capítulo dezesseis

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A CENA MAIS DIFÍCIL DE GRAVAR definitivamente foi a cena da cova, se era agoniante atuar imagine passar realmente por isso. E ela teve que gravar uma sequência inteira dentro da cova, amarrada, com Brady, e depois de novo, mas não amarrada. A câmera se posicionou quando ela levantava. Ela olhou pras suas mãos como se achasse estranho estar ali.

- Você não ta morta, se é o que quer saber - A voz de Jacob fez ela virar a cabeça pra ver o garoto no final do porão de terra.

- Billy - Ela disse e então franziu o cenho - Merda. Se eu to vendo você...

- Eu acabei de dizer que você não ta morta - Ele explicou se levantando e indo até ela, a câmera o acompanhando - Ainda - Então ele ofereceu a mão pra ajuda-la a levantar.

- Se eu não to morta, como eu te vejo? - Ela disse demonstrando confusão.

- Você confia em mim?

Ela encarou sua mão e a segurou. Então ele a ajudou a subir, sair da cova. Tinham muitas câmeras naquela cena. Ele lembrou da conversa da noite anterior.

- Olha, você ainda ta respirando - Ele mandou ela olhar pro chão, não tinha ninguém na cova, com a magia da edição cinematográfica pareceria que ela estava se vendo.

- Então porque eu to aqui? - Ela olhou pra ele.

- Você ta em algum lugar entre lá e aqui - Ele explicou, voltando a olhar pra ela - Você está chegando aqui, mas não está aqui. Entende?

- Você viu todos chegarem, né? Você foi o primeiro... - Izzy falou, o olhando atenta.

- Vem - Ele ofereceu sua mão de novo - - Quer ficar olhando pro seu corpo?

- Idiota - Ela revirou os olhos e riu fraco, então segurou a mão dele outra vez. Izzy ainda sentia uma leve aceleração com o toque dele, mas ela passava a gostar mais disso.

Ele a guiou andando de um lado do porão ao outro. Eles ouviram o corta, fazendo eles soltarem as mãos. Então o sinal que eles deviam seguir pra fora.

- Eu preciso de um banho - Izzy olhou pra si mesma cheia de terra e sangue falso até os cabelos.

- Pelo menos você não ta morta - Disse Jacob, ela revirou os olhos e puxou seu braço pedindo ajuda pra passar pela terra porque seu pé estava afundando.

- É só não andar arrastando o pé - Ele disse como se fosse óbvio, ao olhar pra baixo.

- Para de me julgar - Ela disse enquanto ele oferecia o braço pra ajudar ela. A ruiva segurou começando a andar nas pontas dos pés pra sair - A gente ta sujando a casa inteira. Alguém mora aqui.

- Veja pelo lado bom, se quiserem matar alguém já tem covas no porão.

- "Lado bom" disse ele - Ela ironizou, o fazendo rir fraco.

Ele a olhou enquanto ela se espreguiçava no sol. O que ele sabia era que agora ela parecia fazer mais contato físico e visual com ele, mas ela não tocou mais no assunto da noite passada. Mas ele também não falou, mas ele não sabia se ela estava acordada quando disse. Talvez fosse delírio de sono? Ele queria falar sobre isso! Ele não era uma pessoa ansiosa, mas estava ansioso desde daquele episódio.

Ela olhou pra ele, então ele ameaçou dizer algo mas foi interrompido pela produção. Eles tinham que continuar a cena. Ela estendeu a mão pra ele, o garoto sorriu de lado e segurou a mão dela. Então eles ouviram o "Gravando". Cenas externas sempre eram mais difíceis de gravar, então tinham câmeras e microfones por toda a parte.

UNEXPECTED • jacob moranOnde histórias criam vida. Descubra agora