Ireland vs. Bulgary - 1994's World Quidditch Cup Final

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 Quando Harry subiu ao camarote, na companhia dos três Malfoy, mal acreditou nos próprios olhos. Era esse espaço fantástico, todo branco com alguns detalhes nas cores dos times – coisas como luzinhas piscantes e bandeiras espalhadas por aí – e indescritivelmente elegante, com suas cadeiras brancas e seu chão polido tão limpo que Harry via seu reflexo como no Lago da Lula Gigante, e com uma enorme varanda à frente do palanque do comentarista que dava a vista perfeita para o campo e para os céus azuis que vislumbravam o dia maravilhoso por vir.

Harry só correu os olhos pelo lugar, encantado, e pelas pessoas, algumas claramente ali pelo evento e algumas ali pelo esporte ou pela torcida. Dava pra diferenciar só pelas roupas. Tinham várias cadeiras vazias, também, mas uma lhe chamou a atenção. Ao invés de estar vazia, tinha duas orelhas muito grandes e pontudas de alguém que poderia estar se escondendo atrás da fileira da frente.

– ...Dobby?

A criaturinha ergueu os olhos, castanhos e claros como uma amêndoa, e Harry soube que não era Dobby. Ainda assim, ela ficou olhando para ele com uma cara assustada.

– O senhor chamou Winky de "Dobby", senhor?

– É... Foi sem querer. Você só me lembrou muito alguém que eu conheço – Harry se desculpou rapidamente, mas a elfo pulou em seu assento, erguendo o rosto acima das cadeiras.

– Mas Winky também conhece Dobby, senhor!

– Ah, conhece? Que ótimo! Como ele tem passado?

Winky ficou quieta, ponderando a resposta.

– Dobby está... Com um gênio terrível, senhor. Dobby... Dobby quer... – E começou a sussurrar, como se estivesse prestes a dizer uma profanidade inimaginável. – Dobby quer ser pago pelo trabalho que faz, meu senhor!

– Ah. – Harry exclamou, inutilmente. Dobby tinha se revolucionado contra todas as normas de sua espécie, inclusive contra a opressão que eles... "Fingiam" gostar. Por que é que isso parecia tanto algo do feitio dele? Por que é que Harry não estava mais surpreso com isso? – Que coisa.

– Sim, senhor, Winky acha que é uma coisa terrível... Winky jamais poderia pedir pagamento algum ao amo dela, senhor, porque Winky ama seu amo.

– Hm. E onde está seu amo? Por que você está aqui sozinha, Winky?

– O amo pediu a Winky que guardasse o lugar do amo – Ela explicou, escondendo-se atrás das fileiras. – Winky não gosta nada de lugares altos, mas Winky é uma boa elfo, Winky faz o que pedem...

– Hm. Entendi.

– Harry? Vem, vem! Vão introduzir os times! – Draco chamou, puxando Harry pelo braço e não dando atenção alguma à elfo, tentando se fazer o menor possível na cadeira.

Os dois se apoiaram no guarda-corpo da varanda e esperaram; Harry viu, por cima do ombro, Bagman chegar ao palanque e pronunciar um feitiço com a varinha na direção da própria garganta e, em seguida, sua voz soar claramente por todo o estádio:

SEJAM MUITO BEM-VINDOS, SENHORAS, SENHORES E CRIATURAS MÁGICAS AQUI CONOSCO! Eu sou Ludo Bagman e vou comentar este jogo que promete ser fantástico! – A platéia começou a torcer e vibrar aos montes, verde e vermelho mesclando-se desuniformemente em todo lugar. – E, antes dos times oficiais, cada país finalista foi convidado a apresentar um mascote representante da cultura de sua nação! Então observemos todos, por favor... As veelas, mascotes da Bulgária!

Enquanto todos esperavam a deixa das veelas (fossem o que fossem, Harry percebeu que todos pareciam muito animados para vê-las, principalmente os rapazes), Harry ouviu Bagman sussurrar algo aos guardas. Algo sobre não olharem e não deixarem ninguém pular?

When I First Met YouOnde histórias criam vida. Descubra agora