– E você deu o Mapa?
– É, dei! Não soube como dizer "não" na hora.
Harry sentiu que repetia as coisas pela enésima vez enquanto contava os ocorridos da noite passada a Pansy e a Blaise, aos sussurros na mesa de café da manhã; ainda sentia que faltava uma parte importante da mesa ali e tentava ao máximo não olhar para os lados para se machucar de novo vendo Dray sozinho. Longe dele.
– Mas você conseguiu a dica do ovo?
– Consegui sim. É "procure onde nossas vozes parecem estar, não podemos cantar na superfície. E enquanto nos procura, pense bem: uma hora inteira você deverá buscar para recuperar o que lhe tiramos. Mas passada a hora, adeus esperança de achar, tarde demais, foi-se, jamais voltará".
– Alguma ideia do que significa?
– As vozes eram de sereianos – Harry constatou. – E vão tirar de mim alguma coisa para que eu busque no fundo do lago e volte em uma hora. Mas... Eu não dei falta de nada.
– Nada mesmo? – Pansy indagou, sua cabeça apontando para um dos lados da mesa. Harry não olhou.
– Nada material, pelo menos. E duvido que vão colocar uma pessoa no fundo do lago.
– Fizeram vocês enfrentar dragões, eu não duvido de mais nada.
– Mas o que mais me preocupa é a parte de uma hora – Harry retomou, brincando com a comida no prato sem nenhum interesse nela. – Como é que eu vou ficar uma hora submerso? Eu sabia que devia ter começado a tentar descobrir mais cedo, eu sabia, mas aí veio o Baile e eu me distraí...
– Calma aí, Harry, já 'tá parecendo você-sabe-quem.
Pansy deu-lhe uma cotovelada e murmurou algo sobre como garotos não tinham o mínimo de compreensão. Mencionar Draco agora só pioraria a situação de Harry agora.
– Você ainda deve ter tempo, Harry, não se preocupe com isso... E todos nós ficamos distraídos com o baile. Eu quase reprovei por isso.
– Claro, devo ter tempo... Que dia é hoje mesmo?
– 23 de fevereiro, por quê?
Harry se levantou em um pulo, com os olhos prestes a sair da órbita. O choque tinha feito o trabalho de acordá-lo por completo.
– COMO PODE JÁ SER DIA 23? A tarefa é amanhã!
Apenas então Harry percebeu o quão alto tinha gritado. O resto do Salão inteiro se aquietou, ninguém sequer teve coragem de dá-lo uma bronca pelo grito. Em algum canto obscuro do salão, Fleur Delacour escondeu uma risadinha maldosa.
– Ah, Harry... Eu teria te avisado se me lembrasse. Desculpa.
Harry voltou a se sentar, sentindo a cabeça um turbilhão. Queria um abraço de Dray. Um abraço dele ajudaria tanto agora, qualquer coisa dele ajudaria tanto agora...
– Não faz mal. Eu também nem percebi o tempo passando. Eu só... Preciso pensar em alguma coisa. Podem avisar os professores que eu não vou às aulas hoje porque preciso me preparar pra tarefa? Valeu.
E, sem nem mesmo terminar de comer seus ovos mexidos, Harry saiu do Salão Principal com olheiras se formando embaixo de seus olhos.
Ele passou o dia inteiro na biblioteca. Pediu a ajuda de Granger quando ela passou por lá, e ela só serviu como uma adição muito útil à sua pilha de livros que poderiam ser úteis, e ele pediu o socorro até mesmo de Madame Pince, que já se tornava inconsolável vendo-o correr os olhos desesperados página atrás de página atrás de uma resposta e tirou alguns manuais pequenos da Seção Restrita para ajudá-lo.
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When I First Met You
Fanfiction"Todos nós já fizemos escolhas que interferiram nas nossas vidas... Mas e se tivéssemos deixado o destino decidir por nós? Harry Potter, um bravo herói da Grifinória, foi vítima de sua própria interferência na escolha das casas, ainda em seu primeir...