Cap XIX - Eu sempre consigo o que quero.

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Pov Wanda.

O jantar se passou calmo e em silêncio, ambas apreciando a refeição. Após finalizarmos, ela foi para o banho e eu coloquei um casaco e saí, onde pude conferir o carro novo que ela trouxe, muito parecido com um Jeep, Mahindra Thar, na cor preta. Isso me faz pensar que financeiramente, ela arcou com toda essa viagem sozinha. No complexo, Stark cuidava de tudo, então agora estaremos por conta própria, e irei ajudá-la nisso, enquanto estivermos juntas.

_ Aqui fora estar frio, melhor entrar. — Escuto sua voz atrás de mim.

_ Está tudo bem, Romanoff.

_ Está arrependida de ter vindo? Se não está confortável, podemos mudar algumas coisas...

_ Está tudo bem. — Interrompo-a, a olhando enquanto abraço meu corpo na intenção de me aquecer.

_ Ontem você falou que não estávamos conversando muito... Acho que podemos mudar isso também, se você quiser. Temos alguns assuntos pendentes.

_ Tá. — Balanço a cabeça positivamente.

_ Vamos, está frio aqui fora. — Faz sinal com a cabeça para entrarmos, e espera eu dar alguns passos a sua frente, antes de vim atrás de mim. Sento na cama, enquanto a mesma apaga as luzes do trailer, mantendo apenas alguns leds acesos, deixando o ambiente agradável por dentro, e totalmente escuro por fora. No quarto, apenas o abajur do meu lado da cama fica aceso, mas é o suficiente para iluminar bem todo o cômodo. Vejo-a encostar o ombro na porta, de braços cruzados, me encarando.

_ É algo novo para nós duas, então à gente pode ir devagar, ok? — Começa.

_ Fale por você. Já tive que dividir mais do que a cama com o Pietro.

_ Não falei da cama.

_ Eu sei. — Me remexo na cama, procurando ficar confortável para o que seguiria. _ Preciso falar com você sobre o uso dos meus poderes. — Vou direto ao ponto. _ Se concordar, quero voltar a ver a Agatha e saber o que ela tem para me ensinar... Não precisa ser agora, mas podemos tentar ver se a distância realmente funciona, e você pode ficar aqui enquanto efetuo algumas aulas. Claro que faremos um teste antes, não colocarei você em risco...

_ Tudo bem. — Me interrompe. _ Também quero deixar algumas coisas claras sobre isso. — Bato na cama para que ela venha sentar ao meu lado e ela o faz. _ Não quero ser a pessoa que te impede de usar seus poderes e... Não quero que se sinta obrigada a se poupar por conta do que sinto, caso esteja em perigo. Proteja-se se necessário, prometo aguentar e se isso aqui — Aponta o nosso redor. _ For demais para você em algum momento, quero que me diga. — Aceno positivamente.

_ Quero ajudar financeiramente e não quero que omitamos algo que outra precise saber. Conviveremos juntas, então a confiança é algo que precisa ser construído aqui. — Dessa vez, ela quem confirma. _ Tem algo que preciso saber agora? — Não saber exatamente o que ela pensa, me incomoda um pouco, pois sei que tudo isso é desgastante para nós duas.

_ Não. Nada importante que você precise saber agora. — Vira o rosto.

_ Tem certeza? — Semicerro os olhos em sua direção.

_ Na verdade, tenho algumas perguntas. Seu irmão se sacrificou para salvar o Barton, por que não ele?

_ Sua alma estava presa na joia, Natasha... Achei que fosse obvio.

_ Hm... Esse feitiço que usou, onde Agatha conseguiu?

_ É o que planejo saber também. Ela me entregou-o rabiscado em
Uma folha, e da última vez, também apenas uma folha contendo os outros dois...

_ Esse é o único motivo que te faz querer voltar lá? — Novamente semicerro os olhos.

_ Esse, e o fato de querer saber quem ela quer despertar e por quê. O que mais seria?

_ Buscar outra forma de trazer o Visão e os seus filhos de volta. — Declara e suspira pesadamente, como se estivesse se libertando da incerteza.

_ Se houvesse outra chance de fazer isso, sem machucar ninguém no processo, eu faria, Romanoff, mas não há. — Confesso pausadamente para que ela absorva cada palavra. _ Visão não era uma pessoa e meus filhos foram projeções da minha mente, nesse universo. Talvez aqui, eu esteja destinada a ficar sozinha, com o fardo da perda dos que amei. — Olho para baixo.

_ Sei que se pudesse, a escolha de quem estaria ao seu lado agora, seria diferente, mas você não está sozinha. _ Coloca a mão em minha perna, e acompanho seu movimento.

_ As coisas aconteceram como deveria. Estou feliz que esteja aqui, Romanoff. — Ela sorri, e aproxima seu rosto de mim rapidamente, me fazendo paralisar, mas passa direto, colocando o tronco do seu corpo sobre o meu, para pegar o livro em cima do móvel, que estava do meu lado. Volta, se posiciona melhor na cama, e abre o livro.

_ O que está lendo? — Dar um meio sorriso cafajeste, sem nem mesmo disfarçar. Certo, eu esqueci disso. Provocações.

_ O que está vendo. Hamlet, de Shakespeare.

_ Faz sentido, acredito que o personagem principal falará muito com você. — Me entrega o livro.

_ Considerarei como um elogio. — Recolho, e o coloco onde estava, virando meu corpo na sua direção.

_ E foi, não ficou claro?

_ Não dar para saber. Elogios encobertos, surras em treinos disfarçadas... Não dar para adivinhar suas reais intenções, Romanoff. — Pelo silêncio que se formou, funcionou, estou no caminho.

_ Não sei o que o Clint te falou, mas você não quer brincar disso comigo, Wanda. — Sorri do jeito que estava me enlouquecendo nos últimos dias.

_ Desculpa, isso é mais alguma coisa que você quer dizer e não diz? Não entendo... Por que não tenta ser objetiva para conseguir o que quer? Exceto, caso tenha medo de não está disponível para você, então entenderei a relutância. — Não sei de onde veio a coragem, mas estou disposta a levar essa. Minha breve felicidade acaba quando novamente, para a minha loucura interna, ela repete o sorriso.

_ Esse é o problema. — De novo, o tom sexy. _ Eu sempre consigo o que quero. — Nossos corpos estão bem próximos agora e ela começa a mover os dedos em meu ombro, olhando diretamente para eles e depois para a minha boca. Meu corpo reage ao seu movimento, e o fato de meu cérebro ter registrado esse cheiro, que agora está tão próximo, não facilita as coisas para mim. _ Só que isso pode ser demais para algumas pessoas. — Tira os olhos da minha boca e leva-os aos meus. _ Elas podem não aguentar. — Deixa a informação do ar, e levanta, indo em direção a cozinha. Aproveito o fato de estar fora do alcance dos seus olhos, para umedecer meus lábios que secaram, mas pelo visto, foram só eles. Ela para na porta e vira para mim.

_ Quer alguma coisa, antes de dormir? — Nego. Claro que quero idiota, quero flertar e te deixar intimidada. Isso não acabou por aqui.

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