Amor Vagabundo

25

Borges

Sábado, 22/11 - 08:30am

Jessé: Pra falar a real, Lucas tá fazendo uma falta do caralho na tropa.- fala e eu o encaro.

Borges: Quem não soma, some. Tá com saudade? Vai atrás.- falo e ele levanta as mãos em rendição.

Lp: O Lc deu uma mancada da porra, pô. Saiu da linha sem necessidade nenhuma, cara. Que isso, doidão.

Bené: Chefe.- fala entrando na minha sala.- Tu não vai acreditar no bagulho que descobri.

Borges: Abre o bico, tenho bola de cristal não.

Bené: É sobre o incêndio lá do studio de tatuagem da mina lá.

Borges: E aí? Deu no quê?- pergunto curioso e apreensivo pela chance de ter sido a Talita.

Porra, querendo ou não, ela tá grávida de um filho meu, nunca que ia deixar a Yasmin encostar nela, mesmo a Talita merecendo, caso tenha sido ela.

Bené: O Lc. Ele foi o culpado pelo incêndio.

Lp: Caô?

Jessé: Caralho, que amigo da onça.

Borges: Ainda acha que esse cara faz falta? Porque tô afim de bater de frente com ele agora!- falo puto pra caralho.

Bené: Vai caçar o cara?

Borges: Quer que eu fique sentado vendo aquele filho da puta do Lucas fuder com a vida da mina que era amiga dele há mó tempão?

Lp: Não é assim também...

Borges: Não é assim o caralho!- falo alto.- Se eu ouvir qualquer um falar um "a" em defesa daquele fodido, vai todo mundo pro mesmo buraco que ele.

Saio da minha sala muito puto, seria capaz de matar um do jeito que eu tava.

Subi na minha moto e rastei pro mirante, o único lugar que me tranquiliza. Acendi uma baseado e fiquei olhando o morro, uma parte da cidade, tudo parecia calmo.

Não sei quem é mais fodido nessa vida. Ela por ter um amigo que quer ver ela na merda, ou eu por tá gostando dela.

Uma paty da Sul, filha de delegado, mimada e grossa, gostosa pra caralho também... tá me fudendo legal.

[...]

Borges: Só marcar, apareço no lugar e na hora.- falo com a Júlia.

Jú: Promete que não vai sumir? E caso realmente vá, não vai fazer perguntas inconvenientes?

Borges: Prometo aparecer, de resto não prometo nada.- falo e ela me abraça.

A Yasmin só observava tudo enquanto comia sei lá o quê.

Tinha vindo visitar a Júlia, mas a guria tinha que tá enfiada na casa da bandida safada da Yasmin, ainda se recusou a ir pra outro lugar pra gente bater um papo. Vê se eu posso com essa menina.

Jú: De qualquer forma, é um passo dado. E você, Yá?

Yá: Eu o quê, garota? Me tira disso, eu hein.

Jú: Por favor, cara. Eu vou precisar de alguém que desvie qualquer assunto que meu pai iniciar, só você pode fazer isso.

Borges: Ô, Júlia. Eu ainda sou seu pai, me respeita.

Ela sorri falsa e volta a falar com a Yasmin, mas logo sai do apartamento dizendo que vai combinar agora mesmo com o namorado o dia pra eu conhecer ele.

Fui até o sofá que a Yasmin tava sentada, e sentei do lado dela, a garota tava comendo um tipo de cereal de aveia com morango e banana.

Yá: Que foi?

Borges: Gosto muito dessa aproximação sua com a Júlia. Depois que a mãe dela morreu, a única imagem feminina que ela tinha mais próxima de mãe era a Alessandra.

Yá: Aconteceu tão naturalmente, que quando me dei conta, tava conversando com ela sobre os melhores tipos de absorventes.

Borges: Tu é uma guria legal.

Yá: Não me acha mais uma patricinha mimada?- pergunta com um sorriso cínico no rosto.

Borges: Tu não vai deixar de ser isso aí nunca, pô. Esquece.- falo colocando uma mechinha de cabelo dela pra trás da orelha.

Yá: Sem essa, tá. Isso não vai rolar mais, você vai ter um filho ou filha com outra, sendo que essa outra é sua "mulher".- ela fala e faz aspas.- E também nunca daria certo, você traficante, eu filha de delegado... é só somar e ver o que tá mais claro que água.

Borges: Se o problema todo é teu pai, já é, me bato com ele e resolvo isso em 1 minuto.

Yá: Ele não ia pensar duas vezes em te prender.

Borges: Não bota fé em mim, né? Tenho medo do teu pai não, eu tenho o mesmo que ele tem entre as pernas.- falo e ela rir.- Por você, eu corro esse risco.

Ela no mesmo momento calou a boca, ficou toda vermelha e sem saber pra onde olhar.

Yá: Você é louco.

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