Borges
Segunda feira, 01/12 - 12:40pm
A Yasmin saiu do banheiro com uma toalha no corpo e logo entrou no lugar que ela guarda as roupas dela.
Borges: Tá com fome?- pergunto vestindo minha camisa.
Yá: Um pouco.
Borges: Vamos almoçar com a Júlia.
Yá: Ela tem aula de defesa pessoal, esqueceu?
Borges: Então cê quer comer fora? Ou...
Yá: Pede no delivery.
Assenti pegando meu celular em cima da cama, pedi a comida num restaurante foda, e continuei no celular.
Ela saiu já vestida com um shorts e um top, com o cabelo preso num rabo de cavalo.
Borges: Cê fica perfeita em tudo, fora do comum.- falo e ela revira os olhos.
Yá: Não precisa ficar me elogiando o tempo todo que estamos juntos.
Borges: Fazer o que, se é verdade.
Yá: Calar a boca e sair desse quarto.- fala pegando na minha mão e eu puxo ela, que cai em cima de mim.
Borges: Só de te olhar, da vontade de te jogar nessa cama e transar até o outro dia.
Yá: Pena que não vai rolar, tenho que sair de tarde.
Ela se levanta e abre a porta, saindo em seguida. Quando eu levanto da cama, o celular dela começa a tocar, era número desconhecido então eu atendi.
A pessoa do outro lado do telefone não falou uma palavra, e desligou.
Saí do quarto dela, com o celular da mesma na mão e entreguei a dona.
Yá: Que foi? Você ficou tenso do nada.
Borges: Bagulho meu, relaxa.
Yá: Tá bom, né.
A gente passou um tempinho junto, almoçamos e depois de uma hora mais ou menos, eu meti o pé. Fui direto pro morro, senti um negócio estranho quando atendi a ligação no celular da Yasmin.
Sei lá, me parou total, foi a mesma sensação que senti no dia que a Clara morreu. Só espero que com a Yasmin não aconteça nada, nem com a Júlia. Elas ficando bem, eu vou tá bem também.
Bené: Tem uma pessoa na sua sala, te esperando.- fala assim que piso o pé na boca.
Borges: Já pode ir cortando essa ondinha de ficarem entrando e saindo da minha sala, ali não é brega não.
Ele assente e eu continuo meu caminho, até chegar na minha sala. Abro a porta esperando ser a Talita e doidinho pra soltar a fala.
Borges: Lima?
Lima: E aí, parceiro. Voltei.
Fui até o cara e abraço ele. Porra, esse filho da puta é um irmão pra mim, fechamento certo, sempre esteve comigo no claro e no escuro, nunca que ia deixar de receber ele com um abraço.
Borges: Caralho, tu sumiu e não deu uma notícia. Pensa que vida de bandido é fácil pra tá sumindo por aí.
Lima: Minha cabeça tava a prêmio, acha mesmo que ia correr o risco ficando aqui?
Borges: Já disse que a gente pula nessa bala junto se for preciso, mas arregar, nunca. Posso morrer e o que for, mas meu nome eu deixo aí pra todos lembrarem.
Lima: Isso se chama loucura, pra tu morrer é facinho, mas tu deu uma sorte do caralho desse teu rostinho não ter rodado os noticiários.
Borges: Ainda não ter rodado nos noticiários.- falo e sento.- Vivo esperando isso, uma hora chega pra todos. Pra tu e pra mim.
Lima: Isso é fato. E tua mulher tá grávida, né? Vi ela saindo do morro com a barriga redondinha, achei até estranho. Morria dizendo que não queria filho.
Borges: É, vou ser pai de novo, mas a Talita não é mais nada minha não. Larguei dela.
Lima: Tu dizia isso direto, não durava 1 mês tava macetando ela de novo.
Borges: O problema é que tem outra na parada, e na moral, não quero dar nenhum motivo pra ela sumir da minha vida.
Lima: É um fudido mesmo. Mas quem é a moça?
Lp: Ah, é uma guria insuportável que mora em Copacabana, novinha também. Se tiver 20 é muito.- fala entrando na sala e se jogando no sofá que tem aqui.
Lima: Caô?
Lp: E pra melhorar, a mina é filha de delegado, cara. Ela é gente fina, pode confiar.
Borges: Maria fifi do caralho, menor.
Lima: Meu irmão, cê tá passando por problemas sério, cara. Se envolver com filha de delegado, se for menor de idade aí fudeu mais ainda.
Borges: O Lp esqueceu de dizer que ela sabe bem o que sou, e nunca tocou nisso pro pai, mesmo a gente se batendo de frente umas 2 vezes. E que foi o Lucas que trouxe ela aqui de primeira.
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Amor Vagabundo
General Fiction"Somos intensos, como o calor do sol e as chamas do fogo"