Cap I - Uma alma por uma alma

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Ei vocês! Essa é minha primeira fic então tenham paciência, e havendo erros, basta chamar aqui que corrijo.  Sou meia perturbada (no bom sentido) e amo fantasiar Wantasha, então resolvi compartilhar um pouco disso com vocês. Espero que gostem.

POV Wanda.

O sentimento chega a ser devastador. Perdi tudo o que tinha, fugi do que sou, fugi de tudo o que eu acreditava, e mesmo assim não consegui ter meu mundo de volta. Não consegui nem mesmo acabar com esse sofrimento de uma vez.

Nos últimos segundos, enquanto aquele trono em wundagore desabava sobre mim, junto com todos os feitiços do Darkhold desse e de todos os universos, acabei por fraquejar, e fugi dali.

Não posso justificar o motivo, mas a ponta de humanidade que tem em mim, precisava sobreviver. Precisava manter essa merda de esperança que me corrói cada vez mais.

Não tenho mais lagrimas, nem planos, mas aqui estou eu, de volta a cabana onde iniciei os estudos daquele maldito livro. Já há uma semana desde o ocorrido, e Stephen Strange certamente irá me procurar novamente quando descobrir que sobrevivi, mas isso sequer me incomoda.

Ele conseguiu seguir adiante, todos eles conseguiram, até mesmo a parte fria e estranha do Visão que restou...

_ Preciso dar um significado a minha vida, dar um motivo a mim mesma para continuar aqui. - Arrumo minhas coisas e voo até Nova York. Mudo a cor do meu cabelo para loiro e ponho um boné, manipulo a mente de uma recepcionista e pego um quarto em um hotel médio da cidade, deixando minha estadia em aberto.

Não sei de quanto tempo ou do que preciso, mas algo me trouxe até aqui, e até entender o que está acontecendo, preciso de um lugar longe daquela cabana, longe de tudo o que fiz. Se não fui capaz de acabar com isso, preciso de um recomeço.

Uso o celular descartável que Steve me deu quando éramos fugitivos do governo e ligo para a única pessoa que sei que não vai me julgar pelo que fiz. Disco o número que ele me deu quando estávamos no velório do Tony.

Ligação on.

_ Alô.

_ Oi Barton.

_ Wanda? Oi. - Ficamos em silêncio por alguns segundos. _ Você está bem?

_ Acho que sabe a resposta. Sabe o que fiz... Não sei porque te liguei, mas...

_ Está falando com o homem que não soube lidar com a morte da sua família durante o Blip, Wanda. Não tem que se justificar pra mim. Se tivesse o seu poder, se tivesse uma chance enquanto estava sofrendo, ou até mesmo agora, faria o mesmo que você. - Suspiro, sabendo do que ele está falando. _ Onde você está?

_ NYC, em um hotel.

_ Hotel? Preciso ir até aí, visitar uma amiga. Se não se incomodar, posso visitar duas. Podemos sair um pouco, conversar melhor, o que acha?

_ É... Me parece uma boa ideia, Barton.

_ Te vejo a noite então, até lá... E Wanda, é bom falar com você.

_ É bom falar com você também, Barton.

Ligação off.

Não posso dizer o motivo de ter ligado ou de vim até essa cidade, mas foi aqui que vivi o luto por Pietro. Talvez... Se tiver uma pequena chance de superar tudo isso, pode ser aqui.

Marquei de encontrar com Barton em um restaurante perto do hotel, e enquanto fazia o pequeno trajeto, observei o quanto essa cidade venera os vingadores, mas uma imagem em especial me chamou a atenção. Tony e Natasha em seus trajes, pichados em um dos muros.

Não tem palavras para descrever o que o sacrifício deles significou para o universo.

Entro no restaurante e avisto o Barton em uma mesa reservada no ponto discreto, acredito que para não chamarmos atenção.

_ Barton. – Cumprimento, me aproximando do mesmo, que se levanta para me dar um abraço.

_ Oi Wanda, é bom te ver.

