– Acho que essa foi demais pra ela!
– Eu disse que isso ia dar errado!
– Você não disse porcaria nenhuma!
– Pansy? Pansy, você 'tá ouvindo a gente?
Mas Pansy não ouvia nada. Aparatar um grupo grande tantas vezes consecutivas foi um pouco demais para seu corpo – ela, inclusive, ficou a um fio do estrunchamento e dificilmente conseguiria seguir vivendo se acordasse e descobrisse que perdeu as sobrancelhas na frente do Largo Grimmauld.
Pelo menos, exatamente como Harry esperava, o estádio estava perfeitamente vazio e silencioso. Algumas das cabanas de acampamento ainda estavam armadas, com o Ministério preocupado demais com a aparição dos Comensais depois de 14 anos para se livrar de todas elas.
– Harry, me ajuda a levar ela pra dentro – Draco pediu, segurando-a pelas axilas, com a cabeça tombando perigosamente para trás; Harry tirou o medalhão dos bolsos dela e entregou-o a Blaise.
– Fique com isso – Ele pediu, antes de erguer Pansy pelos tornozelos e ajudar Draco a carregá-la para dentro da primeira cabana vazia.
Blaise estranhou o pedido – não entendia plenamente, ainda, o conceito de horcruxes, e tampouco se lembrava da extensa lista de suspeitas de Harry – mas admirou o medalhão por um tempo. Prata da mais fina, talvez 18 ou 20 quilates, incrustado em jades reluzentes e com o cordão intacto. O único problema era a lasca sobre o símbolo de Slytherin, cortando um pedaço da cobra fora, mas não fazia mal. Ele o pendurou no pescoço e entrou junto com os outros dois.
Eles cuidaram de Pansy a noite toda. Quando chegaram, o Sol já se punha, e devia ser tarde da noite quando ela recobrou a consciência, queimando em febre e resmungona como sempre; Draco tratou de garantir a ela que tudo ficaria bem enquanto Harry revirava sua bolsa à procura de qualquer coisa que servisse como remédio. Conseguiu, afinal, improvisar um remédio para pressão, e ela já alegava estar se sentindo melhor quando ficou tarde o suficiente para todos caírem de sono sem hesitação.
O único que não teve o sono tranquilo que merecia foi Harry. Desde que voltou a ter pesadelos com Voldemort, ele achava mais e mais difícil descansar durante a noite – e, desde a visão de Olivaras sendo torturado por uma tentativa de homicídio falha, essa foi a mais desconcertante.
Harry não conhecia muitos fabricantes de varinhas, mas pôde reconhecer facilmente Gregorovitch, o segundo mais popular no famoso. Ele só perdia para Olivaras, claro, por causa do histórico da família dele; ele não tinha um saco na cabeça como Olivaras tinha, então o sangue que escorria de seu nariz era óbvio, assim como o roxo sob o olho esquerdo. Voldemort se punha à frente dele.
– ...Onde está? – Voldemort vociferou para Gregorovitch, que parecia só ouvir parte do que ele dizia. Voldemort chicoteou a varinha de Lúcio Malfoy no ar e ele se contorceu em dor, um dos ouvidos lentamente escorrendo sangue. – Você sabe onde está. Aquilo, que foi tirado de mim por um maldito ladrãozinho...
Gregorovitch murmurou algo ininteligível, a voz sufocada pela dor, mas Voldemort não se importou, nem apresentou misericórdia. Voldemort tornou a chicotear a varinha no ar e Gregorovitch caiu na direção dos joelhos, mãos atadas atrás das costas, gritando e ofegando por ar.
– VOCÊ SABE ONDE ESTÁ! SABE ONDE O LADRÃOZINHO SE ENFIOU!
Harry acordou quando Voldemort balançou a varinha no ar pela terceira vez.
– Eu já 'tô bem, gente, é sério. Podemos ir.
Parte de Harry sabia que Pansy estava mentindo, mas não conseguia argumentar com ela quando estava desesperado para sair dali e voltar à sua caça pelas horcruxes. Ainda precisava descobrir como destruir o medalhão de Slytherin, agora seguro e perfeitamente à vista no pescoço de Blaise, encontrar a taça de Hufflepuff e descobrir o que eram as outras três horcruxes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
When I First Met You
Fanfiction"Todos nós já fizemos escolhas que interferiram nas nossas vidas... Mas e se tivéssemos deixado o destino decidir por nós? Harry Potter, um bravo herói da Grifinória, foi vítima de sua própria interferência na escolha das casas, ainda em seu primeir...