Cap 46 - Contrariedades

1.6K 102 1
                                    

/Sábado

Por enquanto a vibração era leve, eu tinha como me acostumar e ignorar, então ainda agia normalmente.

Depois da "intriga indireta" que tivemos, um longo silêncio tomou o lado jovem da mesa até meu pai resolver fazer um brinde.

Petrus: Também quero parabenizar minha filha, S/n - acrescentou, a taça erguida após um breve discurso - que depois de uma longa partida ontem, em que poderia ter jogado melhor... - ouvi alguns de meus tios rirem - ainda conseguiu sair de lá uma vitoriosa capitã.

Minha feição já não era tão feliz quanto quando o discurso começou, mas era óbvio que essa piadinha ser contada mais cedo ou mais tarde.

Todos beberam de suas taças e reiniciaram a falação em segundos, como se tivessem soltado muitas abelhas no cômodo de repente.

Antes de conseguir deixar minha taça na mesa Ashton a acertou com o cesto de pães que segurava, virando a bebida do copo contra si.

Melina: S/n! Seja mais cuidadosa! - xingou, uma voz estridente antes de revirar os olhos - Leve Ashton para se limpar, por favor - pediu antes de se virar e voltar a falar com minha tia, sem nem me dar chance de explicar o mal entendido.

S/n: Claro - respondi seca, ignorada pela mulher - Vamos, Crane.

~Lavanderia~

Seguida por Oliver e pelo menino agora todo sujo, fomos até a lavanderia para pedir que algum dos funcionários limpasse a roupa obviamente cara do amigo de meu primo.

S/n: Adora, poderia ajudar Ashton com sua roupa, por favor? - pedi para a primeira elfo que encontrei.

Ela tinha um rosto cansado, provavelmente pelas longas horas que já tinha trabalhado naquele dia, mas ainda aceitou pacientemente meu pedido.

Ashton: Ahh... será que vocês poderiam sair, por favor? - o rosto mais vermelho que um pimentão, não querendo ficar seminu enquanto observavamos.

Eu e Oli nos sentamos em um divã na sala em frente à lavanderia, uma cheia de sofás e mais lustres brilhantes.

S/n: Crane sempre foi desastrado - suspirei entrelaçando meus dedos nos de Wood, sentando em seu colo e esticando as pernas no sofá - Não houve uma vez sequer que ele tenha vindo aqui e saísse sem nenhum arranhão, roupa manchada ou tendo que ingerir alguma poção para abrir as vias respiratórias.

Oliver: "Acho meigo da sua parte se preocupar com Ashton, prima. Se passou tanto tempo e você ainda recorda esse fato" - imitou Peter, nossas risadas logo preenchendo as paredes. Ouvimos a porta abrir, eram meus primos.

Viktor: Por Merlin, a reunião de família mal começou e já quero ir embora, até meus pais estão enchendo - se jogou em outro sofá.

Peter: Onde está Ashton? - perguntou preocupado ainda parado na porta.

S/n: Seu namorado Crane está na lavanderia - respondi serena olhando para a mão de Oliver.

Peter: Já te disse que não somos namorados! - fechou a porta com força, os outros dois riam.

Os pais de Peter eram muito conservadores, e assim o educaram. Se descobrissem sobre as festas que fizemos naquele moinho na última semana, que eu fiquei com uma garota e já tinha transado mais vezes do que me lembro antes do casamento, provavelmente entrariam em colapso e nunca mais olhariam em minha cara, mandando Peter fazer o mesmo.

O triste é que ele faria, e eu sei que não por achar essas coisas realmente absurdas, mas por ter aprendido que "seus pais sabem mais, faça o que mandam e não terá problemas, caso contrário será visto como um mau filho", e então, ele faz.

Não sou exatamente seu oposto, na maioria das vezes também prefiro fazer o que me mandam do que criar uma grande intriga, mas meus pais ainda são mais mente aberta que meus tios.

Viktor: A tia Petra quer fazer o jogo amanhã. Os outros concordaram, exceto pelo...

S/n: Pierre, claro.

Petra era a irmã gêmea de meu pai e mãe de minha prima Clair. Essa parte da família é tão obcecada por esportes que morreria para vencer uma partida... o que aconteceu com meu tio Marvin, pai de Clair, 7 anos atrás enquanto participava de uma edição da antiga Corrida de Vassouras na Suécia.

Viktor estava quase dormindo agarrado à uma almofada quando ouvimos alguém começar a tossir no corredor, o que nos fez sair correndo já sabendo o que acontecia.

Do lado de fora Peter tentava ajudar Ashton, que estava de joelhos no chão não conseguindo respirar.

Viktor: Vão chamar alguém! - pegou o garoto no colo, o levando até um dos sofás. Acompanhei Krum enquanto os outros dois começavam a correr na direção da Sala de Jantar.

• POV Oliver •

Ainda na metade do caminho percebi que Peter estava ficando para trás, provavelmente não aguentando mais correr.

Peter: Merda! Eu nasci para jogar xadrez, não correr feito idiota por aí! - resmungou, parando e se apoiando em seu joelhos, tão sem ar quanto Crane e com o terno mais suado que se tivessem lhe jogado um balde de água - Wood... na mochila... do Ash... tem uma poção, pegue - fez sinal com a mão para que eu seguisse e o deixasse ali.

Quando entrei correndo na Sala de Jantar senti olhares curiosos em mim, ainda mais quando abri a mochila na cadeira de Crane. Sem tempo para explicações, apenas deixei os olhares para trás e voltei à sala onde estavam S/n e Krum, passando por Peter, ainda no mesmo lugar tentando recuperar o fôlego.

_ _ _

Notas da autora:
Vote e comente ❤️

Maldito Vermelho - Oliver WoodOnde histórias criam vida. Descubra agora