Cap 38 - Passado é Passado

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⚠️ TW: ASSÉDIO

XXX: S/n Peasegood... - ouvi uma voz asquerosa alegremente me chamar.

Paralisei por rápidos segundos enquanto analisava o garoto alto e musculoso em minha frente. Os altos fios cor de amêndoa e sorriso iluminado que faziam com que qualquer um caísse em sua lábia.

S/n: M-Massart? Kol Massart? - perguntei ainda incrédula, tentando não demonstrar minha repulsa pelo idiota.

Kol: Em carne e osso! - respondeu abrindo os braços e vindo em minha direção, ainda com o sorriso no rosto.

O menino me abraçou como se tivéssemos esquecido as coisas que ele havia feito.

Kol: Como você está? Sabe do Viktor? - fingiu não notar meu desconforto.

S/n: Ah, e-eu estou bem. Viktor deve estar por aí, não vejo ele tem um tempo - fiquei na ponta dos pés, olhando de um lado para o outro como se o procurasse.

Kol: Ah, S/n, olha... Eu sei que seu primo tem raiva de mim pelo que aconteceu no passado... - os ombros encolhidos como se tentasse me convencer de que ele era a vítima - mas eu quero que saiba que não guardo mágoa alguma. Passado é passado.

Aquelas palavras me tiraram de mim. Meu rosto fechou na hora, a S/n desesperada por ajuda deu espaço para uma S/n prestes a esfregar boas verdades na cara do protegido filho dos Massart.

S/n: Você não guarda mágoas? - soltei um curto sopro nasal - Kol, é melhor pararmos por aqui antes que viremos entretenimento gratuito para toda essa gente - avisei antes de tentar passar pelo garoto para sair dali.

Kol: S/n! - segurou com força meu braço, eu podia ver a ponta de seus dedos ficarem brancas - Eu não vim arranjar problemas, só quero conversar.

S/n: Se não tivesse vindo arrumar problemas não estaria me agarrando - falei ríspida olhando para o mesmo - Me solta, Kol! - vendo que minhas palavras não surtiram efeito algum saquei minha varinha e a coloquei contra seu pescoço - Agora! - ele deu uma rápida checada em meu corpo antes de me soltar e ir um passo para trás, uma feição nada amigável na face.

Saí dali no mesmo instante, várias memória terríveis voltando à minha mente, passando como um filme que eu não queria ver.

~Corredores de Beauxbatons~

As bebidas de horas atrás, misturadas às recentes emoções de ver Kol, não estavam me fazendo bem, e o fato de eu tremer tentando colocar aquela maldita chave na fechadura da porta de meu quarto me provava isso.

Kol: Não sabia que eu surtia tanto efeito sobre você, docinho - uma mão gelada se colocou na minha, finalmente encaixando a chave e virando-a.

Aquela palavra limpou minha cabeça, de repente eu já não sentia meu coração bater tão acelerado, nem mesmo tremia as mãos. Agora eu estava com medo, completamente focada no que estava acontecendo, mas mais paralisada do que nunca.

"Docinho", era como aquele imbecil costumava me chamar. Hoje eu odiava aquele apelido tanto quanto a pessoa que o proferia.

Kol: Eu vi como aquele garoto te olhava na festa... - sussurrou em meu ouvido, beijando meu pescoço e passando a mão por minha cintura - enquanto você beijava todo mundo que aparecia na sua frente... - me colocou com força contra a porta, agora apertando meu pescoço com a outra mão. Eu me debatia na tentativa de me soltar, o fazendo pressionar seu corpo contra o meu - mas não era com aquelas pessoas que você queria ficar, não é? - deu uma leve mordida na dobra de minha mandíbula, me causando forte ânsia - O que você realmente queria era estar fodendo com el...

Antes que ele conseguisse terminar a frase acertei-lhe uma forte joelhada entre as pernas, o derrubando no chão aos grunhidos.

S/n: Nunca mais... - saquei novamente minha varinha e ergui a voz - Nunca mais encoste em mim, seu filho da puta nojento! - gritei, sentido meu rosto queimar e lágrimas começarem a se formar em meus olhos.

Oliver: S/n! - ouvi a voz do grifinório, que agora vinha até mim o mais rápido que conseguia pelo corredor, meu primo ao seu lado.

Por dentro eu me dividia entre um tremendo pavor e imenso alívio, que percorriam meu corpo tão rápido quanto meu coração conseguia bater, e agora ele batia como se fosse explodir.

Os braços de Oliver me envolveram enquanto eu escondia meu rosto em seu pescoço e deixava as lágrimas descerem como correntezas por minhas bochechas.

Oliver: Ele te machucou? - Neguei com a cabeça. Sua voz era tremula, ele tentava disfarçar, mas eu sabia que me ver naquele estado o destruía por dentro, que se algo ainda pior tivesse acontecido uma culpa iria consumi-lo por inteiro, a culpa irracional de não ter chegado lá antes do tal pior se concretizar.

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Notas da autora:
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Maldito Vermelho - Oliver WoodOnde histórias criam vida. Descubra agora