- Irina foi punida por dar falso testemunho contra esta criança. - Aro declarou. Então essa era a desculpa deles. Ele continuou: - Talvez devamos voltar à questão que nos interessa.
Caius endireitou o corpo e sua expressão endureceu, tornando-se impenetrável. Ele olhava para frente, sem nada ver. Seu rosto lembrou, estranhamente, o de uma pessoa que tinha acabado de saber que fora rebaixada.
- Não houve nenhuma infração à lei - disse Aro numa voz apaziguadora, mas cada um de nós podia perceber que viria um porém. Reprimi a raiva que tentava se apoderar de minha garganta e libertar meu rosnado de desafio. - Nenhuma infração à lei - repetiu Aro. - No entanto, isso assegura que não haja perigo?
Os olhos de Caius se concentraram em Aro e o sorrisinho cruel voltou. Edward sibilou, as mãos se fechando com tanta força que parecia que os ossos dos nós dos dedos dele se romperiam da pele dura como diamante.
- Indagamos as testemunhas - sugeriu Aro. - Ouvimos os seus pensamentos antes de tomarmos nossa decisão. Digam-nos, amigos - e ele voltou as costas despreocupadamente para nós, andando alguns metros na direção de sua massa de observadores nervosos, agora ainda mais próxima da beira da floresta - O que pensam de tudo isso? Posso lhes garantir que a criança não é o que temíamos. Mas assumiremos os riscos e deixaremos a criança viver? Colocamos o nosso mundo em perigo para preservar esse clã?
As testemunhas responderam ao seu olhar com expressões cautelosas. Aro sorriu e virou-se para seus companheiros de mantos negros.
- Irmãos... - disse ele sombriamente - Há muito o que considerar aqui.
- Vamos deliberar - disse Caius com ansiedade.
- Deliberamos - repetiu Marcus num tom desinteressado.
Aro nos deu as costas de novo, ficando de frente para os outros anciãos. Eles se deram as mãos, formando um triângulo de mantos negros.
Era agora. Com cuidado, soltei os braços de Charlie do meu pescoço.
- Lembra o que eu disse a você?
Lágrimas encheram os seus olhos, mas ele assentiu.
- Eu te amo mamãe - Charlie sussurrou.
Agora Edward nos observava, os olhos de topázio arregalados. Jacob nos olhava também pelo canto de seus grandes olhos escuros.
- Eu também te amo, filho - eu disse, depois toquei seu medalhão. - Mais do que minha própria vida. - E lhe dei um beijo na testa.
Jacob gemeu, inquieto.
Fiquei na ponta dos pés e sussurrei em seu ouvido:
- Espere até que eles estejam totalmente distraídos, depois corra com ele. Pegue Bella e o meu pai no caminho. Vá para o lugar mais longe possível daqui. Quando estiver o mais distante que conseguir, pegue a mochila de Charlie. Lá tem tudo o que vocês vão precisar para recomeçar.
O rosto de Edward e Jacob eram máscaras quase idênticas de pavor, apesar do fato de um deles ser um animal. Charlie estendeu a mão para Edward e ele o pegou nos braços. Eles se abraçaram com força.
- Foi isso que escondeu de mim? - sussurrou ele por cima da cabeça de Charlie.
- De Aro - respondi.
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breaking dawn - Amanhecer
FanfictionEstar apaixonada por um vampiro é tanto uma fantasia como um pesadelo, costurados em uma realidade perigosa para Kristen Swan. Empurrada em uma direção por sua intensa paixão por Edward Cullen, e em outra por sua ligação profunda com Alec Volturi, e...