33. declaração 💫

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Ouvi a música antes de sair do carro. Edward não tocava piano desde a noite em que Alice partiu. Agora, enquanto eu fechava a porta do carro, ouvi o som se transformar em minha cantiga de ninar. Edward estava me dando as boas-vindas.
Eu me movia devagar enquanto tirava Charlie do carro. Ele dormia profundamente; havíamos ficado fora o dia todo.



Enquanto caminhava devagar para a casa dos Cullen, reconheci que a esperança e o ânimo que pareciam quase uma aura visível em volta da grande casa branca também tinham sido meus naquela manhã. Mas agora me eram totalmente estranhos.




Queria chorar de novo, ouvindo Edward tocar para mim. Mas me recompus. Não queria que ele ficasse desconfiado. Eu não deixaria pistas em sua mente para Aro ver; não se pudesse evitar. Edward virou a cabeça e sorriu quando surgi à porta, mas continuou tocando.



- Bem-vinda ao lar - disse ele, como se este fosse apenas mais um dia normal. Como se não houvesse doze outros vampiros na sala, envolvidos em várias atividades, e mais uma dezena espalhados por outros lugares. - Divertiu-se muito com o seu pai hoje?



- Sim. Desculpe-me demorar tanto. Saí um pouco para fazer umas compras de Natal. Sei que não será um grande acontecimento, mas... - Eu dei de ombros.



Os lábios de Edward curvaram-se para baixo. Ele parou de tocar e girou no banco, de modo que todo o seu corpo ficou de frente para mim.



- Eu não tinha pensado nisso. Se quiser que seja um acontecimento...



- Não - eu o interrompi. Eu me encolhi por dentro com a ideia de tentar fingir mais entusiasmo do que o mínimo. - Só não queria deixar passar sem dar nada ao nosso filho e a minha família.



- Posso ver o presente dele?




- Se quiser. É só uma lembrancinha.
- Charlie estava inconsciente, ressonando delicadamente em meu pescoço. Eu o invejava. Teria sido bom escapar da realidade, mesmo que por algumas horas. Com cuidado, peguei o saquinho de veludo em minha bolsa sem abri-la o bastante para que Edward não visse o dinheiro que eu ainda tinha ali. - Chamou minha atenção na vitrine de um antiquário enquanto eu passava no carro.




Coloquei o pequeno medalhão de ouro na mão dele. Era redondo, com uma videira entalhada em volta do círculo externo. Edward abriu a caixinha e olhou para o interior. Ali havia espaço para uma pequena foto e, do outro lado, uma inscrição em italiano.



- Sabe o que diz aí? - perguntou ele, num tom diferente, mais moderado do que antes.



- "Mais do que a minha própria vida".




- Sim. - Ele olhou para mim, os olhos topázio me sondando. Encarei-o por um momento, depois fingi me distrair com a televisão.



- Espero que ele goste - murmurei.



- É claro que ele vai gostar - disse ele com leveza, despreocupado, e naquele segundo eu tive certeza de que ele sabia que eu estava escondendo algo. Também tive certeza de que ele não fazia ideia do que era.




- Vamos levá-lo para casa - sugeriu ele, levantando-se e colocando o braço em meus ombros.



Eu hesitei.




- O que foi? - perguntou ele.



- Eu queria treinar com Emmett um pouco... - Havia perdido o dia todo em minha missão vital.



breaking dawn - Amanhecer Onde histórias criam vida. Descubra agora