I Don't Dance

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 Como imaginado, nunca houve uma festa maior dentro do dormitório da Sonserina depois de Harry ser declarado o campeão da primeira tarefa.

Alguns colegas ainda o carregavam nos ombros, agora com o ovo no colo – os alunos começavam a entrar em um consenso sobre como era o resto da letra de "Potter é Nosso Rei" – e alguém tinha esgueirado para dentro duas garrafas inteiras de Whiskey de Fogo Ogden. Draco tomou um gole, vencido pela tentação, e parou; foi Pansy quem se divertiu além da conta dessa vez, aos cuidados das meninas de seu dormitório.

Harry nunca se sentiu tão nas nuvens – pareciam adorá-lo por uma besteira daquelas, pegar um ovo de ouro no ninho de um dragão... E só agora ele tinha pensado como era irônico que três apanhadores participaram da tarefa... Talvez Fleur fosse apanhadora no seu time na Beauxbatons também, ele não tinha como saber...

Mas o peso do ovo apertado contra seu peito tornava tudo mais real. Era um mérito seu, algo que ninguém podia tirar dele...

– VOCÊS QUEREM SABER O QUE TEM DENTRO DO OVO? – Harry gritou para baixo, e todos gritaram de volta, como as pessoas fazem em shows. – ENTÃO OLHEM SÓ!

E ele abriu o ovo.

Provavelmente foi uma das piores decisões da sua vida. Quando Harry desenroscou a tampa do ovo, o que saiu de dentro foi um grito perfeitamente desumano e muito, muito alto, que fez todos cobrirem os ouvidos no susto – ele enroscou a tampa de volta e o silêncio durou apenas um segundo. Chapados de felicidade (ou de Whiskey de Fogo) como estavam, não demorou até alguém fazer piada.

– Parece aqueles explosivins do Hagrid!

– Não me diga que vocês vão ter que– hic– enfrentar aquelas coisas!

– Olha... Pelo menos vai ser mais medonha do que dragões.

E todos explodiram em gargalhadas. Harry deixou o ovo de lado – tinha três meses! Podia descobrir essa pista depois! – e voltou a aproveitar a comemoração.

...Só tinha se esquecido brevemente de um fato: a ameaça dos explosivins de Hagrid não estava tão distante assim.

As coisas tinham dobrado de tamanho nesses poucos meses em que estiveram com elas; algumas cresceram garras e outras cresceram rabos que mais pareciam chicotes. A maioria devorava umas às outras, o que meio que diminuía o problema. E essa nem era a pior parte – o pior momento daquela aula, com certeza, foi quando Rita Skeeter apareceu com sua Pena de Repetição Rápida e Hagrid quase deu um pulo quando se deparou com ela na cerca de seu chalé.

– Olá, professor! – Ela cumprimentou com falso charme. – O meu nome é Rita Skeeter, eu sou repórter do Profeta Diário. Só estava dando um passeio pela escola e vi essas coisinhas fascinantes que você está criando com seus alunos...

– Ah, sim. São explosivins. Lindos, não?

Skeeter sorriu amigavelmente, mas quando Hagrid não estava olhando, torceu o nariz como se tivesse acabado de ver uma espinha horrorosa no espelho.

– E então... O que exatamente são esses explosivíns? Eu nunca ouvi falar!

– São uma espécie muito... Muito rara, é. Quase extintas. Eu... Fiz uma viagem para o exterior... E fui encarregado dessas aqui por um... É... Um empregador meu. Tive que trazê-las comigo, e pensei... "Por que não ensinar as crianças de Hogwarts sobre uma espécie em tanto... Tanto risco?"

– Que ação mais caridosa! De onde elas são?

– Da... Noruega. É.

Hagrid esgueirava olhares arriscados para Harry e os amigos, esperando respostas que sustentassem sua mentira, mas eles só o mandavam parar de falar com gestos. Pansy escondeu o rosto nas mãos e bufou.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora