34. prazo final 💫

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- Vai sair? - perguntou Edward, a voz forçada num tom despreocupado. Ele apertou Charlie ligeiramente mais junto ao peito.


- É, algumas coisas de última hora... - respondi com o mesmo tom casual.


Ele abriu o meu sorriso preferido.


- Volte correndo para mim.


- Sempre.


Dessa vez eu peguei a minha Ferrari, perguntando-me o que Edward tinha concluído de tudo isso. Que eu tinha um segredo, era certo. Ele teria deduzido o motivo de eu não me explicar para ele? Será que imaginava que, talvez, Aro logo soubesse tudo o que ele sabia? Pensei que Edward podia ter chegado a essa conclusão, por isso não teria exigido de mim explicações. Imaginei que estivesse tentando não especular demais, tentando deixar meu comportamento fora de sua mente. Será que ele considerava minha atitude estranha na manhã seguinte à partida de Alice, queimando o meu livro na lareira? Talvez ele tenha feito essa associação.


Era uma tarde fúnebre, já escura ao pôr do sol. Acelerei em meio às sombras, meus olhos nas nuvens negras. Nevaria esta noite? O suficiente para cobrir o chão e criar a cena da visão de Alice? Edward estimava que tínhamos mais dois dias. Depois a gente iria se instalar na clareira, atraindo os Volturi para o local escolhido.


Estava escuro quando parei no estacionamento do restaurante, alguns minutos adiantada, ignorando os manobristas ansiosos perto da entrada. Coloquei as lentes de contato e fui esperar J no restaurante. Embora tivesse pressa de acabar com aquela exigência deprimente e ir direto para o meu próximo compromisso, J parecia cauteloso em não se deixar manchar por suas associações mais vis; eu tinha a impressão de que uma entrega no estacionamento escuro ofenderia a sua suscetibilidade.


Dei o nome de Jenks na recepção e o maître levou-me a uma salinha privativa com um fogo crepitando na lareira de pedra. Ele pegou o casaco marfim abaixo do joelho que vestia para disfarçar o fato de que estava usando o que Alice considerava um traje adequado, ele ofegou em silêncio diante do meu vestido de cetim vermelho.


Não pude evitar de me sentir meio lisonjeada; eu ainda não estava acostumada a ser linda aos olhos de todos, e não só aos olhos de Edward e o de Alec. O maître gaguejou elogios pela metade enquanto deixava, vacilante, a saleta.


Fiquei esperando perto do fogo, mantendo os dedos perto das chamas para aquecê-los um pouco antes do inevitável aperto de mãos. Não que J não estivesse ciente de que havia algo estranho com os Cullen, mas ainda assim era um bom hábito para se praticar. Por meio segundo imaginei como seria colocar a mão no fogo. O que eu sentiria quando queimasse...


A entrada de J me tirou de minha morbidez. O maître havia pegado o casaco dele também, e ficou evidente que eu não era a única que me produzira para aquela reunião.


- Eu sinto muito pelo atraso - disse J assim que ficamos a sós.


- Não, chegou exatamente na hora.


Ele estendeu a mão, e quando trocamos o aperto pude sentir que seus dedos ainda eram perceptivelmente mais quentes que os meus. Isso não pareceu incomodá-lo.


- Você está impressionante, se me permite o atrevimento, Sra. Cullen.



- Obrigada, J. Por favor, me chame de Kris.


- Devo dizer que é uma experiência diferente trabalhar com você em vez do seu marido. Bem menos... inquietante. - Ele abriu um sorriso hesitante.


breaking dawn - Amanhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora