Death's Lullabies

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 Nas costas do dragão roubado de Gringotes, Harry logo caiu no sono e teve outro sonho: Voldemort sobrevoava a Inglaterra, sobre a mesma linha de trilhos que ele sobrevoou em um carro voador certa vez – os trilhos do Expresso de Hogwarts – e, gradualmente, o castelo de Hogwarts se fazia visível na distância.

Ele acordou assustado, perdido, e só recobrou noção de onde estavam quando viu o dragão se aproximar do chão coberto de neve; Draco acariciava seus cabelos, como se o consolasse de um terrível pesadelo.

– Oi, Harry, finalmente você acordou... Você 'tava tremendo enquanto dormia, o que aconteceu?

– Ele 'tá chegando em Hogwarts.

– O quê?

– Aí, essa coisa 'tá pousando agora! – Pansy anunciou, tentando suavizar o pouso repentino do dragão puxando-o pelas rédeas; não adiantou de muito, claro, e ele parou no chão com um baque suave, parecendo saber o que fazia.

Os quatro desceram com cautela das costas do dragão – que ótima experiência, bem quando pensavam que não existia jeitos mais estranhos de voar do que os que eles já tinham descoberto – e Harry fez-lhe o favor de soltar as rédeas e a sela, revelando as escamas das costas e do pescoço maltratadas pelo tempo. Fez um carinho em seu nariz fino e comprido, agradecendo-o pelo favor, e assistiu com certa admiração enquanto o dragão sumia no horizonte, branco como as nuvens fofas que sobrevoavam suas cabeças.

Era bom estar de volta em Hogsmeade, perto da escola, e (com sorte) a tempo de pegarem o Lorde das Trevas e seu exército desprevenidos com as proteções da escola. O único problema era...

– Ei... Hogsmeade não parece... Vazia demais?

E, no instante em que Harry disse isso – como um passe de mágica – uma horda de pessoas encapuzadas apareceu na frente deles, brandindo varinhas e adagas. No instante seguinte, giravam no próprio eixo, tontos, e caíam no chão aos montes; de repente, vinte ou trinta pessoas caíam aos seus pés e um único homem, baixinho, grisalho e barbudo, saía de uma das casas mais velhas do vilarejo. Ele guardou a varinha nos bolsos com um suspiro.

Odeio usar esse feitiço – Ele resmungou, e logo em seguida virou-se para o quarteto: – O dragão foi impressionante, mas vocês têm que aprender a não baixar a guarda. Se bem que... Vocês parecem exaustos.

Ele não estava errado – dormir nas costas de um dragão não era muito confortável, e os outros três estavam acordados a muito mais tempo, com os músculos todos doloridos pelo sobe-e-desce dos níveis de adrenalina... Sem contar que nenhum dos quatro sabia dizer a última vez em que tomaram um banho quente.

– Entrem. Vocês ainda têm tempo antes dele aparecer, e seus professores já fizeram todo o possível. Vou aquecer o leite... Minhas folhas para chá acabaram, então espero que não se importem em tomar um chocolate quente.

Três deles ficaram com receio de entrarem na casa de um homem estranho, que parecia saber demais sobre eles, ainda mais com a eterna sensação de estarem ficando sem tempo – mas Harry, como confiava demais em sua intuição, e sua intuição lhe dizia exatamente quem era esse bizarro eremita, entrou logo atrás dele e convidou os outros com um mero sinal da cabeça. Assim, os quatro entraram.

Por fora, a casa era um curioso sobrado feita de tijolos de pedra e um telhado torto; por dentro, todas as paredes eram forradas com estantes e os tipos mais diversos de livros, pergaminhos e bugigangas; as escadas estavam cobertas por sapatos pontiagudos e botinas para escalar. A cozinha nos fundos só tinha espaço para uma ou duas pessoas por vez, se ambas fossem magras o suficiente, e assim os quatro se sentaram no sofá de couro gasto no centro da sala, perante a lareira apagada, e esperaram o chocolate quente.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora