25. brilhante 💫

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- Não sei o quanto devemos contar a Renée sobre isso - disse Charlie, os lábios dele se retorcendo num sorriso pesaroso.




Eu assenti.




- Não quero deixá-la apavorada. Melhor protegê-la. Isso não é para corações fracos.




- Eu teria tentado proteger você também, se soubesse como. Mas acho que você nunca se encaixou na categoria coração fraco, não é?




- Vou pensar em alguma coisa. Temos tempo para discutir isso, certo?




- Certo - ele me garantiu, enquanto acariciava a bochecha do seu neto que estava dormindo em seus braços. - Ele é a coisa mais linda e adorável que já vi.



- Ele tem a cor dos seus olhos, pai - eu disse, apertando a mãozinha caída do meu filho - E os seus cachos também.



Charlie pigarreou, depois bufou.




- Hã. Acho que tem. Hã... - Ele sacudiu a cabeça, em dúvida - Mas o nariz dele é exatamente igual ao seu, Kris.




- Aí! - Emmett de repente explodiu em frente a televisão - Vamos, Gators!



Jacob, Charlie e Bella se assustaram. O restante de nós ficou normal. Charlie foi o primeiro a se recuperar, então ele olhou para Emmett por cima do ombro.




- Flórida está vencendo?




- Eles acabaram de marcar o primeiro touchdown - confirmou Emmett. Ele olhou na minha direção, erguendo as sobrancelhas como um vilão de vaudeville. - Já estava na hora de alguém marcar um ponto por aqui.



Reprimi um silvo. Na frente do meu pai? Ele estava fazendo insinuações sobre a minha vida sexual na frente de Charlie? Aquilo estava passando dos limites. Mas meu pai não estava em condições de perceber as insinuações. Ele contornou Jacob, se sentou com cuidado na poltrona vaga de frente para a televisão e aninhou seu neto em seus braços.



- Bom - ele suspirou - Vamos ver se eles podem manter a liderança.



Foi um dia longo sob muitos aspectos e curto sob outros. Charlie assistiu a dois jogos inteiros - felizmente tão absorto em seus pensamentos e ao seu neto que não percebeu as piadas sugestivas de Emmett, que ficavam cada vez mais incisivas e menos relacionadas com futebol. Eu estava indo até a cozinha preparar o jantar para o meu pai quando Bella me interrompeu.




- Sue Clearwater está cozinhando para a gente hoje, Kris. Billy convidou a gente para o jantar. - disse ela, se levantando da poltrona. - Vai ser uma noite embaraçosa, mas não podemos cancelar o convite... Inclusive, já estamos atrasados. - Ela estendeu a mão para Jacob e o puxou para a porta.




- Humm... - Eu mordi o lábio inferior tentando controlar a minha frustração. Agora que eu tinha o meu pai de volta eu não queria deixá-lo ir. - Você vai voltar amanhã?



- Claro. É claro que vou voltar. - Ele disse, devolvendo o seu neto com relutância para os meus braços. Ele olhou ao nosso redor, seus olhos ficaram meio ansiosos por um minuto enquanto ele esquadrinhava a grande sala iluminada.




Todos ainda estavam ali; Alice estava recostada no primeiro degrau da escada, com a cabeça de Jasper no colo; Carlisle tinha a cabeça curvada sobre o grosso livro em seu colo; Esme cantarolava baixinho, desenhando em um bloco, enquanto Rosalie e Emmett preparavam a fundação para um monumental castelo de cartas debaixo da escada; Edward se encontrava ao piano, tocando muito suavemente para si mesmo. Não havia evidências de que o dia estava chegando ao fim, que podia ser hora de comer ou passar aos preparativos para a noite. Alguma coisa intangível tinha mudado na atmosfera. Os Cullen não se esforçaram tanto quanto habitualmente - a fachada humana tinha cedido um pouco, o bastante para o meu pai sentir a diferença.

breaking dawn - Amanhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora