Embate entre gigantes

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Capitulo 100

Embate entre gigantes

Diz o ditado " Quem pode mais, chora menos! E também, que dois bicudos jamais se beijam!" Nos primeiros anos após a princesa Isabel ter assinado a tão sonhada carta de Alforria; sonhada pelos escravos e pelos abolicionistas, toda à população vivia sempre ao extremo. Enquanto os negros exigiam serem respeitados como cidadãos livres, os brancos exigiam serem respeitados como sendo ainda a cor dominante. Alguns negros e mulatos participavam da elite da sociedade como poetas, advogados, escritores e até mesmo comerciantes, todavia o racismo estrutural e congênito colocava tais pessoas fora da bolha, eram suportadas, porem, nem sempre aceitas pela maioria. Algumas autoridades casmurravam-se e destilavam seus venenos sobre a cor negra entranhada na pele dos recém cidadãos libertos por decreto.

Na delegacia

O soldado volta e diz ao delegado que as duas mulheres desapareceram.

- Não há problema algum, tenho o endereço de onde elas estão hospedadas.

- O senhor delegado tem o endereço?!

Fala Samuel virando-se para o delegado.

- O que isso te importa! Você deveria é estar preocupando-se em me dar respostas plausíveis para todo as perguntas que lhe farei!

- Não lhe responderei pergunta nenhuma se não me deres o endereço de minha escrava.

- Senhor Samuel, não me venhas com chantagens! Não sou homem que se preste a isto! Não queiras saber do que sou capaz...

- Não lhe responderei nada! Antes, exijo um advogado que me represente.

Sei que não sou obrigado a lhe responder sem um representante.

- O senhor tem esse direito. Vai voltar para a cela e quando o seu advogado chegar, o senhor me dará todos os esclarecimentos...

Samuel continua sentado frente ao delegado, pode-se ver o ódio que seu rosto manifesta o desejo dele é sair correndo dali atrás de Ayana, porem para isso ele precisa do tal endereço.

- Preciso mandar um telegrama para minha mulher enviar-me dinheiro, pegue meu endereço.

- Não se preocupe, já temos vosso endereço, mandei lhe uma intimação para que prestaste esclarecimentos sobre seu lacaio Serafim.

Samuel pede um papel e uma caneta e escreve um pequeno bilhete para sua esposa dona Beatriz.

- Mande esse bilhete, por favor.

- Será enviado! Soldado, leve o senhor Samuel para seus aposentos.

- Sim, senhor!

Logo que eles saem o delegado fica indignado.

_ Preciso de um advogado!

Bufa o delegado.

Com a exigência de Samuel por um advogado, o delegado não vê outra alternativa a não ser leva-lo para cela e aguardar.

A carruagem chega rapidamente até a delegacia.

José Jeronimo desce e ajuda a baronesa a descer com o menino no colo.

Eles adentram a delegacia e José bate na porta da sala do delegado.

- Pode entrar!

Diz o delegado que ainda está nervoso com Samuel.

- Ora, se não é o senhor advogado. Entre e se assente.

José entra e logo atrás entra Octaviana.

- Sente-se também senhora.

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