Paraiso

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Paraiso.

Capitulo 82

Amor é um sentimento com variações incontáveis.

Estar amando, implica em se abster de vários sentidos do corpo.

Há uma fábula popular que diz que o amor é cego: _ por ter perfurados seus olhos com um espinho de um roseiral; demonstrando com isso, a falta de critérios de beleza para se escolher a quem amar.

O amor também é surdo: _ por não dar ouvidos a ninguém que tente dissuadir o ser apaixonado com palavras conselheiras.

O amor é guiado pela loucura.

O amor não tem idade.

O amor não tem gênero.

O amor não tem cor...

E assim, o sentimento abstrato de maior notoriedade, se torna o dono do órgão que bombeia o sangue para todo o corpo, o motor que move a vida, vital para nossa existência.

E sobre ele recai a fama de carregar em si o desatino desse substantivo abstrato. "Amor"

Palacete...

O sol da manhã, introduz timidamente sobre a fresta da cortina, seus raios amarelados sobre corpo nu de Octaviana.

José Jerônimo abre seus olhos vagarosamente, tem à sua frente a visão mais extraordinária e bela que um homem completamente apaixonado possa ter.

A mulata rainha da beleza, dorme sobre o lençol branco de seda egípcia. Os seios nus são iluminados pelos raios do sol da manhã, sua respiração silenciosa, faz o colo do seu peito subir e descer como se estivesse em uma apresentação de balé.

Os lábios amarronzados, enfeitam à face mulata, linda e angelical.

Os cabelos crespos cobrem-lhe parte do rosto e caem sobre os ombros perfeitos.

Os olhos da deusa da beleza, se abrem; o sorriso branco e divino enfeitam lhe a face.

_ Com certeza estou no paraíso: _ pensa José Jerônimo.

- Case-se comigo, minha baronesa?

- Sim!

- Case-se hoje.

- Sim!

- Não poderei viver sem você nem por um minuto...

- Casarei, agora! Nua! Serei sua esposa, agora!

- Agora!

Diz José, afastando os cabelos de Octaviana de seus olhos, aproximando-se de seus lábios a beija,  entregando-se ao amor  uma vez.

Estação do trem.

Samuel chega à estação e Serafim o aguarda na plataforma.

O fazendeiro está com um tremor estranho em suas mãos, o qual tenta esconder segurando a alça de sua mala com uma força excessiva.

- O trem já está para partir. O senhor precisa comprar os bilhetes.

- Faltam alguns minutos, não se preocupe, não perco esse trem por nada!

Logo após comprar os bilhetes, o trem apita...

- Todos os passageiros, ao embarque!

Diz o bilheteiro, se colocando em frente a porta de entrada.

Senhor Samuel mostra o bilhete e entra para o da elite da época; primeira classe.

Serafim mostra o bilhete e coloca o pé na escada que conduz à primeira classe.

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