27. prelúdio 💫

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Carlisle e Edward não conseguiram alcançar Irina antes que o seu rastro desaparecesse no estreito. Eles nadaram até a outra margem para ver se recuperavam o rastro em uma linha reta, mas não havia vestígio dela por quilômetros em nenhuma direção na margem leste.




Foi tudo minha culpa. Ela veio, como tinha previsto Alice, para fazer as pazes com os Cullen, e acabou enfurecida por minha amizade com Jacob. Eu queria ter percebido sua presença antes de Jacob se metamorfosear. Queria que tivéssemos ido caçar em outro lugar.




Não havia muito a ser feito. Carlisle ligou para Tanya com a notícia decepcionante. Tanya e Kate não viam Irina desde que decidiram vir ao meu casamento, e elas ficaram perturbadas por Irina ter chegado tão perto e não ter voltado para casa; não era fácil para elas perder a irmã, mesmo que a separação fosse temporária. Perguntei-me se aquilo lhe trazia duras lembranças da perda da mãe, tantos séculos antes.




Carlisle contou a história de Tanya durante uma das muitas noites em que fiquei até tarde na casa dos Cullen, aprendendo tudo o que podia, preparando-me ao máximo para o futuro que escolhi. A história da mãe de Tanya era uma entre as muitas que serviam como ilustração de apenas uma das regras que eu precisava respeitar quando fosse imortal. Só uma regra, na verdade - uma lei que se fragmentava em mil aspectos diferentes: Guardar o segredo.





Guardar o segredo significava muitas coisas - viver discretamente como os Cullen e mudar-se antes que os humanos pudessem suspeitar de que eles não estavam envelhecendo. Ou manter distância completa de humanos - a não ser no horário das refeições - como faziam nômades como James e Victoria. Significava também manter o controle sobre quaisquer vampiros novos que você criasse, como Jasper fez quando viveu com Maria. Como Victoria não conseguiu fazer com seus recém-criados. E significava, antes de tudo, não criar certas coisas, porque algumas criações eram incontroláveis.




- Não sei o nome da mãe de Tanya - admitirá Carlisle, com os olhos dourados, quase do mesmo tom de seu cabelo loiro - Elas jamais falam dela; se puderem evitar, jamais pensam nela por vontade própria.




"A mulher que criou Tanya, Kate e Irina, que as amava, acredito, viveu muitos anos antes de eu nascer, em uma época de peste em nosso mundo, a peste das crianças imortais. Não consigo entender o que eles, os antigos, estavam pensando. Criaram vampiros a partir de humanos que mal passavam de bebês."



- Eles eram muito bonitos - explicara Carlisle rapidamente, vendo a minha reação. - Tão afetuosos, tão encantadores! Você não imagina. Bastava ficar perto deles para amá-los; era uma reação automática.




"Mas eles não conseguiam aprender. Estavam paralisados naquele nível de desenvolvimento que alcançaram antes de ser mordidos. Adoráveis crianças de 2 anos com covinhas e ciciando, que podiam destruir metade de um vilarejo em um de seus acessos de raiva. Quando estavam com fome, alimentavam-se, e nenhuma advertência podia impedi-los. Os humanos os viram, as histórias circularam, o medo se espalhou como fogo em palha seca... A mãe de Tanya criou uma dessas criança. Como no caso dos outros antigos, não consigo entender os motivos."




Ele respirara fundo.




- Os Volturi se envolveram, é claro.



Encolhi-me, como sempre fazia diante desse nome, mas é claro que a legião de vampiros italianos - a realeza, segundo eles próprios eram fundamentais nessa história. Não haveria lei se não houvesse punição; não poderia haver punição se não houvesse quem as aplicassem. Os antigos Aro, Caius e Marcus governavam as forças dos Volturi.




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