Persistência
Capitulo 78
A vida leva o ser humano à persistência; os caminhos do destino e às rasteiras que ele aplica, servem para ensinar o homem a se levantar e seguir...
As derrotas e dificuldades pela estrada espinhosa da vida, ensinam uma lição valorosa:
_ Deve-se persistir e prosseguir, pois os caminhos são espinhosos mas, a recompensa é perfumada como uma flor.
No sitio...
Dona Alma amanhece tristonha e pensativa, olha pela janela da sala com um olhar distante. Senhor Damião a observa da porta que faz divisa entre a sala e a cozinha.
- O que há contigo mulher?
- Não sei, estou angustiada e não consigo para de pensar naquela pobre criança.
Sei que Catarina não a quer, porém, é nosso neto e, pelo menos a metade do sangue que corre nas veias dele é nosso sangue...
Senhor Damião encosta na janela junto com sua mulher.
- Tenho pensado nisso todos os dias, ouso o choro lamentoso do pobre menino.
E ainda digo mais, que importa o que dirão?! Nossa pobre menina não teve culpa de nada do que aconteceu, a criança não pode pagar pelo monstruosidade daquele negro maldito!
- Eu também ouso o choro do menino, me lembro da Ayana o levando nos braços...
Se pudesse, se houvesse uma maneira eu o traria e cuidaria dele, afinal, seja como for, ele é meu neto!
- E Catarina, quando voltar?! Será que ela conseguirá conviver com o menino?
- Espero que sim; mas como poderíamos traze-lo se o colocamos na roda dos enjeitados?
Senhor Damião pega Alma pelas mãos e as aperta sorrindo.
- Eu sei como!
- Como?
- Me espere que vou até à vila e já voltarei, ou melhor, se arrume e vamos até à vila.
- Precisamos levar a Selma.
- Arrumem-se rápido que hoje seremos avós!
- Como?
- Arrume-se, mulher!
Senhor Damião sai às pressas para o lado do pasto, arreia o cavalo na carroça e parte com a família para o vilarejo onde deixou seu neto aos cuidados de Nhá Jacinta.
Estalagem...
Após o ataque convulsivo, Samuel continua deitado sobre a cama por um longo tempo.
Seus pensamentos estão confusos e não consegue deixar de tremer: _ Ayana, eu a amo porque você não vem cuidar de mim...maldito negro, bastardo! Bastardo! Eu sei que você sempre quis tudo que era meu, maldito!
Maldito, papai! Porquê? Porque teve que currar todas as negras da senzala? Ayana, Ayana...
Depois de algum tempo, Samuel se levanta, vai até um criado mudo na cabeceira da cama e toma um gole de agua, suas pernas estão tremulas e ele se deita novamente.
Seus pensamentos voam para o passado, para o dia em que disse para seu pai que se casaria com a mulata mais linda de todo o mundo:
- Eu a amo, papai.
- Você só pode estar brincando comigo.
- Não estou, eu a quero para mim, ela será minha!
E me casarei com ela mesmo que o senhor me deserde.
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Espinhos da Liberdade
Ficção HistóricaApós a abolição da escravidão, muitos escravos libertos se viram sem rumo, sem perspectiva. Saíram sem nada, a não ser, suas vidas errantes pelos caminhos desconhecidos do destino. A liberdade tão sonhada, transformou-se em espinhos. Uma nova, velha...