08. chegada 💫

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                              Alec;





De início, dirigi de maneira mais sã durante o caminho. Eu não estava com pressa. Eu não queria ir aonde estava indo. De volta àquela cidade insignificante, de volta para a dor que eu sentia quando eu me lembrava de que ela estava casada. Me perguntei se eu era masoquista, porque só isso explicaria o que eu estava fazendo agora — estava indo de volta para ela.



Doente, ele disse que ela estava doente e ainda me negou os detalhes quando eu perguntei sobre a sua saúde.



Soltei um suspiro pesado ao pensar nisso e pisei fundo no motor.



Vi dois lobos, um de cada lado da estrada, como sentinelas, enquanto eu disparava pela rodovia na direção de Forks. Estavam bem escondidos no meio de galhos espessos, mas eu sabia o que procurar.



Me perguntei se não era melhor pegar o desvio e ir embora dali, enquanto percorria o caminho que levava à entrada da casa dos Cullen. Até onde eu sabia, eu poderia estar indo direto para uma armadilha…



Eu não tinha certeza do que esperar, mas não havia sinal de vida na grande casa branca. É claro que eles sabiam que eu estava ali.



Desliguei o motor e pude ouvir murmúrios tensos e coléricos logo do outro lado das grandes portas duplas. Ouvi meu nome e sorri, feliz por pensar que estava lhes causando algum estresse.




A porta se abriu antes que o meu punho a tocasse, e Carlisle ficou parado na soleira, os olhos graves.




– Olá, Alec – disse ele, mais calmo do que eu teria esperado. – Como vai você?




– Kris – foi só o que eu disse.





– Ah! Alec, esta não é a melhor hora para isso. – O médico parecia pouco à vontade. – Podemos deixar isso para mais tarde?




E depois ouvi a voz de Kris, falhando e rouca, e não consegui pensar em mais nada.




– Por que não? – ela perguntava a Edward. – Você o chama aqui e depois não quer que ele me veja? Que sentido tem?




Sua voz não era o que eu esperava. Estava fraca demais.




– Entre, por favor, Alec – disse Kris, mais alto.




Os olhos de Carlisle se estreitaram.




– Com licença – eu disse ao médico ao passar por ele.



Entrei na casa andando de lado, mantendo as costas na parede. Meus olhos percorreram a sala — tudo era claro, pálido e desprovido de qualquer tipo de alegria. Inclusive os seis vampiros agrupados de pé perto do sofá branco.



Estavam todos ali, todos juntos, mas não foi isso o que me deixou paralisado e fez meu queixo cair. Foi Edward. Foi a expressão em seu rosto… Eu já o vira com raiva, já o vira arrogante e, uma vez, o vira sofrendo. Mas aquilo — aquilo estava além da agonia. Seu olhar estava quase enlouquecido. Ele não ergueu a cabeça para me olhar. Ele fitava o sofá ao lado com a expressão de dor. Suas mãos eram garras rígidas ao lado do corpo. Meus olhos seguiram os dele.




Eu a vi no mesmo momento em que senti seu cheiro.



Kris estava meio escondida por trás do braço do sofá, enroscada em posição fetal e com os braços ao redor dos joelhos. Por um longo segundo não consegui enxergar nada além de que ela era a mulher que eu amava, a pele de pêssego-claro e macia, os olhos cor de chocolate… Então eu a vi realmente. Havia olheiras fundas, círculos escuros em torno dos olhos que se destacavam porque o rosto estava completamente exausto. Será que estava mais magra?



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