_ É bom te ver também. – Uma garçonete se aproxima e recolhe nossos pedidos. Ele me encara assim que ela se distancia.

_ Você parece cansada. Queria dizer que, posso não saber qual o nível da sua dor Wanda, mas entendo o que está passando. Sinto muito por sua perda.

_ Eu também sinto. Além de Westview, houve algumas outras fraquezas da minha parte. Mas precisava tentar, Barton, se houvesse alguma chance de trazê-los de volta, precisava tentar. Isso pode ter me tornado uma vilã em vez da Vingadora que você conheceu.

_ Já disse Wanda, não tem que se explicar pra mim. Você também sabe o que fiz durante o blip, cada um lidar com a perda do seu jeito. Até hoje, ainda imagino mil formas diferentes de como poderia ter evitado... A morte da Natasha. - Ele suspira pesadamente. _ Isso me consome. Então sim, sei o que você sente. - Aquele sempre seria um assunto delicado.

_ Vi uma imagem dela e do Tony enquanto vinha até aqui. Mesmo depois de todo esse tempo, as pessoas tentam honrar o nome deles... O nome dela. Tudo o que ela fez... Ela foi uma verdadeira heroína. – Clint desviou sua atenção para a janela ao lado, acredito que não tendo aquela informação como um conforto para a sua dor.

_ É, ela foi. – Comenta.

_ Sei que não é fácil, mesmo detalhando o ocorrido, só você estava lá para saber o quão real é o peso disso, mas se quiser conversar, estou aqui. Talvez falar ajude. Ficar remoendo sozinho não é uma boa escolha. Bom... Eu tentei, mas veja só no que deu. – Dou um sorriso sem graça, era um humor quebrado, mas o assunto não seria amenizado de qualquer forma. Por sorte, a garçonete chega com os nossos pedidos.

_ Talvez você tenha razão. – Ele me encara, e ambos comemos em uma conversa paralela até o final do jantar, o clima fica tranquilo, seguindo assim enquanto Clint me acompanha até o hotel. _ Sabe, isso é bom, conversar com alguém. Talvez você tenha razão... Sobre ter companhia. Caso queira, pode ir comigo até a fazenda por alguns dias. Sei que Laura não se importaria, e as crianças iriam amar conhecer você, digo, de verdade. – Propõe ao chegarmos ao hotel.

_ Colocaria a Feiticeira Escarlate dentro da sua casa, com seus filhos?

_ Não Wanda. Colocaria minha amiga na minha casa com meus filhos. A não ser que você não queira, então... - Analisei aquela proposta por um tempo.

_ Tudo bem, acho que será bom. – Agradeço ao mesmo com um sorriso sincero, e ponho as mãos no bolso da jaqueta que estava usando, na intenção de me aquecer.

_ Nat tinha razão, essa jaqueta realmente ficou boa em você. – Argumenta, olhando a jaqueta vermelha de Natasha, que Pietro tinha me dado antes da batalha contra Ultron.

_ Ela disse isso? - Pergunto espantada, aquilo era novidade. _ Era uma boa piada ficar andando pelo complexo vestida com ela, depois do surto que Natasha deu quando me viu usando-a pela primeira vez... Fazia só para provocar. - Rimos. _ Mas pensando bem, acho que naqueles treinamentos corpo a corpo, ela se vingou um pouco.

_ Acredite, aquilo não foi nada, e não era bem pela jaqueta.

_ Como assim?

_ Deixa pra lá, teremos tempo para isso. Porque não arruma suas coisas, vou falar com uma amiga e te encontro aqui em baixo em duas horas.

_ Tá. – Respondo confusa, mas sei que teremos tempo para essa e muitas outras conversas.

Enquanto arrumo minhas coisas, fico repassando a conversa. Certo, isso pode ter sido um pouco repentino, mas vai ser bom, ele é um bom amigo.

Finalizo tudo, sento na cama e suspiro pesadamente.

_ Uma alma por uma alma. – Tento relembrar tudo o que o Bartomeu falou sobre o que houve em Vormir. Apenas para... Entender.

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