Home to a Riddle

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 Na cidade não tão grande de Great Whinging, sabe-se lá quantos anos atrás, surgiu a maior notícia de lá até hoje: os Riddle, a família mais nobre e requintada da região, foram encontrados mortos dentro de casa. Quem anunciou isso foi a própria empregada, mais histérica impossível, numa manhã deprimente de quinta-feira.

– Encontrei-os na sala, ainda com as roupas do jantar! – Ela declarou à polícia quando foi interrogada. – Todos caídos das cadeiras, gélidos, foi um horror! Não abriram nenhuma janela, nada... Nem pegadas...

Quando a polícia e os peritos (que peritos de nada eram) chegaram ao corpo, fizeram todo tipo de exame imaginável e chegaram a um total de nenhuma conclusão. Nenhum veneno, facada, força bruta, doença... Só aquelas caras aterrorizadas, com os olhos e a boca escancarados, mas quem é que já ouviu falar de alguém que morreu de pavor?

Ainda tentaram prender o jardineiro, Franco Bryce, mas de nada adiantou; não tinham evidências o suficiente para mantê-lo preso – a quem queriam enganar? Não tinham evidência nenhuma! Nenhuma! – e o povo de repente se rebelou contra a ação de polícia, já que chegaram à fatídica conclusão de que Franco Bryce era amuado demais para tentar matar alguém, quanto mais um crime perfeito desses.

Depois de todo esse tempo, a única coisa que permaneceu inalterada foi o serviço de Franco Bryce à vazia casa dos Riddle, sendo continuamente pago por qualquer que fosse o patrão dono da mansão agora. Com a perna dura da guerra e os anos de vida pesando-lhe as costas, toda manhã ele saía do chalé e ia à casa, embora o mato já estivesse levando a melhor dele.

Certa noite, ele acordou com um ruído ao longe – e com a perna mais dura do que nunca. Mancou com certa dificuldade até a mansão e desatou a xingar as crianças da vizinhança enquanto enchia a bolsa de água quente; tinha imaginado, é claro, que os ruídos nada mais eram do que os moleques do centro que achavam engraçado quebrar as janelas e perturbar o velho Bryce. Ele passou pela sala de estar, pensando em finalmente dar a esses "aborrecentes" o que eles mereciam, mas ouviu lá de dentro um par de vozes – que de jovens nada tinham. Ficou quieto atrás da porta e passou a ouvir.

– ...E você já conseguiu o que eu te pedi, Rabicho?

– Já, sim, sim, amo – A outra voz respondeu, trêmula como quem morria de medo das palavras a dizer. – Mas... Precisa ser em Hogwarts, meu amo? D-D-Direto sob os olhos de Dumbledore...?

– Está questionando meus métodos, Rabicho?

– Não, meu amo, de modo algum, meu amo! M-M-Mas...

– Não ouviu uma palavra do plano, ouviu, Rabicho? – A primeira voz desdenhou. Franco tinha a terrível sensação de que ele não tinha humanidade alguma no tom, e arrepiou só de pensar nisso. – Vamos atacar primeiro quando estiverem distraídos... No meio da Copa de Quadribol. Vamos derrubar o Ministério, tirar deles quantas armas estiverem ao nosso alcance, causar caos.

Franco enfiou o dedo no ouvido, procurando cera, porque teve certeza de que ouviu uma palavra que não existia – não era nem um pouco antenado em esportes, mas o que diabos poderia ser "Quadribol"?

– O-O Ministério da Magia? – Franco enfiou o dedo com mais força no ouvido. – Agora, na Copa? C-Com todas as defesas erguidas?

– Meu seguidor mais leal estará por dentro de tudo, Rabicho...

Com certeza não tinha cera dentro do ouvido de Franco porque ele ouviu até os menores murmúrios do segundo homem (Rabicho, que raio de nome para se dar a alguém), indignado:

– ...Eu sou seu seguidor mais leal... N-Nunca desisti, nunca abandonei... Estive aqui esse tempo todo...

– Meus melhores seguidores têm de ser corajosos e competentes, e você, Rabicho, não é nenhuma das duas coisas – O senhorio respondeu. Maldita fosse a curiosidade de Franco, porque por mais que mal entendesse uma palavra do que diziam, estava morrendo de vontade de saber mais... – Consegui colocar um seguidor meu nos preparativos da Copa, um ótimo servo... E tudo correrá bem. É.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora