Happy Birthday, By The Way

28 4 0
                                    

 Em algum canto escuro do mundo, Voldemort torturava Garrick Olivaras.

Harry viu a cena temerosa através dos próprios olhos de Voldemort – já fazia tanto tempo desde a última visão desse tipo que tinha até se esquecido dessa possibilidade, mas cá estava.

Nada parecia... Intencional. Não era como a ilusão que Voldemort teceu para atrair Harry ao Departamento de Mistérios. Não, ele estava invadindo a cena.

– Por que é que não funciona? – A voz de Voldemort sibilou, chicoteando o ar com a varinha, e Olivaras se contorcia, gritando abafado por baixo do saco que cobria a cabeça. Harry nem sabia como reconheceu Olivaras, mas tinha certeza absoluta de que era ele. – POR QUE NÃO FUNCIONA? Por que eu não consigo matar Harry Potter? Qual é o problema com as suas varinhas?!

Apesar da série de perguntas, Voldemort não dava a Olivaras tempo para falar. Descontava toda a sua raiva pelo assassinato falho no pobre homem, chicoteando o ar e fazendo-o sangrar em algum canto escuro do mundo.

Harry acordou assustado, com a mão da sra. Weasley no seu ombro. Demorou a perceber que já estava seguro, na casa das Tonks.

– Não quis te assustar, Harry, querido, me desculpa – Ela começou, levantando-se ao ver Harry se sentar na cama. Ele tateou a cabeceira em busca dos óculos, perguntando-se se teria dormido com eles na cara de novo, e a sra. Weasley entregou-os a ele. – Vamos fazer o casamento do Bill e da Fleur amanhã cedinho... A Andrômeda tem um salão adorável nos fundos, e concordou em fazer a cerimônia lá, então ainda temos muito o que fazer. Só te acordei para perguntar se você já poderia ajudar com algo... Seus amigos chegaram, e estão todos ajudando na cozinha.

Harry demorou a entender o que a sra. Weasley realmente queria. Era estranho pensar que estavam no meio de uma guerra e haviam coisas tão ordinárias e pacíficas quanto casamentos acontecendo, mas ele logo se dispôs a ajudar no que fosse necessário. Ela saiu e Harry se vestiu, desfazendo-se do atordoamento da visão estranha. Mesmo enquanto descia as escadas, ele só pensava em uma coisa: Voldemort não consegue me matar, e está com raiva por não saber o porquê.

Isso era uma vantagem. Graças a Dumbledore, Harry sabia do ritual de sacrifício de sua mãe, e que o sangue dela nas suas veias era sua salvação. Era por causa desse amor que Voldemort não podia matá-lo.

O andar de baixo parecia muito mais cheio do que no dia anterior, apesar de só uma meia dúzia de pessoas terem chegado na noite anterior; com todos em movimento, carregando caixas de decoração, discutindo sobre discos e causando (ou impedindo) explosões de glacê, todos pareciam mais vivos.

Harry seguiu na direção da pequena cozinha, escondida atrás de uma enorme ilha. Blaise recortava moldes de enfeites, pequenas bandeiras e murais, e a ilha se enchia de restos de papel; Pansy estava sentada à frente da geladeira, o freezer aberto sobre sua cabeça, pintando detalhes minuciosos nas lembrancinhas com um pincel minúsculo. Na bancada, madame Malfoy batia massa de bolo e Draco trabalhava com o glacê nos cupcakes, como sempre fazendo um trabalho majestoso, tão lindo quando concentrado – mas tão logo ele viu Harry, pôs tudo de lado e foi recebê-lo com um sorriso no rosto e um beijo.

– Oi, Dray... – Harry cumprimentou, inegavelmente suspirando, e Draco só murmurou algo entre "bom dia" e "senti saudades" antes de beijá-lo de novo, mesmo na frente de todo mundo. Ele mal percebeu como tinha sentido falta até o momento em que o teve de volta nos braços.

Pansy observava os dois com um sorriso crescente, toda boba por saber que poderiam ter outro casamento em breve – e entre seus melhores amigos! Blaise, que teve mais que tempo o suficiente para repassar a mágoa que sentia por Harry até que ela evaporasse, deu uma risada maliciosa.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora