The Deathly Hallows

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 Harry olhou para o Mapa do Maroto de novo – Voldemort e o outro pontinho sem nome, Nagini, dirigiam-se para a Floresta Proibida; Harry também viu um pontinho intitulado Peter Pettigrew camuflar-se na penumbra, antes de ver Voldemort e Nagini tomarem caminhos separados. Esperava que fosse a serpente o pontinho sem nome seguindo de volta para o pátio; deixou a Casa dos Gritos com pressa, deixando um chamariz de faíscas ao sair – esperava que encontrassem o corpo de Snape logo – e correu na direção do pátio, flecha em mãos. Logo encontrou exatamente quem queria: Neville.

Neville pareceu feliz em vê-lo, mas todo o alívio foi substituído por confusão quando Harry o entregou a flecha em mãos, bem exasperado.

– Neville, me escuta: eu preciso que você mate Nagini com isso antes de eu voltar. Não importa o que custe, essa cobra não pode sair daqui com vida antes de mim – Ele disse, enfiando a flecha nas mãos de Neville, atordoado.

– Uhm... Beleza. Quem é Nagini?

– A cobra de estimação de Você-Sabe-Quem. Um pedaço de alma dele 'tá guardado nela, pelo menos eu espero que esteja, e eu preciso muito que você acabe com ela. Essa flecha é a única coisa que pode acabar com ela. Faça espetinho da cobra, enforca ela com isso, sacrifique uma galinha, eu não ligo. Só... Mate a cobra.

– Tudo bem... Tudo bem, eu mato a cobra – Neville afirmou, apertando a flecha de Slytherin com força, com imenso orgulho de receber uma tarefa tão importante de alguém como Harry. – E... E você?

– Eu tenho uma coisa mais importante pra fazer agora. Posso confiar em você com isso?

– Claro que pode! E... Boa sorte pro que você vai fazer, o que quer que seja – Neville desejou, e Harry agradeceu com um aceno. Retirou-se na direção da Floresta Proibida logo em seguida.

Harry sabia que não devia, mas a carne era fraca e a mente, mais ainda – principalmente fragilizado como estava, por perda atrás de perda, mesmo com os ganhos como o pequeno Teddy... Ele alcançou no bolso a coisa da qual devia ter se livrado a muito tempo; não sabia se estaria esperando demais dos poderes da Pedra, mas apertou-a com força e visualizou o retrato de sua família no álbum que Hagrid o deu de presente, tanto tempo atrás... Todos os Marotos, e sua mãe, todos juntos e sorridentes...

Ele abriu os olhos e finalmente viu todos ali. Sua mãe, como sempre, com seu pai abraçado a ela, Lupin ao lado dos dois, alguns anos e muitas rugas mais jovem... E Sirius, exatamente como Harry se lembrava dele. Jovial e alegre, meio rebelde, cheio de malícia nos olhos prateados.

– Eu 'tô fazendo a coisa certa? – Ele perguntou aos quatro, e uma resposta unânime demorou a vir. Eles se entreolharam e uma única lágrima escorreu pelo rosto de Harry.

Depois de tudo isso, o que é que ele não daria pra ter todas as pessoas que amava reunidas de novo... Que todas as pessoas que se amavam pudessem se reunir, que todas as pessoas que mereciam viver muitos e muitos anos e aproveitarem todas as coisas boas que a vida reservava para eles...

O que ele não daria para que essa guerra acabasse logo, e ninguém mais precisasse perder coisa alguma?

Antes que qualquer um deles pudesse responder, ele olhou para as próprias mãos e acenou para si mesmo. Esse questionamento, sozinho, respondia tudo. Ele estava fazendo a coisa certa – pelo menos, a que valeria mais a pena, a longo prazo.

Ele tornou a guardar a Pedra e os rostos de seus entes sumiu, desfazendo-se em fumaça colorida e aí... Desaparecendo. Exatamente como pessoas desapareciam, ele descobriu do jeito mais difícil. Harry enterrou a Pedra da Ressurreição ao pé de uma das árvores da floresta – aqui você não vai dar falsas esperanças a mais ninguém – e entrou na floresta, já abraçando a própria morte como uma velha amiga.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora