.

Borges: Só de não te tocar, ou te trocar por outra por causa da falta de relação sexual, eu já gosto do pivete.- falo e ela sorrir de orelha a orelha.

[...]

Yá: Que saco, cê não me deixa em paz! Na moral, que ódio de mim, sério mesmo.

Borges: Podemos bater um papo, ou vai ficar nessa?- pergunto e ela abre mais a porta do apartamento dela.- A Júlia disse que tu tá dando mó força pra ela, sobre o namoro dela e tal.

Yá: Cê deu a base, mas ela precisa de muito mais que uma regrinha boba de não transar até os 15. De qualquer forma, ela gosta dessa sua "condição" pra deixar ela namorar.

Borges: Porque? Ela te falou algum bagulho?- pergunto preocupado.

Yá: A Júlia não teve uma mãe pra falar o que acontece antes, durante e depois do sexo, mesmo sabendo que tem total abertura pra falar sobre isso com você, mas o fato é que o Kaio já teve sua primeira vez, segunda, terceira... enfim, sua filha tem vergonha do corpo dela, vergonha de não "agradar" a ele, sabe. É normal, ela é uma mulher, o corpo é a chave da relação sexual, o medo dela é totalmente viável.

Borges: Tem certeza que só tem 21 anos?

Yá: Eu falava muito com a minha mãe sobre isso, apenas repetir as palavras dela. Palavras de uma falecida advogada.

Borges: Eu tô ligado que essas paradas é bem mais simples pra homens, só não sabia que ela se sentia assim.- falo e sinto a mão dela no meu cabelo.

Yá: Logo mais isso passa.

Assenti olhando ela prender o cabelo, a mesma se ajeitou no sofá e me encarou.

Yá: Já pode ir. Amanhã vai ser agitadíssimo pra mim, preciso acordar cedo.

Borges: Beleza, vou meter o pé já.- falo levantando e ela faz o mesmo.

Yá: Te acompanho até a porta.

Ela foi andando na minha frente, até a porta, enquanto eu olhava a bunda dela, toda redondinha. Me tira de mim.

Segurei seu braço, puxando ela pra perto, e beijei a mesma, que retribuiu na mesma hora, mas deu uma mordida no meu lábio, que cortou na hora.

Borges: Sua filha da mãe, desgraçada.

Yá: Não sou mais paty? Já é um avanço, agora sai.

Mandei o dedo do meio pra ela, a mesma fechou a porta e eu dei de ombros indo até o elevador.

Não consigo ficar longe dessa patricinha desgraçada, puta que pariu. E o pior, eu sei bem o porquê e sei que isso é feião.

Tudo nela me lembra a Clara, branquinha de olhos azuis, cabelo mais ou menos enrolado... talvez seja isso que me atrai nela. A aparência tão parecida com a Clara.

Cheguei em casa por volta das 1h da manhã, não vi nem rastro da Talita na sala, fui na cozinha e vi dois pratos em cima da mesa, um com comida e o outro vazio.

Saí da cozinha indo pro andar de cima.

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Amor VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora