– Ei, Harry... Tem uma coisa que eu preciso te contar.
– Se isso for sobre o Ron Weasley outra vez, Blaise, eu juro que vou enfiar a sua varinha no seu–
– Não é sobre ele dessa vez, eu juro – Blaise se defendeu, de repente sério, e Harry decidiu levá-lo a sério. Mas se isso acabasse sendo sobre Ron Weasley, ele manteria sua promessa. – É sobre... Você sabe.
– ...A namorada do Ron Weasley?
– Voldemort, Harry. Eu preciso te falar uma coisa sobre Voldemort – Blaise admitiu, enfim, e Harry gelou. Talvez ele fosse idiota demais com Blaise às vezes... Pôs-se a postos de ouvir e, depois de um suspiro pesado, Blaise começou a falar: – Os Comensais estão planejando alguma coisa. Depois da fuga em massa de Azkaban, a ponte de Londres caiu e... Acho que isso é só o começo.
– Claro que eles estão planejando alguma coisa, Blaise, são Comensais. Qual é a coisa importante que você realmente quer me dizer?
Silêncio. Harry podia conhecer não conhecer Blaise tão bem quanto conhecia Draco ou Pansy, já que ele mesmo não era muito íntimo de ninguém, mas conhecia o suficiente para reconhecer quando ele mentia.
– ...Tem alguma coisa acontecendo na Sala Precisa – Blaise admitiu, enfim, e Harry só concordou com um aceno. – Tem gente na Sala Precisa o tempo todo. E não é gente da Armada.
– E o que estão fazendo lá?
– Esse é o problema, eu não sei. Também não sei quem é.
Por mais que Blaise quisesse ser honesto com Harry, ele não podia. Não só porque ele realmente não sabia de nada além disso, mas porque ele tinha jurado a Ron que não contaria suas deduções (até o momento, inexistentes) a ninguém.
Harry nem tentou disfarçar sua desconfiança, mas optou por fazer algo a respeito mesmo assim. Ele desceu da cama do dormitório, seguido de perto pelo olhar de Blaise e, sem saber muito o que fazia, bateu duas palmas.
– Monstro!
Seguindo o comando, Monstro apareceu perante seu novo senhor, fazendo uma cortesia tão baixa e ridícula que Blaise precisou rir.
– Sim, meu senhor? – Murmurou Monstro, resmungando para si mesmo em seguida uma série de coisas sobre as quais Harry preferiria não pensar, nunca mais.
– Preciso que faça uma coisa por mim.
– Sim, meu senhor.
– Tem essa sala no sétimo andar... É encantada, então a porta se disfarça como uma parede, mas acho que um elfo doméstico a veria sem problemas. Quero que você investigue a entrada por mim, só me diga se vê pessoas entrando e saindo, quantas vezes por dia, se alguém fica de guarda... Me dê notícias em, uhm, uma semana.
O olho esquerdo de Monstro tremeu em um tique nervoso, mas ele voltou a fazer uma cortesia e sumiu com outro estalido. Harry voltou a subir na cama, por um segundo sentindo a falta de Draco nela, e Blaise só fez cara de pouco caso.
– Por que você não pediu pro Dobby fazer isso?
– Não quis incomodar o Dobby com isso. Pelo menos agora eu tenho certeza que o Monstro vai ficar ocupado... E bem longe de mim – Harry comentou, e Blaise soltou outro riso seco, forçado, como se só quisesse dar continuidade ao assunto. – Como você soube da Sala Precisa?
Blaise engoliu em seco. Essa era a única pergunta que ele não queria que Harry fizesse, de jeito nenhum. Ele só deu de ombros, mas Harry não cedeu.
– Você sabe que pode me contar tudo, né? Somos amigos. Eu não vou julgar você.
– Não é direito meu contar.
Mais silêncio.
– Tem outras pessoas envolvidas?
– Só uma – Blaise admitiu, abrindo parte de seu jogo com Harry. Ele entendia de onde vinha a preocupação, porque também a sentia com Ron, mas alguns segredos deviam ser levados a sério. Muito a sério. – Só uma outra pessoa.
– Blaise... O que 'tá acontecendo com você? – Quando Blaise não respondeu, Harry refez sua pergunta: – Onde você sempre está, quando ninguém te acha?
– Eu não posso te dizer, Harry. Eu diria, se pudesse, mas... Eu prometi que guardaria segredo.
Harry abriu a boca para dizer alguma coisa, mas desistiu. Ele nunca mais tocou no assunto, e Blaise também não disse outra palavra sobre. Um acordo silencioso se estendia sobre os dois.
Harry deu graças a Deus que já estava longe da sala da professora McGonagall quando Monstro e Dobby apareceram ao seu lado ao mesmo tempo, brigando com os punhos – e com os dentes, e com as pernas, e com a cabeça, e com... É melhor parar por aqui – sendo incentivados por Pirraça.
– Lança um gancho de esquerda! Isso, isso, morde a perna dele! HAHAHAH! Pega ele, frita ele, faz purê!
– Pirraça, dá o fora daqui! Os dois, parem com isso! – Harry reclamou com ambos os elfos, separando os dois à força; Dobby parou de atacar assim que notou a intervenção, mas Monstro continuou mordendo e chutando o ar. Era difícil dizer que ainda tentava atingir Dobby ou se tinha mudado seu alvo para Harry.
Uma vez que os dois estavam separados, era fácil notar os machucados. Dobby, aparentemente, tinha saído vitorioso, e ainda tinha uma das mãos ocupadas com um bilhete amassado.
– O que vocês querem? Um de cada vez – Harry pediu, e Monstro foi o primeiro a falar:
– É sobre a tarefa que o senhor pediu para Monstro fazer – Ele explicou, e Harry se abaixou para ouvir sua voz melhor. – Monstro encontrou a sala... E tem pessoas entrando e saindo o dia todo. Uma pessoa entra e uma fica de fora, de guarda, enquanto os comuns estão em... Aula. Nunca as mesmas pessoas.
– Como assim?
– As pessoas que entram e saem... São diferentes todos os dias – Monstro explicou, e pareceu ter se cansado de Harry imediatamente após, porque fez sua cortesia ridícula e saiu de cena. Harry só bufou.
– Senhor Potter... Dobby trouxe uma coisa para o senhor – Dobby explicou, entregando o bilhete amassado. Ele parecia muito triste em encará-lo. – É do seu amigo gigante, senhor. Ele... Viu Dobby andando do lado de fora, para buscar trigo, e pediu a Dobby para entregar isso para o senhor, senhor Potter... Ele parecia muito triste, senhor Potter.
– Obrigado, Dobby – Harry agradeceu, e só então o elfo saiu, deixando Harry sozinho com o bilhete.
Lentamente e receoso, Harry desdobrou o papel; reconhecia a caligrafia rascunhada de Hagrid, mas percebeu que algumas partes do bilhete estavam manchadas. Pareciam lágrimas. Ele engoliu em seco e leu.
Querido Harry,
Aragogue morreu hoje de manhã. Vou fazer o enterro hoje à noite. Não precisa assistir, mas por favor venha me ver. Chame seus amigos. Não consigo passar por isso sozinho.
Hagrid
[n. a.: esse saiu curto, mais curto do que eu achei que ficaria, mas pelo menos 'tá aqui. :P
deixo vocês com essa mini-bomba, porque o próximo é realmente importante, imagino que a maioria de vcs já sabe do que se trata. até dia 20, e eu prometo não atrasar! se cuidem, meus amores, tio luka ama vocês <3]
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When I First Met You
Fanfiction"Todos nós já fizemos escolhas que interferiram nas nossas vidas... Mas e se tivéssemos deixado o destino decidir por nós? Harry Potter, um bravo herói da Grifinória, foi vítima de sua própria interferência na escolha das casas, ainda em seu primeir...