Pela primeira vez desde que conseguia se lembrar, depois do banquete de Natal, Harry pegou o segundo trem que levava os alunos para casa e foi recebido de braços abertos na Toca.
A senhora Weasley tinha o tricotado um suéter que ela chamava de "suéter Weasley", um presente anual para os filhos e os amigos – "e agora, também um pra você!"; ele veio em um verde muito bonito e com um enorme H amarelo escrito no meio, e Harry se acabou de agradecê-la por isso. Ginny o entregou em mãos um bolo de frutas que ela alegou ter juntado dinheiro para comprar, e Harry notou que o seu suéter Weasley era de um vermelho-cereja, quase como um rosa que foi ficando vermelho ao longo dos anos.
Ele, Ginny, Bill, Fleur e a sra. Weasley eram os únicos na casa. Ela explicou que Fred e George chegariam no dia seguinte, por terem que limpar e organizar a loja antes de saírem.
– Mas Tonks e o professor Lupin vêm ainda hoje – Ela garantiu, enquanto punha o almoço na mesa. – Eles devem estar em um trem a caminho agora mesmo.
E ela estava certa: antes de escurecer, o professor Lupin e Tonks apareceram. Ele cumprimentou todos normalmente, parecendo só um pouco abalado pela morte de Sirius, mas Harry quase não reconheceu Tonks. Os cabelos cor-de-chiclete que ele se acostumou a ver escureceram até uma cor de vinho, e ressecaram consideradamente; embaixo de seus olhos, enormes olheiras se cavavam, como se ela não dormisse direito a meses. Ainda assim, ela abriu sorrisos meigos quando foi abraçado pela sra. Weasley e por Ginny.
– Espero que vocês tenham recebido meus presentes – Tonks disse, a Ginny e a Harry ao mesmo tempo. – Pensei neles com muito carinho.
– Eu amei o kit de batedor! Quando Fred e George chegarem, vou testar minha mira direto nos–
– Ginny!
– Desculpa, mamãe!
– É, eu recebi. O microscópio é lindo, Tonks, eu nem sabia que era o que eu queria – Harry elogiou, e Tonks deu um riso superficial. Alguma coisa andava muito errada com ela.
– Vocês vão ficar aqui por muito tempo?
– Voltamos pra Hogwarts dia 6 – Ginny explicou, e Tonks fez um bico falso que realmente estendeu seus lábios, deixando-os maiores quando ela voltou a sorrir. Os poderes de metamorfo de Tonks continuavam a surpreender Harry.
– Que pena. Eu prenderia os dois aqui até fevereiro se eu pudesse – Ela brincou, e Ginny partiu para outro abraço. – Molly, eu também mandei uma coisinha pro Ron, mas não vi ele em lugar nenhum... Ele não vem?
– Não! Ele vai ficar em Hogwarts esse ano, acredita? – A sra. Weasley explicou, batendo um pano de prato úmido na bancada. – Mas ele andava muito deprimido aqui dentro de casa, não sei o que aconteceu... Acho que é melhor assim: ele arrumar o que fazer lá na escola do que ficar se escondendo por aqui, naquele quarto escuro...
– Você não 'tá preocupada com ele, mamãe? – Ginny perguntou, de um jeito que fez Harry ter certeza que era sobre Ron que ela e Blaise conversaram na festa de Slughorn, na noite anterior.
– Claro que 'tô! Mas o seu irmão tem 16, quase 17 anos, Ginny, ele deve saber se virar... E ficando tão longe de casa, nem tem muito o que eu possa fazer...
Harry, que sabia um pouquinho mais sobre o assunto de Ron Weasley do que gostaria, afastou-se e foi fazer papo fiado com Lupin. Ele falava sobre as dificuldades de conseguir um emprego atualmente, mas sobre como ele nunca perdia a esperança quando foi interrompido por Fleur, vestindo o suéter de Bill e perguntando sobre Hogwarts.
À noite, bem quando Molly servia o jantar, a campainha tocou e todos ficaram em silêncio. Algum tipo de comunicação silenciosa se passou sobre a mesa – "Molly, você estava esperando mais alguém?", "Não, não estava"; ela logo foi abrir a porta, tirando as luvas de cozinheira no caminho, e quem quer que fosse a pessoa à porta, era alguém digno de um abraço imediato.
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When I First Met You
Fanfiction"Todos nós já fizemos escolhas que interferiram nas nossas vidas... Mas e se tivéssemos deixado o destino decidir por nós? Harry Potter, um bravo herói da Grifinória, foi vítima de sua própria interferência na escolha das casas, ainda em seu primeir...