20. encontro 💫

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Encontramos um grande rebanho de alces enquanto corríamos de volta para casa. Dessa vez Edward caçou comigo, agora que eu tinha pegado o jeito. Eu abati um macho grande, fazendo quase tanta sujeira quanto fizera com o puma. E ele terminou com dois antes que eu tivesse acabado com o primeiro, sem um só fio de cabelo fora do lugar, nenhuma mancha em sua camisa branca.




Perseguimos o rebanho disperso e apavorado, mas, em vez de me alimentar novamente, dessa vez observei com cuidado para ver como ele conseguia caçar com tanta elegância.




Era uma experiência surpreendentemente sensual observar Edward caçando. Seu ataque suave era como o bote sinuoso de uma cobra; suas mãos eram tão seguras, tão fortes, tão completamente inescapáveis; seus lábios cheios eram perfeitos ao se afastarem sobre os dentes reluzentes... Ele era glorioso. Senti uma onda repentina de orgulho e desejo.




- Não está mais com sede? - perguntou ele, virando-se para mim.





Eu dei de ombros.





- Você me distraiu.





- Séculos de prática. - Ele sorriu. Seus olhos agora tinham um tom adorável de dourado.




- Só um - corrigi.





Ele riu.





- Acabou por hoje? Ou quer continuar?




- Acho que acabei. - Eu me sentia controlada. Talvez meu sentido de segurança fosse falso, mas eu estava muito satisfeita por não ter matado ninguém hoje. - Quero ver o meu filho - eu disse. Agora que minha sede estava dominada (ainda que não erradicada), era difícil esquecer as minhas preocupações anteriores.




Ele me estendeu a mão. Eu a peguei, e sua pele parecia mais quente que antes. Seu rosto estava ligeiramente corado, as olheiras haviam desaparecido. Eu era incapaz de resistir a afagar seu rosto de novo. E de novo. Quase me esquecendo de que esperava uma resposta ao meu pedido, enquanto fitava seus olhos dourados.



- Vamos para casa. - Ele disse, me guiando pelas árvores.




- Fale-me dele - insisti enquanto ele pegava a minha mão.




- Nada neste mundo se iguala a ele.




- Ele é parecido com você? É parecido comigo? Ou como o que eu era antes, pelo menos.





- Parece uma divisão perfeita.





- Ele tem sangue quente - lembrei.




- Sim. E tem batimento cardíaco, embora seja um pouco mais rápido que o coração de um humano... Sua temperatura é um pouco mais alta que o normal também e ele dorme.




- É mesmo?




- Bastante para um recém-nascido. Os únicos pais do mundo que não precisam dormir, e nosso filho já dorme a noite toda. - Ele riu.




Gostei do modo como ele disse nosso filho.




- Os olhos dele têm exatamente a cor dos seus - Ele sorriu para mim. - Eles são lindos.




- E a parte vampira? - perguntei.




- A pele dele parece quase tão impenetrável quanto a nossa. Não que alguém tenha pensado em testar.




breaking dawn - Amanhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora