Capítulo 21

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Fui para o meu quarto e coloquei a toalha estendida. Dando meia volta e indo para cozinha. Se é para ver um filme, não poderia faltar a minha especialidade... Pipoca quentinha na manteiga!

Pego o milho e a manteiga colocando tudo dentro da panela e esperando começar a estourar, não demora muito e tenho uma panela cheia de pipoca quentinha.  Me lembro que vi um pote desses de balde, perfeitos para pipoca. Procuro no armário e encontro de primeira, colocando a pipoca toda nele. Jogo um salzinho e vualá,  pipoca pronta.

Vou para o quarto dela, pedindo licença antes de entrar. Bia está jogada na cama, com os olhos atentos em mim.

- Pipoca ? Questiona e balanço a cabeça oferecendo para ela o balde cheio.

- Você não gosta ? Pergunto me sentando na cama e ela já está segurando toda a pipoca.

- Eu amo! Faz muito tempo que não faço.

Roubo uma pipoca do balde e me ajeito ao seu lado, olhando para grande televisão.  Me atentando que na tela um  serial killer famoso brilha.

- Terror ? Questiono e ela me olha desconfiada. - Você gosta ?

- Não é meu gênero preferido, mas gosto das histórias. Falo pegando mais pipoca.

- Só não pode ficar com medo em! Brinca e balanço a cabeça em negativa.

- Ah mais se eu ficar você vai ter que me deixar dormir aqui! Falo brincando e percebo seu olhar curioso caindo sobre mim, notando que a minha frase tem vários sentidos de interpretação.

Juro que solto essas coisas sem querer às vezes...

Percebo que ela apenas solta o filme e começo a prestar atenção na história, que é a de um assassino de rapazes em série. Ao que dá para entender dessa história, desde muito novo ele sente prazer em matar e se alimentar da carne das vítimas.

Enquanto meu estômago revira com algumas cenas. Bia comenta as cenas que acha interessante, ela visívelmente é a pessoa que gosta de conversar durante os filmes.

Como eu também amo falar, não demora para estarmos julgando o filme todo.

- Você sabe que ele vai matar o menino né ? Não tô entendo você torcendo pra esse casal acontecer! Questiono.

- Eu sei... Mas ele parece estar mudando! Olha como ele está feliz com esse menino.

- Vai comer o coração do menino chorando, aguarde... Isso não é ideia não mulher, romantizando o assassino! Falo e ela me da um tapa de leve no ombro.

- Talvez ele não mate... Ela carrega consigo a esperança.

- Eu aposto que ele vai matar! Afirmo ciente do que virá.

- Xiuuu! Briga comigo, me fazendo rir baixo.

Continuamos vendo e as cenas foram se desenrolando. Realmente ele se apaixona pelo rapaz, mas o desejo de matar se torna maior que qualquer sentimento que ele pudesse ter criado. Então não demorou muito para...

- A não... A morena esconde seu rosto no travesseiro frustrada.

- Viu eu disse! Fiz um símbolo de morte com a mão passando pelo pescoço. - Fez o menino virar presunto!

- E eu achando que ele ia mudar por amor... Sua voz sai abafada pelo travesseiro.

- Mudar? Depois que ele matou 15... Eu dúvido, às vezes está na essência da pessoa, ser o que ela é. Falo sabendo que realmente acredito nisso, algumas pessoas tem uma essência ruim e é sobre isso...

Bianca concorda e continuamos vendo o filme, já estamos na cenas finais quando finalmente ele é descoberto, preso e morto. Praticamente em uma sequência. Quando finalmente acaba, me viro de lado á encarando e ela faz o mesmo.

- Gostou ? Pergunto e ela me olha fundo, lançando um sorriso.

- Adorei descobrir que você fica agoniada com filmes de terror. Seu tom engraçadinho, me faz ter certeza que ela está zombando do meu leve desconforto com filmes de terror. Dou um sorriso involuntário e me defendo.

- Eu poderia negar, mas é a mais pura verdade! Deixo um dos meus dedos tocar gentilmente a ponta do seu nariz e seus olhos fecham com o toque.Quando ela volta a me encarar seus olhos estão ainda mais brilhantes... poderia me perder tão facilmente ali.

Acho que ficamos alguns segundos apenas nos encarando, quando sua voz fraca corta o silêncio.

- Vamos pedir comida ? Oferece quebrando o clima magnético que se formava entre nós. Me ânimo.

- Pizza! Completo e ela me apoia.

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