Pov Wanda.Dou um tempo antes de me aproximar deles. Como quem estivesse entendendo minha relutância, Laura me puxa pela mão disfarçadamente e nos encaminhamos até a sala.
Não me entenda mal, mas saber que foi trazida da morte, para sofrer tudo o que uma feiticeira, que tem a possibilidade de destruir o mundo, que acabou de perder os filhos enquanto controlava uma cidade por não aceitar perder o namorado, sofre... Vai ser um pouco demais.
_ ... Então fizemos. É difícil viver no mundo sem a Natasha Romanoff. Só preciso que você entenda que eu faria essa, ou qualquer outra coisa na tentativa de te trazer de volta. Não desistiria de você, como não desistimos deles. – Clint afirma para ela, enquanto me sento na poltrona entre ambos, e Laura ao lado do marido.
Ela encara o amigo seriamente, depois move o rosto, e em seguida todo o corpo na minha direção.
_ Porque eu? – Sua voz sai calma e baixa. Seus olhos vidrados nos meus.
_ Não sei. – Respondo da mesma forma, e ela curta os lábios.
_ Vocês viajaram no tempo para resgatar uma joia e meu corpo... Você fez um laço com uma bruxa que quer seu poder pra si, e ainda me liga a você, deixa eu ver... Até estarmos mortas. E me diz que não sabe o motivo? Ah – Levanta. _ Vou precisar de algo melhor do que "não sei". – Suspiro.
_ Não era justo. Tivemos nossas chances, me pareceu certo você ter a sua. – Encaro-a na mesma intensidade. Não imaginava qual seria a reação dela, mas estava aqui para enfrentar, e iria. Ela vai em direção a janela da sala, encarar mais uma vez o nada, por longos segundos.
_ Naquela maldita montanha, havia apenas uma opção para nós dois. Não tinha um meio termo, era pegar ou largar. – Clint fala ainda sentado, encarando suas próprias mãos, entrelaçadas. _ Você me pareceu bem empenhada no que fazer, e fez. Mas me diga com toda sinceridade, Natasha... – Levanta e cruza os braços. _ O que você faria na minha posição, se eu estivesse conseguido pular daquele penhasco? – Na mesma hora, ela o olha, ambos sabendo a resposta.
_ Preciso tomar um ar. – Cansada, ela abre a porta da frente e sai. Clint suspira e faz menção de segui-la, mas o paro. Consigo sentir o sentimento reprimido de confusão e agonia que ela tem agora, se alguém pode entende-la, sou eu.
_ Me deixa ir, sei o que ela está sentindo. Vamos só dar um tempo, ok? É muito para absorver. – Falo, e ele assente, mesmo relutante.
Passa-se um bom tempo, Barton e a esposa sobem para descansar, e eu tomo o máximo de ar que meus pulmões aguentam, expirando divagar antes de abrir a porta e ir atrás da pessoa, de braços cruzados, encara o céu, a uns metros da casa.
Ao primeiro passo na sua direção, sinto o vento frio me atingir. Me encolho um pouco, e continuo. _ Deveria ter pego uma jaqueta. – Falo comigo mesma, em um tom baixo.
_ Vi uma bem bonita em cima das suas coisas. – Afirma, e não deixo de rir do comentário.
_ Linda, não é? Roubei de uma amiga. – Entro no jogo, me aproximando dela.
_ É o que somos? – Cedo demais... Suspiro alto, e baixo a cabeça, parando exatamente do seu lado.
_ Vamos ver. – Respondo, e ela me olha. A lua está bem clara, então posso ver seus olhos, mas não dar para descrever absolutamente nada do que ela possa está pensando. _ Fomos inimigas, depois dividimos o mesmo teto, treinadora e aluna, lutamos batalhas juntas... E então, ligadas por um feitiço. O tempo dirá o resto.
Segundos se passam, ambas em silêncio, nos encarando. Não desviei o olhar do seu, nem por um milésimo de segundo, até ela voltar a observar o nada.
_ Eu tinha um débito com o mundo... – Fala, após um tempo. _ Minha conta estava no vermelho, então a quitei. Não foi uma decisão difícil, eu estava pronta. Não me lembro de nada depois que pulei daquele penhasco, somente... De uma sensação. Paz. – Parecia estar imersa em seus pensamentos. _ Depois só me lembro dos seus olhos me encarando, e um sentimento que ainda não sei colocar em palavras, mas certamente deve estar ligado ao feitiço que você fez. E agora... Eu estou, literalmente, no vermelho de novo.
