Danger Grows Near

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— E o que nós dizemos agora?

Foi essa a pergunta que quebrou o silêncio à mesa de café da manhã. Pansy alternava os olhares entre os garotos, esperando que alguém começasse a falar.

— Mas será que precisamos mesmo falar disso com ele? — Harry indagou, soltando o garfo ao lado do prato. — Acho que o deixaria um pouco... Chateado.

— Seria um raio de uma visita — Blaise ironizou, fingindo um sorriso para a simulação: — "Oi, Hagrid, obrigado por nos ter aqui! Só uma perguntinha: foi você quem abriu a Câmara Secreta cinquenta anos atrás? Não é por nada não, só pra gente rir um pouco!" — E os olhos como se fossem burros.

— E isso levantaria muitas perguntas. Não acho que Hagrid acabaria nos dedurando, claro, mas... Não quero que o que aconteceu com Norberto se repita.

Harry ainda se lembrava desse dia, claro. A única detenção que os dois receberam até então – porque Weasley estivera os espionando através das janelas da cabana de Hagrid e tentou dedurá-los à professora McGonagall. Lembrava-se, também, de Quirrell bebendo sangue de unicórnio na clareira para manter Voldemort vivo em seu corpo, de assistir a discussão sem muito sentido entre dois centauros, de galopar de volta para o castelo nas costas de Firenze. Lembrou-se de como Draco o chamou de "Harry" pela primeira vez e, com muita tristeza, lembrou-se de como ele parecia assustado.

(Lembrou-se de desejar sem razão alguma que jamais precisasse vê-lo tão assustado de novo.)

— Pode ser até mais seguro pra nós não falar nada sobre. Não apenas com Hagrid... Com mais ninguém.

— Porque ninguém mais sabe que Harry tem ouvido vozes no castelo. — Blaise concluiu, recostando-se na cadeira. Mas a atenção do próprio Harry não estava na conversa: estava em Draco, que segurava uma caneca de café esfumaçante nas mãos, olhar meio triste e distante. Ele vinha se preocupando e se afastando desnecessariamente, o que deixava Harry com uma sensação muito estranha de abandono. — É, acho melhor não falarmos nada.

Pansy deu de ombros.

— Se todos estiverem de acordo...

Um alto assobio da mesa dos professores cortou a conversa aos sussurros dos quatro. A Professora McGonagall estava de pé no meio do corredor, esperando o silêncio no Salão Principal enquanto pequenos formulários eram passados de mão em mão pelos alunos.

— Agora que estamos no segundo semestre de aulas, os alunos do segundo ano têm assuntos muito importantes a tratar — Ela começou, estendendo em cada mão uma folha de papel diferente. — Os formulários que estão passando pelas mesas são exclusivos dos alunos do segundo ano, então, por favor, se certifiquem de que todos tem um de cada. Um desses é para ser preenchido por vocês e entregue o mais cedo possível, já que se trata das aulas seletivas que começarão ano que vem para vocês. O outro é o formulário de permissão para as visitas a Hogsmeade, que deve ser assinado por um de seus responsáveis ou guardiões legais, a ser entregue até a primeira visita do ano que vem.

— Legal! Eu ouvi todo tipo de coisa sobre Hogsmeade, mal posso esperar pra ver ao vivo — Draco comemorou, entregando o formulário seguinte a Blaise. — Vou enviar a Mamãe por Juno.

— Juno?

— Minha coruja — Ele explicou.

— Se quaisquer perguntas surgirem, podem fazê-las ao diretor de sua casa ou a mim, de preferência depois das aulas. Podem voltar a sua refeição.

Harry finalmente recebeu os formulários, um horizontal e o outro vertical. Colocou a permissão no bolso e analisou a lista de aulas disponíveis: Trato das Criaturas Mágicas, Aritmancia, Adivinhação, Runas Antigas e Estudo dos Trouxas. Estava prestes a perguntar a Draco o que "Aritmancia" significava quando percebeu que ele havia marcado todos os horários com um sorriso satisfeito no rosto, escrevendo um bilhete para a mãe em anexo ao formulário de permissão de Hogsmeade.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora