06. distrações ✨️

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O sol quente na pele nua de minhas costas me despertou de manhã. Era o fim da manhã, talvez já tivesse passado do meio-dia, eu não tinha certeza. Mas tudo ao meu lado estava claro; eu sabia exatamente onde estava - o quarto iluminado com a cama grande e branca, a luz radiante entrando pelas portas abertas.




Não abri os olhos. Estava feliz demais para mudar alguma coisa, por menor que fosse. Os únicos sons eram as ondas do lado de fora, nossas respirações, meu coração batendo... Eu estava à vontade, mesmo com o sol escaldante. Sua pele fria era o antídoto perfeito para o calor. A sensação de deitar atravessada em seu peito gélido, os braços dele me envolvendo, era muito confortável e natural.




Seus dedos acompanhavam com suavidade os contornos de minha coluna e eu sabia que ele sabia que eu estava acordada. Mantive os olhos fechados e envolvi seu pescoço com os braços, aproximando-me mais dele.




Ele não falou; seus dedos subiam e desciam por minhas costas, mal me tocando enquanto traçavam padrões leves em minha pele.




Eu teria ficado feliz se permanecesse ali para sempre, sem jamais perturbar aquele momento, mas o meu corpo tinha outras ideias. Ri do meu estômago impaciente; Do jeito que ele estava eu poderia acabar com todo o estoque de comida da mansão.




- Qual é a graça? - Edward murmurou, ainda afagando minhas costas. O som de sua voz, séria e rouca, trouxe um dilúvio de lembranças da noite anterior, e senti meu rosto corar.




Em resposta à pergunta dele, meu estômago roncou.




- Não se pode fugir de ser humana por muito tempo.




Esperei, mas ele não me respondeu.




Devagar, através das muitas camadas de êxtase que toldavam a minha mente, veio a percepção de um clima diferente do lado de fora da minha bolha de felicidade.




Abri os olhos; a primeira coisa que vi foi a pele pálida e quase prateada de seu pescoço. Apoiei-me no cotovelo para ver seu rosto.




Ele fitava o dossel no alto, e não olhou para mim enquanto eu examinava suas feições graves. Sua expressão foi um choque e provocou um tremor pelo meu corpo.




- Edward - eu disse, com um nó estranho na garganta - O que foi? Qual é o problema?




- Precisa perguntar? - sua voz era dura e cínica.




- Sim. Precisa, porque eu não estou entendendo o seu comportamento. - falei, irritada.




Seus olhos se estreitaram.




- Qual a extensão de seus machucados, Kris? A verdade... Não tente atenuá-la.




- Machucados? - repeti; minha voz saiu mais alta que o habitual porque a palavra me pegou de surpresa.




Ele ergueu uma sobrancelha, os lábios formando uma linha fina.



Fiz uma avaliação rápida, esticando o meu corpo automaticamente, contraindo e flexionando os músculos. Havia um pouco de rigidez e estava dolorido, era verdade, mas principalmente havia a estranha sensação de que todos os meus ossos tinham se separado das articulações e eu estava a meio caminho da consistência de uma gelatina.



Os olhos de Edward se fecharam com força.




- Eu sou um monstro! Nunca deveria ter concordado com isso.





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