Tomando as rédeas

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Tomando as rédeas

Capitulo 83

Há momentos na caminhada em que o ser humano não vê saída, o jeito é tomar posição de sentido, arregaçar suas mangas e apoderar-se das rédeas de sua vida. E seguir o caminho traçado pelo destino, sem choro ou lamento, passar por cima de todas as barreiras que o cercam e sair mais forte do outro lado; batendo em seu peito e cantando o canto da vitória. Sem choro; sem lamento, cantando do outro lado o canto da vitória.

Fazenda Esmeralda

Após vários dias de ausência, Samuel tem feito falta no comando de sua fazenda, seu jeito insano e autoritário impunha respeito frente a seus porcenteiros.

Mesmo tendo havido um contrato de porcentagem, o qual garante a inserção de trabalhos e responsabilidades do dono da propriedade ante os seus empreiteiros, todavia, algumas causas tendem à serem resolvidas somente pelos proprietários.

Várias famílias italianas têm trabalhado a finco para prepararem a terra para o plantio que se aproxima, entre os trabalhadores existem vários integrantes que não levam a sério o trabalho, causando prejuízo para à fazenda e também para seus patrícios.

Alguns animais de pequeno porte e mantimentos do celeiro têm sido usurpados, o que começou em pequenas porções agora vêm crescendo em quantidade.

Castilho já tomou providencias, fazendo reclamações para o senhor Aparício, chefe da colônia de italianos que vive em Esmeralda.

Não conseguindo que o problema seja resolvido, vem até a sede da fazenda relatar a dona Beatriz.

- Bons dias, Senhora Beatriz.

- Bons dias, Castilho. O que o traz tão cedo até à casa grande?

- Sinto muito em aborrece-la com problemas que poderia resolver sozinho, porém, o problema tem fugido de minha orçada, ultimamente está acontecendo alguns roubos na fazenda e já é conhecido que são alguns jovens italianos, jovens agregados em algumas famílias. Estão causando prejuízo, afanando mantimento no celeiro e na dispensa...

- Não me diga tal! Sem Samuel aqui, temo que isso tende a piorar.

Dona Beatriz se detém sobre seus pés e por alguns instantes fica pensativa em pleno silencio. Castilho a observa também em silencio.

De repente ela olha para ele e diz:

- Vá até a colônia e marque uma reunião para hoje à noite, diga que iremos resolver esse impasse e que ninguém falte a reunião.

- Posso falar, porém não acredito que irão ouvir ninguém além do patrão.

- Então diga assim: _Se faltarem a reunião a guarda estará logo pela manhã para levar os infratores, pois temos ciência de quem o são.

- Assim, acho que todos irão, menos os infratores.

- Por esse motivo que quero que diga exatamente minhas palavras.

- Direi suas palavras sem tirar nem por.

- Faça isso, Castilho. Faça isso.

Santa Casa de Misericórdia

José Jerônimo se aproxima da cama de Leôncio e diz olhando para o negro que está sem sentidos sobre o leito.

- Tenha forças meu amigo, espero que se recupere logo, precisamos saber de sua história, quem fez isso com você, meu irmão? E o porquê de tanta crueldade?

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