01. noiva ✨️

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Enquanto eu esperava que um dos três sinais de trânsito da cidade abrissem, olhei para a direita — na minivan, a Sra. Weber tinha virado todo o corpo para mim. Os olhos dela perfuravam os meus, e eu suspirei, me perguntando por que ela não desviava o olhar ou demonstrava constrangimento. Ainda era considerado falta de educação encarar as pessoas, não era? Isso não se aplicava mais a mim?




Depois me lembrei de que aquelas janelas eram tão escuras que ela não devia fazer ideia de que era eu que estava ali, menos ainda de que eu havia flagrado seu olhar. Tentei me reconfortar um pouco com o fato de que ela não estava olhando para mim, só o carro.





Meu carro.




Olhei para a esquerda e gemi. Dois pedestres estavam paralisados na calçada, perdendo a oportunidade de atravessar por estarem olhando o carro. Atrás deles, o Sr. Marshall olhava feito um parvo pela vitrine de sua lojinha de presentes. Pelo menos ele não estava com o nariz achatado contra o vidro.




O sinal ficou verde, e na pressa para escapar pisei fundo no acelerador. O motor rugiu como uma pantera, o carro deu um solavanco forte para a frente e em menos de dois minutos eu consegui chegar ao meu destino: o posto de gasolina.




Agindo como se estivesse em uma corrida, abri o tanque, passei o cartão e encaixei a mangueira de combustível em segundos. É claro que não havia nada que eu pudesse fazer para que os números no medidor andassem mais rápido.




Não era um dia claro — um típico dia chuvoso em Forks, Washington; mas eu ainda tinha a sensação de que havia um holofote focado sobre mim, chamando a atenção para a delicada aliança em minha mão esquerda. Era idiotice ficar tão sem graça, e eu sabia disso. Além do meu pai e da minha mãe, será que importava realmente o que as pessoas diziam sobre o meu noivado? Sobre o meu carro novo? Sobre a minha misteriosa admissão numa universidade da Ivy League? Sobre o cartão de crédito preto e reluzente que agora parecia arder no meu bolso de trás?





– É, quem liga para o que eles pensam? – murmurei.





– Hmmm, moça? – uma voz de homem me chamou.




Eu me virei, e então desejei não ter feito aquilo.




Dois homens estavam parados atrás de um 4 x 4 caro, com caiaques novos em folha no rack do teto. Nenhum deles olhava para mim; os dois tinham os olhos fixos no meu carro. Pessoalmente, eu não entendia. Já me orgulhava de poder distinguir entre os logos da Toyota, da Ford e da Chevrolet. Aquele carro era preto, reluzente e lindo, mas para mim ainda era só um carro.




– Desculpe incomodá-la, mas poderia me dizer que modelo é esse que está dirigindo? – perguntou o homem alto.




– Hã, é um Mercedes, não é?





– Sim – disse o homem com educação, enquanto o amigo mais baixo revirava os olhos diante da minha resposta. – Eu sei. Mas eu estava me perguntando se você... está dirigindo um Mercedes Guardian? – O homem disse o nome com reverência. Tive a sensação de que aquele sujeito iria se dar bem com Edward Cullen, meu... meu noivo – Eles ainda não devem estar disponíveis nem na Europa – continuou o homem – que dirá aqui.




Meus olhos acompanhavam as linhas do meu carro — não me parecia muito diferente de outros Mercedes sedãs, mas o que eu entendia do assunto?




breaking dawn - Amanhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora