Cap XXXIX - Esta é a minha vida.

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Pov Natasha

Eita, que se eu não morrer agora, eu não morro nunca mais. A cara que essa mulher estar fazendo me lembra mais a morte do que o próprio penhasco de Vormir. Mas definitivamente, não posso aceitar o seu pedido.

Faço algumas tentativas falhas de puxar outro assunto, só que não tem mais clima. Por alguma obra divina, o jantar chega e começamos a comer, ambas em silêncio até terminarmos. Acho que perdi o sexo no banheiro. Ela se recusa a pedir sobremesa, dizendo querer ir embora, então peço a conta e vejo-a sair do restaurante em minha frente.

Será que ela ficou nervosa?

Entramos no carro, e a janela parece estar muito interessante, porque seus olhos não saem dela, por sorte a praça não fica longe do restaurante, então paro lá.

_ Porque paramos aqui? - Pergunta.

_ Quero conversar.

_ Não precisa.

_ Só desce do carro, Maximoff. – Digo, abrindo a porta e escuto um xingamento baixo demais, para que eu entenda, vindo dela. Reviro os olhos, mas não dar para não achar isso engraçado. Conduzo-nos ao mesmo banco que estávamos outro dia e sento ao seu lado.

_ Pode começar... – Diz impaciente. Pego a pequena caixa que está dentro da minha jaqueta e lhe entrego em silêncio. _ O que é isso?

_ Abra. – Peço.

_ É muito bonito. – Diz vendo o colar com corrente de prata e uma pedra amarela de pingente, na mesma cor da joia da alma.

_ E seu. Pensei em você quando o vi um dia desses, enquanto estava na Cabana. – Suspiro e tomo um pouco de ar antes de começar. Não sei fazer isso. _ Não aceitei ao seu pedido mais cedo, Wanda, porque eu precisava te dizer que, desde que vivíamos no complexo, eu já sentia algo por você, só não entendia o que era ainda... Quando viemos aqui no outro dia e falamos sobre o que passamos, nos abrindo uma para a outra, eu soube que precisava disso, que eu precisava de você.

_ Natasha eu...

_ Espera. – A interrompo, segurando sua mão e me movendo no banco, para que ficássemos de frente para outra, e apesar de estarmos em um local um pouco escuro, vi a expectativa em seus olhos. _ Você disse que me trouxe de volta para que eu tivesse outra chance, e estou tendo, mas quero que essa chance também seja sua... Nossa chance de começar de novo o que talvez, tenhamos deixado passar, então... Pode chamar isso como quiser, namoro, amizade colorida, noiva, mas por favor, seja minha? – Toco em seu rosto, olhando em seus olhos, nós duas emocionadas pelo momento, e não demora para que ela balance a cabeça positivamente de forma frenética e me beije, um beijo salgado pelas lágrimas, mas não deixou de ser apaixonado. Ficamos ali abraças por um tempo, e tudo estava onde deveria estar.

_ Espera aí. – Diz se afastando de mim. _ Não aceitou meu pedido porque você mesma queria fazer? – Pergunta.

_ Foi, achei que poderíamos manter um pouco do conservadorismo, e deixar quem manda na relação, pedir. – Pisco para ela e levanto rindo, enquanto ela tenta absorver o que acabei de dizer. Depois de ouvir alguns xingamentos e ameaças "sutis" em sokoviano, pego o colar da sua mão e com permissão, coloco-o nela.

_ Eu amei. – Diz olhando para o colar e trocamos mais alguns beijos, antes de seguirmos viagem de volta para casa. Os dois dias seguintes foram incríveis, nunca imaginei viver algo nem mesmo parecido. Não me deixava passar tempo suficiente sozinha, para sonhar ou até mesmo imaginar que isso seria possível, mas agora eu sabia que esta, era a minha vida e iria lutar por ela.

Depois de tudo devidamente arrumado, com um dos passaportes falsos que pegamos com o Mason e alguns disfarces, ela pegaria um avião em alguns minutos para NY.

_ Volta logo, ok? – Digo me despedindo novamente, mas dessa vez, tivemos que manter as roupas por estamos na área de embarque do aeroporto.

_ Cuidado na sua missão. – Fala e me dar um último beijo antes de embarcar.

Passei os dois dias com uma sensação estranha, talvez por estar levando mais dois livros consigo dessa vez, e não termos ideia do que isso pode causar a ela. Não que tivéssemos muitas escolhas se realmente uma vida normal era o plano, de toda forma, eu não poderia sentar e esperar dar certo.

Consegui ajuda de uma agente da S.W.O.R.D, Darcy Lewis. Ela monitorou e esteve dentro do Hex quando Wanda dominou Westview, assim como viu a Agatha lutar contra ela, e após explicar toda a situação em que nos encontramos agora, se disponibilizou a conseguir o máximo de informação possível. Irei ao seu encontro, assim que pegar o próximo voo.

Pov Wanda.

Eu estou feliz. Depois de tudo, enfim estou feliz e a razão disso é a minha ruiva maravilhosa. Eu estava disposta a acabar com essa ligação, mas minha vontade duplicou depois desses dias. Preciso finalizar para que tenhamos nossa chance de viver uma vida, nunca será 100% normal, mas faremos funcionar e eu sei disso.

Depois de algumas horas de voo e uma pequena viagem de carro, cá estou eu na cabana, pronta para fazer o meu melhor com esses livros. Começando agora.

05 semanas depois.

05 semanas se passaram comigo submergida entre aulas com a Agatha e o estudo intenso desses livros. O resultado está sendo mais do que promissor, eu nunca me senti tão poderosa, tão dominante do conhecimento mágico como estou agora... Consigo realizar feitiços sem precisar usar o poder escarlate, pequenos, mas em breve, isso também irá mudar.

Há apenas mais uma coisa que preciso fazer, e estou pronta para realiza-la hoje. Agatha afirmou termos antecipado muita coisa e que em breve faríamos o despertar desse ser que ela tanto quer, mas tenho outros planos, claro que não estava programado, mas nada irá me impedir de encerrar essa ligação. Por mais que esses livros e toda essa força sejam espetaculares, eles não me darão o que eu quero, mesmo que tenham sido bons aliados até aqui.

Eu quero mais... Preciso de mais e eu quero o Grimório. Se é lá que estar o feitiço desse despertar, já estou pronta para fazê-lo, apenas preciso saber quem é esse ser, e se o que ele pode fazer, me beneficiará. Através dos vídeos das câmeras da Kate, vi Agatha levar um livro desgastado, juntamente com algumas coisas para o sótão. Ela está se preparando para algo maior e eu também.

Tento me manter estável com tanta magia irradiando dentro de mim, focando nos pensamentos de uma chance de viver uma vida com a Natasha. Recomeçar, merecemos isso, o mundo nos deve. Na primeira semana, mantive contato, mas a quase um mês, me limito a apenas senti-la, o que me deixa frustrada, não só pela saudade que ambas sentimos, como também pelo fato de que nos últimos dias, ela não vem se sentindo bem fisicamente. Isso só deixa meu tempo mais limitado, preciso voltar para ela com isso resolvido, ou pelo menos, com uma resposta clara, do que podemos fazer.

Na última semana, a Yelena foi para o trailer depois que enviei uma mensagem falando sobre o mal-estar da Natasha, isso me deixou mais relaxada, porém gerou mais algumas mensagens da ruiva que agora, além de nada satisfeita com o meu desaparecimento repentino, estava me odiando por interpretar a ida da sua irmã como um aviso de que irei demorar ainda mais.

Ela, assim como Yelena, Laura, Clint e até mesmo a Kate, já estavam achando que tudo isso foi uma péssima ideia, preocupados com o que os livros poderiam me causar. Os entendo, mas eu estou bem, está tudo sob controle.

Uso um feitiço, muito parecido com o do Stephen para me locomover daqui para Westview agora, parecido porque não preciso de um anel para fazê-lo, e agora estou em frente a casa da Agatha. As runas que ela fez da última vez ainda estão no sótão, então precisarei que ela me leve até lá, confiando em mim e para isso, ela precisa saber que estou pronta.

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