_ Não é assim que isso vai funcionar, você não me deve. – Falo firme.
_ Não? – Me encara. _ Te devo a vida, Wanda. - Não acredito que ela está realmente, levando isso para esse lado.
_ Você tá falando sério? – Questiono, e solto uma breve risada, dando um passo pra trás. _ Tudo o que eu fiz... Tudo o que fizemos, foi para te dar uma segunda chance. - Gesticulo. _ Não quero que viva por minha causa, não quero nem mesmo um agradecimento, porque essa foi a única coisa boa que consegui fazer para alguém em muito tempo. E pra deixar claro, você não é a porra de um consolo depois de tudo o que passei, Romanoff. Porque não tenho a mínima intensão de esperar alguma coisa de você, muito menos o pagamento de uma dívida criada em sua cabeça. - Suspiro, dando uma breve pausa. _ Esse elo... – Aponto para nós duas - Será quebrado na primeira oportunidade que eu encontrar. Será a primeira coisa que farei, quando por meus pés para fora daqui.
_ Não tenho dúvida de que... - Tenta argumentar algo, mas a interrompo. Não iria deixar espaço para retornar a esse assunto de novo.
_ O objetivo era te trazer de volta, para você simplesmente ter uma chance de aproveitar a vida depois de cinco anos esperando a oportunidade de ver metade do universo voltar, com
muitas pessoa que você amava junto. Mas você quer um motivo melhor? – Baixo o tom de voz e curvo a cabeça para o lado, dando um passo na sua direção. _ Todos tivemos nossas chances porque você fez uma escolha... – Aproximo meu rosto do seu, e falo perto do seu ouvido. _ Agora aceite a nossa. – Sussurro, e dou as costas, fazendo menção de me afastar, mas sinto sua mão em meu pulso. A encaro novamente, pronta para devolver qualquer ataque verbal que venha dela._ Acho que você ficou nervosa. – Ela diz e acredito eu, que seja na intenção de amenizar o clima, mas não seria tão simples. _ É muita coisa para processar, Maximoff. – Solta o meu punho, mantendo o olhar firme no meu. _ Eu sinto muito. Apenas... Precisarei de um tempo para me situar nessa "nova vida" – Faz aspas. – Só espere um pouco, por favor. – Baixo o olhar, e aceno positivamente. Tudo isso foi... Intenso demais.
_ Sei que é difícil acordar e ver tudo diferente, só... Tenta ver o lado bom.– Viro em direção a casa, e ela faz o mesmo. _ Você tem pessoas que te amam, e sentem sua falta. Comece aproveitando-as.
_ Você tem razão, bruxinha. – Relaxa os ombros, e se volta para mim novamente, me vendo revirar os olhos com o apelido. _ Sei que não espera um agradecimento, mas obrigada mesmo assim. Por tudo. – É sincera, e pude ver um quase sorriso em seus lábios. _ Vamos entrar antes que você congele. – Concordo e sigo-a até a casa. em silêncio. Subimos juntas para o quarto, ambas olhamos para o colchão no chão.
_ Laura falou que você não se importaria, mas posso dormir no sofá, sem problema. - Falo, encostada na porta.
_ Só deita e dorme, Maximoff. – Diz, se jogando com a mesma roupa, no colchão.
_ Você pode ficar com a...
_ Deita e dorme, Maximoff, deita e dorme. – Me interrompe, suspirando.
_ Ok... – Entro e fecho a porta. Vou até o banheiro e mudo a roupa, colocando um moletom quentinho. Fasto as cobertas da cama, e deito, olhando para o teto. _ Romanoff?
_ Hm? – Murmura.
_ Bem vinda de volta. – Falo e fecho os olhos.
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Welcome Back
FanfictionDepois de tudo, todos tiveram uma segunda chance. Era justo para ela, principalmente para ela, então a trouxe de volta. - Bem-vinda de volta, Romanoff. REVISADA ATÉ O CAP XXVII. 🥇 #wandanat 27/10/2022 🥇 #wantasha 27/10/2022 🥇 #natasharomanoff 09...