- Por que não podemos ir na sua Ferrari, mamãe? - perguntou Charlie, afivelando o cinto de segurança no Volvo de Edward.
Edward tinha tido a chance de revelar o meu carro de depois; como ele havia suspeitado, eu não fui capaz de mostrar o entusiasmo adequado. É claro que era um carro lindo e veloz, mas a situação com os Volturi tinha tirado toda a minha capacidade de empolgação.
- É chamativo demais - respondi. - A gente podia ir a pé, mas isso deixaria o seu avô apavorado. Ele ainda não se acostumou com toda a situação de vampiros e lobisomens.
- E quanto tempo vamos ficar com o vovô? Eu sinto falta dele, e da tia Bella também. Tio Jake proibiu os dois de irem lá pra casa, e a gente nem sai de lá... E eu sei que essas precauções são necessárias, mas eu sinto tanto a falta deles...
E essa era a desculpa que eu dei a Edward: eu ia levar Charlie para o meu pai, para que ele não decidisse ir ali e se colocasse em perigo. Era um bom motivo para sair de casa, mas não era a minha verdadeira razão.
- Vamos ficar fora por um bom tempo. - eu respondi, relaxando à medida em que nos afastávamos da casa dos Cullen.
O tom de minha voz atraiu a atenção de Charlie.
- Há alguma coisa aqui, além de visitar o vovô?
- Charlie, você sabe como é bom em controlar seus pensamentos perto do seu pai?
Ele ergueu uma sobrancelha.
- Sim?
Charlie esperou que eu acrescentasse alguma coisa, depois seu lábio inferior se projetou enquanto ele pensava no pouco que eu tinha dito. Enquanto seguíamos em silêncio, eu apertava os olhos com as lentes de contato irritantes, olhando a chuva fria; meus olhos não eram mais tão assustadores como no início, eles estavam mais para um laranja-avermelhado opaco do que para o carmim vivo. Logo eles estariam âmbar, o que me permitiria livrar-me das lentes. Eu esperava que a mudança não perturbasse demais o meu pai.
Meu filho ainda ruminava nossa conversa quando chegamos à casa do meu pai. Não falamos enquanto andávamos num passo humano rápido pela chuva. Meu pai esperava por nós; abriu a porta antes de batermos.
- Oi, meus amores! Parece que já se passaram anos! Olhe só você, Charlie! Venha com o vovô! Eu juro que você cresceu uns quinze centímetros. E parece tão magrinho. - Ele me lançou um olhar zangado. - Não estão alimentando você direito por lá?
- É só um surto de crescimento - murmurei. - Oi, Bella - cumprimentei sobre o ombro dele olhando para a cozinha. O cheiro de frango, tomate, alho e queijo vinha de lá; provavelmente, era um cheiro bom para todo o mundo. Eu também senti cheiro de pinheiro fresco e espuma de embalagem.
- Bom, vamos sair do frio, crianças. - disse o meu pai, pegando Charlie nos seus braços - Onde está o idiota do meu genro?
- Recebendo amigos - gritou Jacob se juntando ao lado de Bella na cozinha, e então bufou. - Tem muita sorte de estar fora do circuito agora, Charlie. Aquela casa parece o covil do Drácula.
Eu ignorei o comentário de Jacob.
- Na verdade, pai, eu tenho umas coisas para fazer.
Meu filho me olhou, mas não disse nada.
- Atrasada em suas compras de Natal, Kris? Só tem alguns dias, sabe disso. - Bella disse, arqueando uma sobrancelha, enquanto se juntava a nós na varanda da frente. Ela estava me dando cobertura.
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breaking dawn - Amanhecer
FanfictionEstar apaixonada por um vampiro é tanto uma fantasia como um pesadelo, costurados em uma realidade perigosa para Kristen Swan. Empurrada em uma direção por sua intensa paixão por Edward Cullen, e em outra por sua ligação profunda com Alec Volturi, e...