A Bad, Bad Birthday

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Voltar à casa dos Dursleys não foi tão divertido quanto Harry achou que seria.

Ainda conseguia enganá-los às vezes com feitiços falsos, mas não conseguia fazer nada mais com os livros e sua varinha trancados a sete chaves no armário embaixo da escada. Tudo que lhe restava era contar os dias até o ano letivo seguinte e esperar pacientemente algum sinal de que os amigos ainda se lembravam dele.

Por Deus, já era seu aniversário e ele não havia recebido uma carta sequer! Seria possível que ele era tão fácil de esquecer, depois de todas as aventuras com os outros dois?

E não era apenas dos amigos que ele sentia falta. Sentia falta dos banquetes ao jantar toda noite, onde não precisava comer rápido para não ter a porção pequena roubada por Duda, e sentia falta da cama macia de Hogwarts. Céus, até o clima de lá era melhor do que essas tardes secas e noites geladas do fim de mundo que era Surrey!

Àquele ponto, Harry estava tão amuado com saudade da escola que tia Petúnia passou a mandá-lo jantar sentado ao pé da escada para não ''estragar a hora do jantar em família.'' Era claro que Harry não estava incluído na ideia de família dela. Trouxa idiota.

Portanto, Harry estava escondido, sentado no último degrau e tirando as sementes de um romã para comer enquanto tia Petúnia tirava a louça da mesa depois do almoço. Tio Válter pigarreou para chamar a atenção deles e anunciou alegremente:

— Hoje é um dia importantíssimo nas nossas vidas.

Harry quase derrubou o prato de sementes. Não era possível que eles tivessem se lembrado do aniversário de Harry.

— Hoje vou fechar o contrato mais importante da história da minha carreira!

Ah. É claro que ele estava falando daquele contrato idiota.

Em algumas horas, os Mason visitariam a casa dos Dursleys para fecharem um contrato de um pedido enorme da firma de brocas do tio Válter, e ele não falava em outra coisa o mês inteiro. Harry voltou a catar sementes de dentro do romã.

— Vamos repassar o plano. Você, Petúnia, vai estar...?

— Vou estar à porta e convidá-los para dentro.

— E você, Dudinha, vai dizer...?

— ''Posso guardar os seus casacos, senhor e senhora Mason?''

— Exato! E você?

Válter nem precisou dizer seu nome para que soubessem a quem ele se referia. Só havia uma pessoa a quem ele se referia com tanta amargura.

— Vou estar no meu quarto — Harry respondeu, ainda sentado ao pé da escada. — Sem fazer barulho e fingindo que não existo.

— Bom. Agora precisamos de uns elogios! Dê umas ideias, Petúnia.

— Hmm... ''Ouvi que você é um ótimo jogador de mini golfe, sr. Mason''... ''Senhora Mason, por favor, me diga onde comprou o seu vestido, é lindo!''

— Dudoca, algumas ideias?

— Que tal... ''Precisamos escrever uma redação sobre nosso herói na escola, e eu escrevi sobre o senhor, senhor Mason''?

Essa foi demais até para Harry. Petúnia pulou sobre o filho e o abraçou com força, ao passo que o menino tentava não se engasgar com um pedaço de fruta ao segurar o riso. Se havia uma coisa na qual Duda era melhor do que ele era ser exagerado.

— Essa foi ótima, Duda. E Petúnia, depois disso...?

— Vou servir o bolo de frutas e o chá preto.

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora