Kris;
Eles vieram numa formação rígida e convencional. Moviam-se juntos, mas não marchavam; fluíam das árvores numa sincronia perfeita; uma forma escura e ininterrupta que parecia pairar alguns centímetros acima da neve branca, tão suave era seu avanço.
O perímetro mais externo era cinza; a cor escurecia a cada fila de corpos até o cerne da formação, intensamente negro. Cada rosto estava encapuzado, ensombrecido. O fraco roçar de seus pés era tão regular que parecia música, uma batida complexa que nunca falhava.
A um sinal que não vi, ou talvez não fosse um sinal, só milênios de prática - a configuração se desdobrou. O movimento foi rígido demais, quadrado demais para se assemelhar à abertura de uma flor, embora a cor sugerisse isso; era a abertura de um leque, gracioso mas muito anguloso. As figuras de manto cinza se espalharam nos flancos enquanto as formas mais escuras surgiam precisamente no centro, cada movimento rigorosamente controlado.
Era o ritmo dos invencíveis.
Era quase o meu antigo pesadelo. A única coisa que faltava era o desejo triunfante que eu vira nos rostos de meu sonho - os sorrisos de alegria da vingança. Até agora, os Volturi estavam disciplinados demais para demonstrar qualquer emoção. Também não revelaram surpresa nem espanto com o grupo de vampiros que os esperava ali; em comparação, um grupo que parecia de repente desorganizado e despreparado. Tampouco mostraram surpresa com o lobo gigantesco no meio de nosso grupo.
Não pude deixar de contar. Eles eram trinta. Mesmo que excluísse as duas figuras de mantos pretos desgarradas atrás, que eu suponho serem as esposas - sua posição protegida sugerindo que não se envolveriam no ataque -, ainda estávamos em menor número. Só vinte um de nós iriam lutar, e outros sete assistiriam enquanto éramos destruídos. Mesmo contando os dez lobos, eles nos sobrepujavam.
- Eles vieram - sussurrou Vladimir a Stefan.
- As esposas - sibilou Stefan de volta. - Toda a guarda. Todos eles juntos. Ainda bem que não tentamos Volterra.
E depois, como se não bastasse estarem em maior número, enquanto os Volturi avançavam lento e majestosamente, mais vampiros começaram a surgir na clareira atrás deles. Os rostos naquele influxo aparentemente interminável de vampiros eram a antítese da disciplina inexpressiva dos Volturi - mostravam um caleidoscópio de emoções. Inicialmente, houve o choque e até alguma ansiedade enquanto eles viam a força inesperada que os aguardava. Mas a preocupação passou rapidamente; eles estavam seguros em seu número esmagador, seguros em sua posição atrás da irreprimível força dos Volturi. Suas feições voltaram à expressão que tinham antes de os surpreendemos.
Estava claro que sua horda heterogênea e desorganizada; mais de quarenta vampiros reunidos - eram as testemunhas dos Volturi. Quando estivéssemos mortos, eles espalhariam a notícia de que os criminosos tinham sido erradicados, que os Volturi agiram com absoluta imparcialidade. A maioria parecia esperar por mais que uma oportunidade de testemunhar, queriam ajudar a dilacerar e queimar.
Não tínhamos a menor chance. Mesmo que de algum modo conseguíssemos neutralizar as vantagens dos Volturi, eles ainda poderiam nos soterrar em corpos. Mesmo que matássemos Demetri, talvez Jacob não conseguisse escapar.
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breaking dawn - Amanhecer
FanfictionEstar apaixonada por um vampiro é tanto uma fantasia como um pesadelo, costurados em uma realidade perigosa para Kristen Swan. Empurrada em uma direção por sua intensa paixão por Edward Cullen, e em outra por sua ligação profunda com Alec Volturi, e...