The Order of the Phoenix

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 Quando Harry acordou, estava no escritório de Dumbledore.

Ele não se lembrava de ter chegado lá – não se lembrava nem de ter saído do Ministério – mas era evidente que estava, porque conhecia a sala. Umbridge nunca deve ter chegado a ter acesso a ela; até os menores grãos de poeira continuavam exatamente onde estavam.

A única diferença era que, no centro da escrivaninha, a Penseira de Dumbledore mostrava uma imagem sua, típica de holograma. O holograma-Dumbledore estava quieto, observando Harry com olhos pôr-do-Sol.

Harry, com a cabeça quase explodindo de dor, demorou a conseguir se levantar; todo o seu corpo doía e ele estava coberto de sangue, que não se lembrava se era dele ou de outra pessoa. Seus olhos estavam inchados. Ele massageou a lateral da cabeça; olhou para a imagem de Dumbledore e depois para a janela atrás dele.

O céu estava claro, de um azul cinzento. Já era manhã. O que aconteceu durante a noite? Harry só se lembrava de... Um sonho ruim.

E, quando pensou que não se lembrava, as memórias o invadiram – o Departamento de Mistérios, a profecia, Lúcio Malfoy, Voldemort e Dumbledore, Draco– Sirius.

Já era manhã. E Sirius... Estava realmente morto.

Harry olhou para o holograma de Dumbledore emergindo da Penseira; ele se mexia. Ligeiramente, mas mexia.

– Professor Dumbledore?

Ah, Harry, é bom ouvir você – O professor Dumbledore respondeu, bem mecanicamente. A voz dele parecia vir de um novo plano astral. – Bom saber que está bem. Por favor, sente-se, porque eu vou contar tudo que eu devia ter te contado anos atrás.

Harry estranhou. Dumbledore mal falou com ele o ano todo, desde o último agosto, e agora queria conversar? Agora queria abrir o jogo? Mesmo assim, ele se sentou na frente do holograma, ainda com a cabeça girando em um eixo impossível.

As histórias nunca são tão belas quanto parecem, Harry, nem tão simples. A sua história, por exemplo, começa muito antes de você: começa com a primeira profecia da tetraneta de uma profetisa famosa. Começa... Com Sibila Trelawney, aos 17 anos de idade.

A imagem da Penseira se contorceu e começou a mostrar a professora Trelawney – o mesmo cabelo loiro, liso na altura dos ombros, os olhos claros vagos e abertos, encarando nada, um vestido branco que cobria tudo, menos os braços. Era bem diferente da Trelawney que Harry conhecia, mas a voz que falava era a mesma que Harry ouviu na noite em que ela profetizou o retorno de Você-Sabe-Quem:

"Será daqui a muitos anos. O bem e o mal serão cada vez piores, e a linha, cada vez mais tênue. Um herói, da véspera de Calendas de Agosto, nascerá do sangue que enfrentou seu maior demônio e saiu cantando. Ele sobreviverá de novo e será a ruína e a salvação dos pecadores. Um não será completo enquanto o outro viver. Um não descansará enquanto não matar o outro. Será daqui a muitos..."

E a voz de Trelawney se desmanchou enquanto a imagem voltava a mostrar o diretor Dumbledore.

Levou muitos anos para se profetizar. Dez anos, na verdade. Calendas de Agosto é o primeiro dia de Agosto, Harry, e a véspera disso é o dia 31.

– O meu aniversário – Harry murmurou, e Dumbledore acenou através da Penseira.

Não apenas o seu, Harry. Outro garoto nasceu neste mesmo dia, de pais que faziam parte da Ordem da Fênix e não estão mais entre nós. Pelo menos, não inteiramente. Diga-me, Harry... Você sabe quando é o aniversário de Neville Longbottom?

Neville? Harry indagou. Neville poderia ter sido o garoto da profecia? E, talvez então, Harry pudesse ter uma vida normal... Com os amigos, com Draco. Com os pais. Talvez eles tivessem tempo de dá-lo um irmão ou dois, fosse esse o caso. E Sirius ainda estaria com eles.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora